Um novo sentimento

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O estranho porém não incomum silêncio que ronda essa mansão desde algumas horas, me deixa desconfiado e entediado. Onde está Elisa? Ela costuma ser silenciosa, mas já faz muito tempo que não há vejo. Ouço batidas na porta de meu escritório e torço para que seja ela.

- Senhor Hunter. - Fico decepcionado ao ver o rosto de Alícia. Ela parece estar assustada.

- Algum problema? - Digo, levantando-me rapidamente da cadeira.

- Eu nem sei como dizer isso ao senhor mas ... Elisa não está na casa, e as coisas dela também não.

- Só pode ter sido ele. - Saio rapidamente de meu escritório e subo as escadas em direção ao quarto de meu pai.

Abro a porta sem ao menos bater, e o encontro vestido em seu roupão de banho, segurando uma taça de champagne e com as mesmas expressões irônicas de sempre.

- Onde ela está? - Digo, aproximando-me.

- Eu não sei do que está falando. - Ele diz, com um pequeno sorriso no canto da boca.

- Sabe muito bem do que estou falando, onde está Elisa? - Aumento meu tom de voz e meu pai põe sua taça sobre o criado mudo.

- Aquela órfãzinha que você tanto gosta? Eu não sei. Joseph, você está decadente!

- Eu vou avisá-lo apenas uma vez, se você ousar tocar em um fio de cabelo dela eu não responderei por mim. - Aponto o dedo para o rosto de Robert. Minha respiração está ofegante.

- Sim, eu ia expulsá-la ... Mas parece que a sua amiguinha decidiu ir embora por conta própria. - Ele diz, em um tom irritantemente suave e calmo.







**







- Não há sinal dela em lugar nenhum, senhor! - Diz Edward, enquanto continua dirigindo.

Edward, assim como Alícia, é um funcionário muito antigo da família Hunter. É o motorista particular da família há muitos anos e temos confiança total nele. Já faz mais de duas horas que estamos passando por todas as ruas da cidade procurando por Elisa, com a esperança de que ela esteja bem.

- Já está escurecendo. - Digo enquanto meu coração aperta só em pensar que ela pode estar passando fome ou frio.

- Já passamos por quase todas as ruas da cidade, Senhor Hunter.

- Vamos encerrar as buscas por hoje, Edward. Amanhã continuaremos. Volte para a mansão. - Digo seriamente, mas minha maior vontade é continuar procurando por ela até encontrá-la.









**









Desço até o porão onde Elisa dormia. Ainda posso sentir seu cheiro. É estranho saber que ela não está aqui e mais estranho ainda é não saber onde ela está. É incrível como as coisas mudam, quando Elisa chegou nessa casa eu a odiei. Fiz tudo para que ela ficasse o mais distante possível de mim. E agora, sinto que falta algo, talvez seja seu sorriso, sua alegria, sua beleza. Agora finalmente percebi o quanto minha vida foi medíocre por todos esses anos, eu só pensava em trabalho, negócios, dinheiro e zelar o nome da família. Elisa me ensinou o verdadeiro significado de viver e amar.

Sim, eu a amo.























Elisa - Vol. I Onde histórias criam vida. Descubra agora