O verdadeiro culpado

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Desde que fui informado por meu filho da notícia horrenda que ele se casaria com a tal Elisa, minha mente não descansou mais nem um minuto. Joseph é um Hunter, e os Hunter não casam-se com qualquer uma. Ainda mais uma órfã de família comum. Mas isso não chega a ser o pior, se aquela garota tola soubesse toda a verdade jamais se casaria com ele. Mas vamos deixar o melhor para o final.

A família de Elisa, os Stewart, sempre foram como uma pedra no meu caminho. Seu pai, Edward, era meu primo e sempre teve direito a minha parte na empresa da família. E tudo isso pelo simples fato de eu não ser um filho legítimo. Sim, eu fui adotado. Mas esse é mais um de meus segredos. Ele, sempre com aquele sorriso, fazendo-se de boa pessoa e que não era uma ameça para mim. Mas eu não podia arriscar tudo. Adotado ou não, eu sou um Hunter. Eu nunca perco.

Tudo só piorou quando ele se casou com Isabel. A mulher mais linda que já conheci, nós eramos bons amigos, e por mais que ela negasse, poderiamos ter sido mais que isso. Até que Edward surgiu em seu caminho e tirou-a de mim. Ele podia fingir que não, mas no fundo sabia que eu a amava. Aquele maldito.

Depois que eles construíram sua família, meu pai aconselhou-me a casar com Elena Bouvar, a jovem moça de família nobre, que logo tornou-se Elena Hunter. Tenho que admitir, nunca a amei. Isabel sempre foi a dona de meus pensamentos. Todas as noites eu deitava-me ao lado de Elena e imaginava Isabel. E isso durou anos, até a morte de minha esposa anos depois.

Eu estava decidido a fazer qualquer coisa para casar-me com minha Isabel. Com isso planejei algo que tiraria Edward de sua vida para sempre. Planejei a morte de meu primo. Eu sabia um horário fixo em que minha amada saía com sua filha, Elisa, para caminhar pelo campo todos os fins de tarde. O que eu nunca poderia ter imaginado era que justamente naquela tarde ela não teria ido acompanhar sua filha. Então no horário marcado a casa do Stewart foi incendiada, tirando a vida de Edward e Isabel Stewart.

Se eu me arrependo? Em partes. Arrependo-me de ter matado a mulher que amava. Por não ter sido mais cauteloso. Mas em relação ao meu primo, jamais. Ele teve tudo que mereceu. Tirou de mim o que era mais precioso e em troca eu tirei sua vida. E faria novamente se fosse preciso.


Eu nunca o perdoarei.















Elisa - Vol. I Onde histórias criam vida. Descubra agora