Confronto

5.2K 332 66
                                    

São exatamente 7 horas da noite quando o táxi estaciona em frente a mansão Hunter, os portões se abrem e logo vejo meu filho Joseph e uma garota, que suponho ser a órfã Elisa, os dois com as mãos dadas e sorrindo - o que é estranho conhecendo a personalidade fria de Joseph - a qual Elena, minha falecida esposa, sempre disse que ele havia herdado de mim.

Aproximo-me dos dois, Joseph já está de pé olhando para mim como quem olha para uma visita incômoda. Uma pena, pois eu não vim como visita, eu vim para ficar. A garota continua sentada com seus enormes olhos arregalados e suas expressões de nervosismo ridículas.

- Joseph ... Espero não estar atrapalhando nada. - Digo, claro que ironicamente, não me importa estar atrapalhando.

- É claro que não ... Eu não sabia que o senhor estava na cidade. - Joseph diz, olhando fixamente para mim.

- Eu não tenho que avisá-lo sobre o que faço ou deixo de fazer, Joseph ... Então ... Você é a órfã? - Aproximo-me de Elisa, confrontando-a.

- Ela tem nome! - Diz Joseph, levantando seu tom de voz e confirmando todas as minhas dúvidas sobre o enfraquecimento de sua personalidade.

- De fato ela deve ter .. Joseph, quero conversar com você no escritório.

Meu filho olha para a garota como se conseguissem se comunicar através dos olhares e logo em seguida parte ao meu lado em direção ao escritório.







**









- Você deveria cuidar para que não faltasse nada para a garota ... Mas se apaixonar por ela? ... você é mesmo um fraco. - Digo, sentando-me na enorme cadeira de couro.

- Elisa é tudo que eu sempre quis, e você não irá estragar tudo como da ultima vez!

- Está falando de Luisa? - Sorrio ironicamente - Acha mesmo que eu tive algo a ver com o sumiço dela no dia do casamento? - Passo meus dedos lentamente sobre a mesa.

- Eu não duvido nada de você, Robert. - Joseph aproxima-se da mesa, confrontando-me.

- Ok ... Então, deixemos de conversa fiada e vamos logo ao ponto. - Levanto-me da cadeira e fico frente à frente com meu filho.

- Ao ponto? ... O que pretende dessa vez?

- O que eu pretendo é algo bem simples, e vou encarregá-lo de tudo ... Você tem até amanhã para tirar essa órfã da minha casa! - Digo, batendo o dedo indicador em Joseph.

- Não vou fazer isso. - Joseph diz, seriamente.

- Então eu mesmo o farei, e não será de uma maneira delicada.





























Elisa - Vol. I Onde histórias criam vida. Descubra agora