Aquilo Que Te Cativas

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Olá, pessoas. Só queria dizer que este é o meu capítulo favorito da história toda, é realmente muito especial para mim, Espero que gostem dele tanto quanto eu ^^

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De todos os lugares de Nova York que eu poderia estar agora, eu me perguntava quando havia decidido que estar perto da faculdade era a melhor escolha. O bar estava lotado, em plena semana, em sua maioria alunos que deveriam ter deixado suas aulas e se direcionado direto para cá. Esse pensamento me trouxe um ainda mais incômodo: Chaeyoung andava faltando as aulas para ficar comigo. Ela poderia ser um desses alunos aqui, teoricamente, sua oficina de dança à tarde estava longe de terminar e não me recordo sua ausência no apartamento pelo horário da tarde. Ela esteve prejudicando a si para tentar me apoiar de alguma forma e enquanto isso eu estava fugindo dela, ou tratando-a mal. Em pensar que eu cogitei sair para justamente esquecer todo o incômodo que era saber que eu estava atrapalhando sua vida de alguma forma. Mais do que meus problemas, saber que estava dificultando a vida da mais nova não me descia pela garganta, ela, de todas as pessoas nesse mundo, não merecia o que estava passando e isso me abatia de um jeito doloroso.

Eu estava me sentindo na merda agora por ser um estopo, uma pedra de tropeço bem alocada no caminho de alguém. Esse vazio dentro de mim estava se tornando insuportável, eu não sabia mais o que fazer da vida, como agir, o que era melhor para mim... E justo quando pensei ter encontrado um começo com a mais nova, minha auto crítica chegou com todas as forças para me derrubar e me convencer, de novo, que eu não era suficiente para ela. Porra, o que está acontecendo comigo? Não é como se alguém essencial na minha vida tivesse falecido, eu estava me sentindo exatamente como quando minha avó faleceu. A sensação horrível e indescritível de estar completamente perdida não me era estranha, e muito menos nova. Eu já havia lidado com isso antes e se eu fui capaz de fazer uma vez, então era capaz de fazer de novo. Exceto pelo fato de que meus métodos não pareciam certos.

O copo de uísque estava rodopiando em minha mão há um tempo, sendo alvo apenas pelo meu olhar confuso e incerto. Isso não era certo a se fazer, eu sei, hoje eu sei, que afogar as minhas mágoas com bebida não tornava nada melhor, pelo contrário, me entorpeciam por uma noite para voltar duplamente reforçada no dia seguinte até isso virar um ciclo destrutivo no qual eu sabia que não seria capaz de escapar sem uma bela porrada na consciência. A última foi estar à beira da morte. Mas mesmo sendo consciente, uma grande parte de mim apenas mandava eu virar aquele copo e acabar logo com isso. Eu estava sob uma forte influencia negativa que eu não sabia da onde vinha, talvez fosse meu velho eu tentando se reestabelecer tirando proveito de um momento muito similar ao que eu já havia enfrentado antes.

Quando a gente quer fazer besteira qualquer desculpa é válida, basta haver uma. Ele agiu pelas minhas costas, ele me enganou, ele me manipulou, ele escondeu sua doença... Não importa o que digam, os fins não justificam os meios. Eu não conseguia aceitar o fato de que ele mentiu todo esse tempo, fosse para o mau ou para o bem. Aquilo não me descia, não me parecia válido. Por melhor que fossem suas intenções no final, é o caminho que conta e ele escolheu por me deixar caminhar sozinha, observando de longe os meus passos achando que aquilo seria o suficiente. Mas não era. Não foi!

- Opa, calma ai Myoui!- ergui o olhar pesado até o loiro em minha frente - Seja lá o que for você não quer quebrar o copo no balcão.

- Havia esquecido que você trabalhava aqui.

- Pelo visto você não anda muito bem da cabeça - dei de ombros e desviei o olhar para um canto qualquer daquele lugar - As meninas estão preocupadas. Pensei que você ia para o funeral hoje.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora