capítulo 3- Hayke

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- Hayle? - escuto a voz da minha mãe do outro lado da porta - filha vocês estão bem? - ela abre a porta fazendo os meus olhos arderem pela claridade.

- Oi mãe... - eu falo bocejando pelo sono - desculpa eu tava dormindo... - me sento na cama  espreguiçando meu corpo em um bocejo.

- Desculpa filha... - ela fala respira do fundo - eu só queria ver se vocês estão...

- Seguras... - eu completo - fica de boa não aconteceu nada essa noite... - minto.

- Graças a Deus! - ela sorri aliviada - eu achei que ele iria entrar essa noite, esqueci que ele ainda tem as chaves de casa!

Mal sabe ela, que sim, ele ainda tem as chaves!

- Acho que dessa vez o Scott te escutou, garanto ele não vai mais nos atormentar... -  digo mais pra mim do que pra minha mãe.

- O que ses tão fazendo acoldadas... - Molly se senta na cama quase caindo de sono.

- Bom dia princesa! - eu pulo da minha cama pra dela e a agarro por trás e começo a beija por inteiro fazendo ela rir.

- Pala Hayle tá fazendo coquinha... - ela ri enquanto eu continuou a beijar ela e fazer cócegas sem piedade.

- Ta bom parei! - eu falo a agarando por trás - que tal depois de você se arrumar ir comer panquecas?

- Sim, sim, sim! - ela da um pulo da cama e corre pro banheiro - vem mamãe vem me ajudar a toma banho! - ela puxa minha mãe pela mão a arrastando até o banheiro.

Faço todos os meus deveres de casa, depois fui até a cozinha e fiz as panquecas da Molly, e a levei pra escola deixando minha mãe descansar após a noite trabalhando.

- Molly você fez seu dever de casa? - eu me abaixo em frente a minha irmã quando chegamos na porta da escolinha.

- Sim eu só tinha aquele pinta o desenho.. foi fácil!

- Deve estar lindo, tenho que ir meu amor até mais tarde!

Dou um beijo na sua testa e fico a olhando entrar na escolinha até sair do meu campo de visão.

Caminho até em casa sem pressa de chegar, passo por vários apartamentos chiques e grandes empresas, quando eu era pequena eu sonhava em morar em um apartamento chique e ter um grande quarto com um guarda roupa enorme.

Mas agora eu olho pra simples desejos como esses e penso, como eu era infantil pra querer coisas assim, sendo que no final pessoas que tem esse luxo a vida inteira não dão valor ao que tem e são totalmente vazias por dentro.

Assim que chego em casa, escuto um barulho vindo de dentro e o pânico toma conta de mim, tento abrir a porta mas minhas mãos trêmulas não ajudam, respiro fundo, e entro mas a única cena que eu vejo é o que me deixa mais nervosa do que o normal.

— Eu sei o que deve estar pensando querida, mas eu vou melhorar eu amo nossa família e eu quero retomar a vida que nós tínhamos a dez anos, quero cuidar da Molly... E da Hayle, você sabe que ela é a que mais precisa de ajuda.

Scott fala com uma voz totalmente mansa, como se o seu lado sombrio estivesse entre as sobras retornando uma personalidade falsa de "moço arrependido", que no caso sempre funciona com a minha mãe ela nunca enxergou a diferença entre perdoar e dar um passo para trás.

— Eu não consigo Scott você sempre promete isso... - minha mãe não repara a minha presença enquanto servia o café em uma xícara para ele, como se fosse uma pessoa merecedora de tratamento especial, essa é a pior parte de morar aqui... A hipocrisia!

Eu não sou tão fácil assim (Finalizado) Onde histórias criam vida. Descubra agora