Blá Blá Blá

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- Merda! - gritei pela centésima vez socando uma almofada contra meu rosto.

- Quer parar com isso? Quantos anos você tem? - suspirei contra o algodão quente e cheiroso relaxando meu corpo antes de leva-lo até meu colo e encarar a garota no chão em minha frente.

- Você deveria estar me ajudando e não me ignorando! - ela deu de ombros, seus olhos cintilantes se arrastando em direção aos meus - O que?

- Não sentiu minha falta? - sorri sem acreditar que ela estava insistindo naquele pergunta ainda - Vamos, eu sei que sentiu.

- De que isso importa? Estamos falando sobre meus problemas.

- Chaeyoung, pelo visto, é uma idiota - ela soltou assim, do nada, sem mais nem menos. Sem ao menos algumas palavras de conforto antes de me atacar verbalmente. Escutar aquilo foi como uma concretização dos meus pensamentos sobre a mais nova naquele momento, era como ouvir minhas palavras saindo da boca de outro alguém. Mas ao invés de me sentir melhor aquilo me incomodou de uma forma estranha. Eu não gostei de ouvir aquelas palavras, por mais verdadeiras que elas soassem em minha mente - Não era isso que você queria ouvir?

- Não sei se eu queria ouvir...

- Como você é chata - ela bufou se colocando de pé e caminhando até o sofá onde eu estava - Pelo que você me contou a Chaengzinha é inocente, então, minha melhor hipótese, é que ela realmente não se dá conta das coisas com seus amigos.

- Não são todos, é só aquele idiota do Jimin. - rosnei.

- Ai entra a minha pior hipótese - ela caiu sentada ao meu lado se despojando no encosto do sofá enquanto me encarava - Ela tem consciência, mas gosta de ser desejada ou ela acha que esse é o melhor jeito de lidar com a situação. Só que ela está se garantindo no fato de "você tem que respeitar as minhas amizades" e está esquecendo que você está se magoando.

Por incrível que pareça aquilo fez sentido na minha mente. Talvez Chaeyoung tivesse um daqueles complexos de pessoa indesejada, não sei, ou talvez ela tivesse uma visão muito errada de como funcionava os relacionamentos. Não posso culpá-la, eu sou seu primeiro e não estou dando bons exemplos.

- Eu não sei o que pensar - suspirei - Sei que ela não faz por mal, mas eu não sei lidar com esse tipo de coisa. Ele fica mandando indiretas para ela na minha frente, me provocando.

- Então o que você tem que fazer é falar com ela.

- Eu já tentei, ela não me escuta - as finas sobrancelhas negras se ergueram em seu rosto pálido em um desafio silencioso.

- Já tentou mesmo? Ou você só cuspiu na cara dela as coisas? - revirei os olhos tentando disfarçar o constrangimento que me vinha com tudo. Ela tinha que me conhecer tão bem? - Vou tirar isso como um sim e te dizer que você precisa falar o que sente. As pessoas não têm...

- Bola de cristal - falamos juntas. Daí vinha esse meu pensamento, ela vivia me repetindo isso - Eu sei.

- Bom, você sabe que pode sempre terminar, não é mesmo? Não é como se a Chaengzinha fosse exclusiva.

O sangue borbulhou dentro de mim com aquela indagação sem sentindo dela. Claro que a Chaeyoung era exclusiva, claro que não havia ninguém como ela em qualquer outro canto desse mundo. Abri a boca para lhe atacar, mas então meu celular tocou em cima da almofada entre nós duas e uma foto do Taehyung pulou na tela, chamando a atenção da coelha que o tomou em suas mãos imediatamente - Megan! Não atende!

Ela trocava o foco de mim para a tela do aparelho com um sorriso sapeca no rosto e aquela maldita sobrancelha erguida, característica nossa. Tínhamos, irritantemente muitas coisas em comum além da personalidade.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora