Eu Aqui Me Despeço PT2

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Contagem regressiva para o fim...1...

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CHAEYOUNG POV

Eu estava sentada aqui fazia horas, o chão frio e provavelmente sujo do hospital não me incomodava mais. O frio dos corredores não me arranhava mais a pele e a movimentação constante não me tirava mais a atenção facilmente. Os olhares sim me penetravam, as enfermeiras já cochichavam meu nome sem se preocupar tanto em serem ouvidas e não perdiam a chance de me encarar quando me atravessavam. No pequeno televisor do balcão de informações, diversos repórteres se faziam presentes quase que constantemente para contar sobre o estado da Mina e as possibilidades do acontecido. Eu estava cansada das teorias banais, os comentários ridículos me faziam pressionar as unhas um tanto quanto forte demais contra a pele do meu antebraço.

Um estrondo completamente absurdo soou do outro lado do corredor, mas eu já sabia do que se tratava. A máquina de lanches estava engolindo o dinheiro das pessoas de novo, da mesma forma que o atendimento desse hospital faziam com suas esperanças. Dessa vez fora um homem maduro apunhalando a bendita com a face de uma pessoa completamente estressada. Ergui o olhar para o relógio pendurado logo em minha frente. Agora era oficial meu segundo dia de espera, nesse mesmo lugar, com essa mesma cara de quando nos barraram a entrada na UTI por não sermos "da família". O que definia família hoje em dia? Eu estava incomodada com o fato de que a mãe da Mina não havia aparecido até agora. O que poderia ser mais importante do que um filho em estado grave? Que diabos ela estava fazendo de tão importante e porque eu, que estou aqui, não posso atravessar aquela mísera porta e ver a minha namorada?

Suspirei derrotada assim que meu tatear nervoso alcançou o metal gélido da minha aliança. O sorriso que me escapou foi ainda mais surpreendente, incrível como as boas lembranças saltavam em minha mente no mínimo recordar da Mina. Apesar de tudo que nós passamos não me restavam dúvidas de que era ela e sempre seria ela, não era justo ter essa confirmação só para ter que aprender a viver sem ela de novo.

- Chae- a voz da minha melhor amiga ecoou pelo corredor fazendo meu pescoço trincar com o movimento rápido de minha cabeça. O som me veio como um empurrão e num piscar de olhos, sem ao menos um processar de informações eu estava de pé, encarando sua aproximação sorridente e dando passos lentos em sua direção até que nos chocamos em um abraço apertado. Assim que meu corpo se encontrou engolido pelo seu as lágrimas começaram a descer. Era impossível parar, era impossível sequer pensar em evita-las. Quando me dei conta meu rosto estava molhado por inteiro e o mesmo acontecia com o tecido fino da blusa branca que ela usava. Dahyun nada disse até que aquele momento todo tivesse chegado ao seu fim. Por Deus, eu estava até soluçando. Da onde veio tudo isso? - Isso responde a pergunta que eu ia fazer. - ela sorriu levemente me afastando um pouco para poder encarar meu rosto.

- Juro que não sei o que aconteceu agora. - minha voz me traiu nas duas últimas palavras tornando-as parte do meu soluçar.

- Eu sei, não se preocupe.

- Como você conseguiu entrar no hospital? Tzuyu disse que eles não deixavam ninguém passar da porta sem uma comprovação de parentesco com internos ou trabalho.

- A mãe da Mina chegou e nos colocou pra dentro junto com ela - meus olhos se arregalaram e meu corpo congelou em seus movimentos.

- Que horas ela chegou?

- Agorinha. Não nos deixaram sair da sala de espera, mas eu fugi e subi três lances de escadas pra te encontrar.

- Obrigada por vir, eu realmente precisava de alguém.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora