33. A queda de Dulin

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NO VALE ANTE OS PORTÕES

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NO VALE ANTE OS PORTÕES.

Diante das legiões de Morcegos-Albinos surgindo à sombra da montanha, tudo que eu fiz foi engolir em seco e olhar em volta em busca de uma saída. O barulho que eles faziam era alto e perturbador e de repente tudo me pareceu perdido, pois aqueles bichos eram ferozes e vorazes.

Vangard ainda estava no chão à minha frente, sem conseguir sequer correr por conta própria, e eu não fazia ideia de como fugiríamos dali. Alguns dos Mestres que lutavam, olharam a revoada se aproximar com assombro e temor, e por isso muitos foram abocanhados pelos Warsows. Em questão de segundos o céu se cobriu deles. Assustado, Shawn puxou as rédeas de seu cavalo em direção a base da montanha e gritou o mais alto que pôde para todos em volta:

Recuar! Recuar, Mestres de Dulin! Recuar! – Ele sacudiu seu cristal acima da cabeça com urgência. – Formação de defesa! Formação de defesa! Agora! Formação!

Alguns dos muitos Mestres, que ainda lutavam ali diante dos portões, recuaram, já os outros permaneceram enfrentando os Warsows. Entre isto e aquilo, como água, centenas de Mestres escorreram para junto dos pés de Taggart-Dor, completamente acuados. Nesse instante, olhei para Vangard, beirando o desespero, e perguntei:

– E nós? O que vamos fazer?

– Não vou conseguir voltar para onde todos estão – ele respondeu, pálido e trêmulo, enquanto ainda segurava a ferida sangrenta. – Você consegue me puxar até a floresta? É o que temos mais perto.

– Acho que sim – eu disse.

– Então puxe pelas costas e eu vou tentar nos defender.

Quando ele terminou isto, as sombras sobre nós correram velozes. Olhei para cima e a nuvem de Morcegos-Albinos havia alcançado o vale, grunhindo e agarrando tudo pela frente para matar. Uma avalanche de ataques mágicos voou pelo céu na direção deles, tantos dos Mestres que estavam enfileirados na montanha quanto dos que estavam junto dos portões, muito embora estes também resistissem aos Warsows e homens armados.

Em meio à balbúrdia dos bichos, muitos Mestres foram levantados no ar e os morcegos que conseguiam escapar dos ataques os agarravam com ímpeto e impiedade e os matavam ainda voando. A cena era terrível, meus olhos encheram-se de lágrimas e pavor e minha raiva por Malcon aumentou naquele instante.

Se Dulin estava acuada, a culpa era dele.

Mas Vangard desviou minha atenção:

– Vamos, garota, o que está esperando? Há soldados e Warsows se aproximando!

Pisquei meus olhos e voltei a me concentrar. Agarrei a armadura de Vangard pelas costas, abaixo dos ombros, e com muita força comecei a puxá-lo em direção a floresta que estava a menos de duzentos metros atrás de nós. Ele me ajudou, empurrando com os pés, mas ainda sim fomos devagar e não demorou para sermos vistos por Warsows que corriam em direção ao centro da batalha.

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