A conversa de Luhan e Sehun no jardim

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resolvi postar todos o capítulos que faltam. obrigada aos leitores que deixam o seu votinho. Espero que gostem, amores ^^

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O céu havia se escurecido, as luzes se acendiam aos poucos nos postes do jardim, os idosos iam para os seus quartos no hospital. Deixando aquele local em um silencio quase profundo, que era cortado vez ou outra pelo chiado das folhas secas nas copas das árvores. Em meio ao clima que se esfriava, Sehun e Luhan ainda continuavam sentados no banco de madeira branca. Sehun relativamente longe sentado com os cotovelos apoiados nas coxas finas e o tronco apontando rigidamente para frente, como se fosse quebrar caso ficasse em outra posição. Luhan se mantinha encostado ao banco, com os braços cruzados, porém, com as suas pernas balançando excessivamente para os lados, que de vez em quando parava, para depois começar o ciclo de balaços rápidos, acompanhados pelo mordiscar dos dentes nos lábios inferiores e franzir do cenho.

A vontade de correr para bem longe dali aumentava cada vez que esperava qualquer fala do outro. Que ainda se mantinha em um silencio gélido, quase afiado, lhe cortando qualquer calma que manteve naqueles dias em que ficou no hospital. Já tinha se passado longos cinco minutos e nada. Parecia pouco, mas era o suficiente para fazer o coração do menor se apertar e, o ar pesar mais que o normal em seus pulmões. O loiro estava prestes a falar, não aguentando mais aquele clima, quando Sehun começou a pronunciar as suas palavras em um tom baixo.

— Eu acabei de ter uma consulta com o Doutor Wang e foi muito proveitoso. Nunca tinha falado com alguém sobre mim como hoje. Não foi fácil. Não que tenha sido cem por cento bem na consulta. Mas acredito que boa parte do que conversamos mexeu com muita coisa em mim... – suspirou longamente, mantendo o foco nas flores que eram destacadas pelo tom acobreado da luz do poste.

— Sehun pode parecer grosseiro, mas o que eu tenho a ver com isso? — disse Luhan, descruzando o braço, deixando o peso dos mesmos caírem no banco; "esperei esse tempo todo para ouvir somente isso?", indagou o ômega a si mesmo, ao respirar profundamente, voltando cruzar os braços.

Sehun assim que terminou de falar, suspirou e abaixou a cabeça, voltando com ela para a direção do menor segundos depois.

— Eu falei de nós, de você.

— E?

— Eu descobri que as vezes só em um momento de dor, que descobrimos o peso de nossas atitudes. Eu não sou a melhor pessoa do mundo para dizer isso agora, nesse exato momento, que errei na nossa relação. Não sou tão confiante em dizer que me culpo pelo fato do nosso casamento não ter dado certo, porque tem muita coisa que você me causou, que me deixou magoado.... — a última frase saiu mais baixa, quase quebradiça. Rapidamente tocou o cabelo, passando os fios loiros para trás, desviando o olhar do menor, fitando longamente o chão de terra escura, enquanto mexia os dedos de suas mãos, entrelaçando-os. Suava, mesmo estando frio.

Como conseguiria dizer tudo que queria? Era insano demais para si, era como entrar em um terreno perigoso, parecia frágil e não gostava daquela sensação, principalmente tendo o olhar de Luhan sobre si, lhe vendo daquela maneira tão clara. Tudo que é verdadeiro demais pesa os ombros, incomoda os lábios. Mas há momentos que o peso se faz necessário, pois, ele é o único caminho para se sentir realmente livre. Livre das palavras aprisionadas a tanto tempo em seu peito.

— Sabe, Luhan, eu estava alegre com a possibilidade de ter um filho. Eu posso ter falado aquilo tudo sobre a empresa, sobre o meu pai querer um neto, mas era mentira. Eu não queria saber do meu pai, eu não queria saber de mais nada além do meu filho. Eu menti, eu menti tanto. Agora... sinto tanta coisa. A morte dele me chocou como nunca antes. Talvez tenha sido a primeira vez, desde um acontecimento em um acampamento para alfas, anos atrás. Que algo realmente me... – pausou, engolindo seco. – me abalou. Estou realmente com uma sensação de estar perdido na escuridão, confuso, magoado, frustrado, triste, com raiva. Eu não sei lidar com isso... — segurou a cabeça com duas mãos, sua voz parecia mais baixa.

MEU ALFA - CHANBAEK | ABO - CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora