Linhas Paralelas

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Contagem regressiva para o fim...3...

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Chaeyoung deixou minha sala feito um furacão, tão rapidamente quanto sua decisão em me beijar da forma que havia feito. Em um piscar ela estava colada a mim e no outro já era tarde demais para alcançá-la. Meu cérebro ordenou para que eu me movesse no instante em que meus olhos a captaram se afastando, mas por algum motivo as minhas pernas não souberam obedecer. Se fizeram de pedras. Burras. Assim como todo o resto do meu corpo depois desse beijo.

E que beijo. Meus lábios ainda estavam entorpecidos com a deliciosa sensação de ter o contato, tão desesperado, dos seus. A maciez, o frescor, o sabor, absolutamente tudo no rápido beijo que trocamos foi extremamente perfeito para mim. Meus dedos tocavam levemente a pele sensível dos meus lábios e tentavam captar, novamente, a sensação que me fizera tanta falta.

Mas ela havia corrido. De repente eu pareci acordar de um estúpido transe, para a terrível realidade à minha volta. Ela havia corrido. Depois de aparecer aqui, sem mais nem menos, e me agarrar, ela saiu exatamente da mesma forma que entrou: muda. Dessa vez obedecendo aos meus comandos, empurrei meu corpo porta à fora e me direcionei, em passos rápidos às portas de metal do elevador.

- Sarah, estou saindo mais cedo. Se alguém precisar de mim encaminhe para Nayeon.

A loira respondeu em um leve sussurro, talvez confusa com o meu cuspir de palavras para sua pessoa e a velocidade com que me coloquei dentro daquele elevador. Eu precisava sair daqui o mais rápido possível e precisava acha-la. Minhas narinas expulsavam bruscamente o ar que meu peito inflava em desespero para conseguir, os efeitos de suas ações ainda repercutiam dentro de mim e me davam ainda mais certeza de que essa era a coisa certa a fazer. Esse fora o sinal verde que eu, estupidamente, me fazia ver como amarelo todo esse tempo.

Assim que as portas se abriram, impulsionei meu corpo para frente, já pronta para sair em partida para meu carro, quando me bati com quem eu não esperava.

- O que está fazendo aqui? - apertei as sobrancelhas juntas quando meu olhos se fixaram nos do loiro em minha frente.

- Não recebi ordens para estar em outro lugar, mas vi a Chaeyoung saindo daqui desesperada e estava indo falar com você.

Bufei voltando meus passos para dentro e encostando o corpo no vidro atrás de mim.

- Por que não a ofereceu carona?

- Ofereci, mas ela recusou sem me dar muito tempo para tomar uma decisão sensata.

- Ela fez exatamente o mesmo comigo. - respondi para mim mesma, me dando conta logo em seguida da cara de confusão do loiro - Você fez bem em ficar, talvez a Nayeon precise de você.

- Se quiser posso deixar outro motorista avisado e posso te levar...

- Não, já basta a minha ausência. E preciso de pessoas de confiança cuidando das coisas aqui.

Ele assentiu sem nenhum questionar e saiu do espaço que ele ocupava para que as portas não se fechassem.

- Boa sorte e espero que se resolvam dessa vez.

Retribui seu leve sorriso pouco antes de nos separarmos novamente e eu estar sozinha com minha angústia. Agora era hora de pensar minuciosamente, onde eu encontraria Chaeyoung?

Comecei minha busca pelos óbvios: as residências. Nem Tzuyu, nem Momo sabiam do paradeiro da mais nova. O porteiro de seu prédio me informou que ela não havia retornado ainda. Risquei a primeira hipótese em minha mente e dirigi em busca de todas as outras que fui capaz de imaginar, deixando o Central Park por último. Deixei o carro em uma das extremidades e corri ao longo de toda sua extensão, aflita e focada na imagem que eu buscava dentre todas aquelas outras em uma paisagem de penumbras e sombreados absurdos. Nada. Chaeyoung não estava ali.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora