Love Is A Battlefield

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Dahyun me olhava com cara de poucos amigos enquanto eu me erguia novamente e ajeitava a roupa retorcida sobre mim. Pelo jeito eu não teria sossego até que essa conversa terminasse e eu podia sentir que o que ela estava para dizer não me agradaria nem um pouco.

No segundo em que eu fraquejei pedindo aquele copo de uísque durante a reunião, eu me permiti alimentar uma escuridão que mais tarde me consumiria. Era apenas questão de tempo. Eu me conheço, na verdade, eu sei o quão persuasiva eu sabia ser. Eu me sentia como uma bomba com o timer já posto em contagem, em alguns dias eu explodiria e só Deus sabe o que resultaria disso.

Suspirei o ar derrotado de meus pulmões, ainda resultado do meu rápido encontro com Chaeyoung e olhei para a garota em minha frente. Os braços cruzados e a expressão de uma leoa em defesa de seus filhotes. Dahyun é esse tipo de pessoa, ela e Chaeyoung eram como irmãs e esperar menos de sua reação seria uma estupidez, até para os mais otimistas.

Nós trocamos olhares por alguns segundos. Rezei para que ela pudesse ver através das minhas órbitas o medo e desespero que eu senti sem que me oprimisse. Eu queria que ela percebesse que eu tenho consciência do peso dos meus atos, mesmo não os identificando claramente em minha memória falha e abusiva. Dahyun suspirou como eu havia feito anteriormente e desenlaçou os braços buscando minha mão diretamente para me arrastar consigo para fora do banheiro.

Eu não retruquei, apenas me mantive em movimento atrás de seu corpo. Meu olhar cabisbaixo denunciava que algo de errado estava acontecendo ali e acabou atraindo atenções, era quase como ser punido pela sua mãe quando você foi pego fazendo coisa errada. Essa era a minha caminhada da vergonha. Mas eu não me importava, não hoje e não agora. Girei os olhos preguiçosamente para algo além dos pés que se alternavam rapidamente em minha frente perdendo meu resto de força ao me deparar com a brilhante aliança em meu dedo.

Eu senti meu corpo perder o equilíbrio por uma fração de segundo com o baque daquele sentimento de perda de volta dentro de mim. Meus olhos embaçaram pela segunda vez hoje, mas eu não permitiria que as lágrimas caíssem. Não porque não acho a situação merecedora delas, mas porque se eu começasse, não haveria um fim próximo ou sob meu controle. E isso definitivamente não é algo para toda essa gente presenciar.

Chegamos à cantina e eu só me dei conta depois que fui impulsionada a me sentar em uma das cadeiras mais reclusas do ambiente. Dahyun tratou de arrastar outra cadeira para o meu lado e se colocou sentada de frente para mim, quase que me prevenindo do que estava por vir. Era como se seus olhos me pedissem desculpas pelo ardor que suas palavras iriam me causar.

- Eu já sei que você vai defender ela, vou poupar seu trabalho de me corrigir e me repreender. Como você pode ver, eu já estou na merda por conta dos meus atos - murmurei jogando a mão por entre meu cabelo e pendendo o rosto para o lado, o anel voltando à minha atenção.

- Eu realmente queria lhe dar uma bronca agora, mas não consigo - ela grunhiu repreendendo a si mesma pela fraqueza que eu tanto agradeci naquele momento. - Primeiro de tudo, o que aconteceu no banheiro? Por que a Chaeyoung saiu de lá abalada daquele jeito?

- Porque é assim que se resultam os nossos encontros ultimamente.

- Como assim?

- Nós brigamos no banheiro - incendiei meu olhar sob o seu tendo que admitir o ocorrido - Eu tentei conversar com ela, mas acabei perdendo o controle de novo.

- Você bebeu?

- Não?! - Torci as sobrancelhas em incredulidade.

- Calma - ela me sinalizou a fala com gestos - Pela sua cara e pelo seu jeito eu até tinha direito de suspeitar. Mas me diga exatamente o que aconteceu.

Requiem - Michaeng [BR]Onde histórias criam vida. Descubra agora