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Festa dos ex-alunos (Parte 2)

 As lembranças ruins são como uma avalanche, elas vêm e carregam tudo que há de bom.

Chen acendeu os dois incensos em volta da foto emoldurada que estava em uma mesinha no canto da sala. Fechou as mãos, fez uma breve oração aos Deuses, sentiu que poderia chorar, mas preferiu segurar a vontade, pois não havia mais espaço em seu coração para sentimentalismo.

Levantou-se do chão, foi até a pequena sacada e tragou um cigarro. Fazia tempo que Chen havia pegado o hábito de fumar compulsivamente. Ele estava estressado, nervoso, triste, melancólico, mas, principalmente, com sede de vingança.

Olhou para trás depois que terminou seu terceiro cigarro e viu a pouca luz do incenso iluminar a foto de seu irmão que sorria abertamente na fotografia. Ele era idiota, inconsequente, tinha a língua maior que a boca, e mesmo que Chen soubesse dos motivos que levara sua morte, ele não deixaria de dar razão ao irmão, de sentir raiva por sua morte tão repentina.

Pois Kwan era sua única família, mesmo que vivessem separados. Mas era a ele que Chen recorria quando estava enterrado demais em seus vícios. Mas agora estava morto, e ele sozinho.

Seus pensamentos melancólicos foram cortados pelo toque de seu celular. Logo ele tirou do bolso e viu na tela no nome da pessoa que fez com que suasse frio.

— Sim... Eu estou esperando por ela... Não, ela ainda não chegou.... Não contei sobre você, MiHee acha que tudo é somente meu plano... Eu sei, não contarei. Ok, até sexta. — apertou com força o celular em sua mão e respirou fundo antes de colocá-lo na mesinha.

Ele havia se envolvido com gente que nunca imaginou, tudo para ter sua vingança executada com sucesso. Era o tipo de gente fria e calculista que não tinha remorso de brincarcom a vida humana. Chen concluiu isso depois que ele contou sobre o motorista que pagara para atropelar Chanyeol, havia conseguido sair da cadeia e, que o ameaçara contar tudo sobre ele a policia. A pessoa rapidamente se prontificou a cuidar do homem. Que depois nunca mais fora visto. A partir disso, o "Senhor. X", — como às vezes se apresentava —, começou a comandar o plano de vingança. E Chen estava com medo, mesmo que não quisesse admitir.

Mas se lembrava que agora tinha outro benefício, além da vingança. Receberia certa quantia em dinheiro. Que usaria para sair do país para poder viver outra vida, começar de novo. Quem sabe fazer algo que sempre quis fazer, como cursar gastronomia. Já que não tinha conseguido entrar na faculdade de Seul.

— Consegui! — a porta da sala foi aberta bruscamente pela ômega que sorria com alguns papeis em mãos.

— Quantas vezes eu falei para você bater na porta antes, porra! — ditou nervoso indo em direção a garota que nem se importava mais com as falas grosseiras do rapaz. De alguma forma, ambos estavam acostumados um com o outro. Chen tomou de forma bruta os papeis da mão de MinHee, que fez bico com lábios pela brutalidade.

— Hum... Então, esses filho da puta vão passar a lua de mel na ilha Jeju. — sorriu — Não poderiam escolher um lugar melhor, será perfeito para o plano.

— Você já morou lá, não é? — perguntou a ômega indo até o altar do companheiro falecido, acendendo novos incensos para fazer uma breve oração.

—Sim... Por isso eu disse que será perfeito. — sentou-se no tatame para ler com cuidado todas as informações que MiHee havia lhe trazido. Depois iria ligar para aquela pessoa lhe informando tudo.