No momento em que a enorme porta da mansão Hunter se abriu diante de mim, fiquei realmente impressionada com tudo que havia por lá. É justificável a minha reação já que eu venho de uma fazenda do interior, e não estou acostumada com tanto luxo como o que vi hoje na sala principal e pelo resto da casa.
A primeira pessoa que vi foi um homem alto, de corpo forte, cabelos negros, olhos azuis como o céu e terno bem arrumado. Logo pensei que fosse o tal senhor Joseph Hunter que todos me falavam tanto, e eu estava certa. Mas eu o imaginava totalmente diferente, pensei que fosse um senhor dos seus 60 anos, de barba branca e gordinho. Pelo visto ele não era nada do que eu imaginei.
No instante em que fiquei parada no meio da sala, minhas pernas estavam bambas e minha boca seca de tanto nervosismo por conta de eu estar rodeada de pessoas desconhecidas, longe de tudo e todos, em uma cidade totalmente nova, sem ninguém para confiar ou desabafar sobre o conflito que acontece dentro de mim.
Também observei uma breve conversa entre o Senhor Hunter e a senhora baixinha de bochechas rosadas, Alícia. Não consegui ouvir pois eles sussurravam, mas sei que era sobre mim pois logo em seguida fui levada junto com Rose para meu quarto.
Alícia nos levou até uma escada que levava ao porão da casa - Vulgo quarto - um local pequeno onde havia duas camas de solteiro com um criado mudo ao lado, na parede há um guarda roupas embutido. Parece ter passado por algumas reformas recentes, mas continua sendo um porão. Não posso reclamar já que eu teria um destino incerto fora da mansão Hunter.
Graças à minha falecida madrinha, Helena, tenho um lugar para ficar após a tragédia que aconteceu. Ainda é complicado para mim falar sobre isso e eu ainda não compreendo o que aconteceu, meus pais não tinham inimizades com ninguém, pelo menos é o que eu sei.
Desde que cheguei nessa casa ainda não troquei palavras com o Senhor Hunter e ainda não saí do quarto, estou aqui dentro a muito tempo. Rose saiu a algum tempo após receber uma ligação que eu não sei do que se tratava, espero que ela volte logo pois não quero passar a noite aqui sozinha.
Ouço passos de alguém descendo a escada e logo em seguida batidas na porta. É Alícia.
- Elisa ... Já está quase na hora do jantar. - Ela diz abrindo a porta devagar.
- Tudo bem Alícia, já vou subir. - Digo levantando-me da cama e amarrando meus cabelos em um rabo de cavalo.
Alícia da um meio sorriso e fecha a porta. Respiro profundamente. Será que devo subir e jantar junto com o senhor Hunter? Não quero ser inconveniente e muito menos incomodá-lo. Mas também não posso morrer de fome nesse porão.
Caminho até a sala de jantar, chegando lá fico mais uma vez impressionada. Essa casa consegue me surpreender cada vez mais em cada cômodo. Sento-me na enorme mesa retangular e torço para que o Senhor Hunter esteja indisposto demais para jantar - sei que é errado desejar isso mas meu corpo treme só de pensar em ficar frente à frente com ele mais uma vez - me assusta mais ainda se surgir uma conversa durante esse jantar.
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Elisa - Vol. I
RomanceElisa Stewart é uma garota de 17 anos, nascida e criada no interior. Vivia uma vida comum até o dia em que seus pais foram brutalmente assassinados. Semanas depois, a garota foi obrigada a viver sob a tutela de Joseph Hunter, um milionário misterios...