Relembrando Os Velhos Tempos PT1

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Eu estava em um dos escritórios da diretoria revisando, pelo que deveria ser, a milésima vez todos aquele papéis que me fora dado pelo meu pai, caso eu tivesse curiosidade em me informar sobre o que acontecia. Não estava nos meus planos ir tão a fundo neles, afinal eu estava aqui apenas de passagem, não precisava ser um expert em nada. Mas considerando os recentes acontecimentos, achei melhor me informar o máximo possível antes de entrar em uma sala cheia de ranzinzas.

- Meu Deus, eles são horríveis. - Nayeon disse ao entrar, não se dando nem o trabalho de bater na porta antes.

- Como assim?

- Parece que foram todos atropelados na cara enquanto vinham pra cá. Sério, eles te olham torto, mas faz até você ficar com pena por parecer algum problema facial. - segurei um riso, mas ela percebeu, pois um sorriso descontraído surgiu em seu rosto - E parecem ser chatos, boa sorte para você.

- Era tudo que eu precisava na minha vida agora - suspirei largando as folhas sobre a mesa e jogando as costas contra a cadeira.

- Você vai se sair bem, as opiniões seu pai já te deu, não é mesmo? - sacudi a cabeça em confirmação - Isso é tudo o que precisa, de resto vai se sair bem.

- Obrigada - sorri com a nossa rápida troca de olhares, a mais calorosa desde que ela havia pisado em Nova Iorque. - Vamos. - Levantei da cadeira juntando todas as folhas dentro do portfólio.

- Mas tem uma velha loira - ela parou repentinamente me fazendo colidir com a lateral de seu corpo. Seus olhos vieram diretamente até os meus por cima de seus ombros. - Não confio nela, tem cara de que vai dar trabalho.

- Nunca confie nas velhas loiras, todas peruas.

- Todas peruas! - ela repetiu sorridente ao me ver reproduzindo um de nossos antigos costumes. As velhas eram nosso maior alvo antigamente.

Passei em sua frente ostentando meu melhor sorriso torto e seguimos até a sala de reunião no andar de baixo. Nayeon não estava brincando quando os descreveu para mim, eles te olhavam mesmo torto e não pareciam ser menos do que antipáticos. Assim que pisei dentro da sala todas as atenções se voltaram para mim. Foi difícil manter o queixo erguido naquele momento, pela primeira vez eu me via fraquejar daquela forma frente a pessoas mais velhas, mas não iria deixar fácil para eles. A primeira impressão é a que fica e eu definitivamente não fui com a cara de nenhum deles.

Joguei minhas coisas na mesa, e sentei na beirada da cadeira que Oliver me apontou, sem me preocupar com qualquer regra de etiqueta dele. Oliver apenas me olhou irritado e se pronunciou anunciando o início da reunião e explicando minha presença ali. Ele então se afastou, deixando um silêncio constrangedor em meio a todos. Era como se esperassem por mim para dar início a algo do qual eu nem fazia ideia ser. Corri os olhos atrás de alguma resposta ali e só então me dei conta de que Nayeon não havia me acompanhado sala adentro.

- Com licença - arrastei a cadeira chamando a atenção de todos e levantei indo em direção a Oliver. - Onde está Nayeon? - sussurrei em seu ouvido.

- A senhorita Im não foi cogitada pelo seu pai para estar na reunião.

- Eu preciso dela aqui - falei me dando conta do que estava admitindo naquele exato momento. Por maior que fossem as nossas diferenças, eu ainda me sentia confortável em sua presença; Chaeyoung não estava aqui e Oliver não era sinônimo de nada para mim.

- Qualquer dúvida que tiver, é a mim que deve se reportar, senhorita Myoui.

- Você e uma porta, para mim, são a mesma coisa. Se não quiser essa reunião arruinada e seu emprego caçado, coloque Nayeon para dentro agora.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora