Hayle entrou em silêncio no elevador nem ao menos trocamos um olhar, quer dizer não da parte dela! Eu a encarei furtivamente e vi que estava tentando tomar coragem para dizer alguma coisa, quando eu desviei meu olhar e as portas se abriram, ela apertou rapidamente o botão de emergência fazendo com que o elevador se fechasse e parasse antes mesmo de eu sair.
Ela passa as mãos pelo cabelo e se ajoelha, e eu não acredito no que vem a seguir.
Ela está chorando...
Uma coisa que eu odeio mais do que o meu pai, e as merdas que eu fiz é ver uma mulher chorando. Ainda mas convivendo com três mulheres dentro da minha casa!
Então eu posso dizer que ver a Hayle que vive trocando farpas comigo e que passa de cabeça erguida pela faculdade mesmo com o mundo tentando derruba lá... Mexeu comigo. Quer dizer só um pouco.
Mas foi o suficiente para fazer o que eu fiz em seguida.
Me sentei ao seu lado no chão do elevador exitante, não costumo fazer isto com ninguém a não ser minhas irmãs e a Maya. Coloquei o meu braço em volta da suas costas, fazendo ela ficar assustada com o meu ato, mal sabe que estou tão quanto ela, mas aos poucos fomos nós acalmando.
E quando vimos se passou quase uma hora assim, ou melhor dessa vez estávamos largados no chão e ela estava deitada com a cabeça no meu peito.
Eu não sei em que parada do tempo pulamos para estarmos assim, neste lugar e nesta posição, totalmente desestabilizados nos nossos problemas, mas não é tão ruim como eu imaginava, estar assim, agora... Com ela.
- Então. Será que podemos levantar ou sentar direito? - ela me olha e arregala os olhos e pelo que percebi só agora que ela reparou a nossa posição, ela se senta e ajeita e não olha nos meus olhos - minhas costas estão doendo - sinto uma pontada ao ajeita minha postura.
- Eu não sou tão pesada assim! - ela da um tapa no meu braço me fazendo dar risada, em seguida um silêncio se instala.
— Sabe eu não te conheço a muito tempo mas... Pelas minha observações, você não é de chorar - ela desvia o olhar - muito menos na frente de uma figura masculina! - ela revira os olhos e dá um longo suspiro.
- Eu nunca gostei de chorar... Mas eu não entendi o que quis dizer com a parte da "figura masculina" - ela faz aspas com os dedos.
- Podemos dizer que é um pouco notável da sua parte que você tem preconceito com alguns homens... Quer dizer com todos os homens - ela da risada.
— Não é preconceito e nem ódio. É que vocês homens são tão irrealistas. Acham que por ser mulher, vocês podem ser uma figura de autoridade máxima o tempo inteiro. Vocês não sentam e conversam vocês vão lá e mandão, e isso cresce uma raiva em mim num nível absurdo! - ela gesticula com as mãos.
— Mas eu não sou assim, quero um motivo concreto para me tratar tão mal? - finjo estará triste fazendo biquinho, ela solta um riso fraco.
- Eu não odeio você... Só não gosto da sua personalidade. - ela se justifica.
- Da no mesmo! - jogo minha demais nas pernas e ela solta uma gargalhada, mas em seguida ela fixa seu olhar para o teto do elevador.
- Quer dizer você não é a pessoa mais ruim que conheço... É só que você parece ter uma nuvem preta com uma plaquinha de "não chegue perto"! - ela é sincera.
- Talvez você tenha tirado conclusões precipitadas...
- Eu não tiro conclusões, quando eu tenho certeza eu tenho, só que você tem um espírito bipolar então eu não sei dizer se você é um mocinho ou um vilão... - ela fala determinada, e eu apenas assinto, acho que está certa, mas é tantas coisas que acontecem na minha vida, é inevitável eu não mudar de humor o tempo inteiro. Sempre acontece alguma coisa.
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Eu não sou tão fácil assim (Finalizado)
RomanceHayle Davies sempre foi uma garota problemática, vive em um lar totalmente tóxico e com vários segredos do seu passado que prometeu pra si mesma morrer consigo. Ela apenas conta com o amor da sua irmã Molly e dos seus melhores amigos Bryanna e Tyler...