A Casa Do Lago Revelações

Autora Eli Souza

*Patrícia*
Alguns meses se passaram desde que assinamos os papéis do divórcio. Foi a última vez que olhei em seus olhos. E o que vi foi ternura , amor e saudade.  Por um momento esqueci de todo o mau. Pensei em desistir daquele divórcio, e correr para seus braços. Mas logo voltei a realidade, e demos continuidade no que  fomos fazer ali. No final, ele disse:
_ Eu não vou te esquecer assim tão fácil. Eu não quero te esquecer e vou te esperar. Pode passar o tempo que for, eu vou te esperar. -falou c um sorriso triste.
Eu não consegui responder , não fui capaz  de sequer olhar p ele nesse momento.

Eu achei que conseguiria seguir minha vida sem pensar nele. Mas não foi assim que aconteceu. As vezes usava um desfarce e ia o olhar de longe. Não iria perdoa-lo, mas também não poderia deixar de vê-lo.
Uma vez acabei me distraindo com um vendedor ambulante, e não vi que o Marcos vinha na  minha direção. Quando vi aquele homem passando por mim e aquele perfume  no ar. Tremi , fiquei pálida , sem direção. O vendedor me acudiu .
_ moça tá tudo bem? O q vc tá sentindo?... Alguém , socorre aqui. A moça está passando mal.
Derrepente aquele perfume estava mais perto. Marcos veio ajudar. Entrei em desespero, e mantive a cabeça baixa . Por sorte, um táxi passava por alí. Ascenei e corri a entrar no táxi. Acredito que ele não me reconheceu. Pois depois de alguns meses ,desde a última vez que nos vimos; engordei quase 10 quilos. Como eu era bem magrinha, esses quilos a mais fizeram meu corpo de menina , se transformar num corpo escultural. Fazia uma maquiagem c traços a modificar um pouco o meu rosto. Com um óculos escuro, e uma peruca ruiva que batia no meio das costas ,era impossível me reconhecer assim sem olhar bem o meu rosto. Fiquei algumas semanas sem voltar lá perto da oficina. Quando voltei, era hora do almoço. Marcos estava no restaurante, entrei e ele estava sentado de costas para a entrada. Aproveitei e me sentei 4 mesas longe da dele. Pedi um suco. E o olhava sem chamar muita atenção.
Susana chegou e se sentou ao seu lado. Aquilo me enfureceu. Peguei minha carteira, tirei um dinheiro e deixei em cima da mesa junto c a comanda. Não esperei o suco chegar. Fui embora.
_ Como eu sou idiota ! Burra . Burra. Por que eu insisto em não me afastar de vez desse que me fez tão mal? Devia ser síndrome de Estocolmo , só pode.
Entrei num táxi com muita raiva. Droga! _ Então ,que sejam felizes.

*Marcos*

Confesso que não foi fácil seguir a vida , depois do divórcio. Mas os meses foram passando e fui me acostumando. Mas nunca deixei de pensar na minha pequena. Mas era preciso seguir adiante.
Perdoei Susana por ter me agarrado na minha casa. Nos tornamos bons amigos. Ela entendeu que era apenas amizade e nada mais. E ela de certa forma me ajudava a seguir.
Nunca mais procurei por Patrícia, respeitei a sua vontade.  Ela sabia que podia voltar quando quisesse , e eu estaria de braços abertos a acolhe-la. Juliana me dava notícias de vez em quando. Sempre dizendo estar bem.
Era minha pequena que eu amava e jamais deixaria de ama-la. Porém senti um interesse por outra mulher. Era apenas uma atração,  não conhecia a mulher. Vi de longe algumas vezes. Uma vez quase consegui conversar com ela. Mas parecia ter pressa e pegou um táxi. Era uma ruiva linda, c um corpão maravilhoso. Foi a primeira vez que me interessei por alguém nesses últimos meses.
Um dia , quando eu estava almoçando no restaurante do hospital, Susana sentou-se do meu lado.
_ Doutor, olha disfarçadamente para trás. -disse ela cochichando. - tem uma mulher que não para de te olhar.
Esperei um pouco , e quando me virei a mulher já estava saindo pela porta. Era ela. A ruiva que eu procurei por semanas. Me levantei e fui atrás para saber seu nome. Mas já estava saindo em um táxi. Não deu tempo chama-la.
Se eu iria seguir minha vida, então  era hora de começar.