Capítulo 63

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Peixe 🐟

Manu: Então quer dizer que tu tem um filho? Mas não sabia que tem um filho?

Peixe: Sim pô, quando eu tava no hospital eu sonhei com isso, aí a tia disse que eu sonhei com aquilo, pq eu não tava do lado do moleque e isso matava ele por dentro, tendeu?

Ela negou mas confirmou depois.

Eu ri.

Peixe: Enfim, é um bagulho doido! - Ela voltou a comer o pastel dela.

Manu: Ele é de onde?

Peixe: Daqui, eu sei quem é, por vista,tá ligada? Mas eu tô meio assim que chegar no moleque. Tipo, e aí, sou teu pai.

Manu: Ele vive com que?

Peixe: Vi ele duas vezes, uma tava jogando e outra tava entrando no beco da 17.

Manu: Ô beco da 17 é mó sujão, Diogo. É um lixão, cara!

Peixe:Eu tô ligado nessa idéia, por isso quero ir lá contigo agora.

Ela assentiu e terminou de comer pastel e pediu mais outro dois.

Manu: Você vai querer? Não vou dividir contigo.- Neguei.

Peixe: Pra que dois? Tu acabou de comer.

Manu: Vai saber se o menino tá com fome, oxê.

Os pastéis chegaram e nos se levantou, nós veio andando pq a madame tava enjoada.

Entramos no beco da 17, era um lixo mesmo.

Invandi a casa que eu vi o menor entrando.

Não sei oq era pior, a casa ou a rua!

Manu:Ela tá batendo nele.- Falou indo segurar uma mulher visivelmente drogada.

Puxei o menino de perto dela e a Manu empurrou ela no sofá.

Peixe: Tá maluca? Bater em criança é crime na favela, qual foi? - Gritei.

O menino segurou minha cintura, ele tinha uns 7 anos.

Xxx: Esse demônio não serve pra nada,merece morrer.- O menino voltou a chorar.

Manu deu mó tapão na cara dela, eu vi sangue voando.

Sem zoeira.

Minha mina tem uma mão pesadinha mermo.

Manu: Cala a boca, drogada do caralho! Fala assim com a puta que pariu, mas o menino é uma criança.- Segurou o rosto dela.

Puxei o pivete pra fora, ele tava só com uma bermuda toda rasgada.

Coração VagabundoOnde histórias criam vida. Descubra agora