No Morro da Serra

28

Maria Cecília

Ninguém merece o mal que me faz.
Volte amanhã pra me ouvir te
dizer nunca mais.

Já tem uma semana do ocorrido. Aquele dia eu fiquei na casa da Alexia até no domingo.
Queria evitar que minha mãe me visse naquele estado mas mesmo assim tive que dá explicações aos olhos roxos falando que tinha brigado na rua .

Desde então não botei meu pé mais no morro, o sentimento de amor que eu sentia pelo o Yuri se transformou todo em raiva e rancor. Nada vai cobrir o que ele fez comigo...não foi só um soco não, foi chutes e tapa na cara. Fora os xingamentos que ele me chamou, se n fosse o 155 eu nem sei oq seria de mim agora.

Quando as meninas me viram, eu senti foi vergonha e raiva de mim mesma por ter permitido tudo isso que ele fez comigo

Foi um ano dando amor e carinho e ele me traiu, engravidou outra e ainda me bateu. E o que me machuca é que nem pra ligar ou mandar uma mensagem de desculpas ele foi capaz de fazer

Sempre falei pra mim mesma que nunca ia deixar um homem encostar em mim e agora to eu aqui, apanhando de traficante mas foi a primeira e ultima vez, nem meu rosto ele irá ver mais.

Eric me liga todos os dias perguntando como eu to e quando eu vou pra lá, deixou bem claro que iria conversar comigo quando eu chegasse até pq ele descobriu que o meu ex era o traficante que botou uma arma na cabeça dele e o ameaçou de morte.

Ele queria fazer até uma queixa na polícia mas eu implorei pra não fazer o ato até pq se o Yuri descobrisse, mataria ele sem dó nenhuma.

Aproveitei essa semana e comecei a adiantar as coisas pra transferir minha faculdade pro Canadá

Quero me ver longe daqui o quanto mais rápido possível, longe dele e daquele morro.

Ainda não contei pras meninas, preferir falar na semana que eu fosse até pq elas poderiam soltar sem querer pros meninos e eles contarem pro Yuri e do jeito que eu conheço a peça, não me deixaria por o pé pra fora do Brasil.

Eu tinha ido no postinho e pegado um atestado de uma semana então so estou indo p faculdade de manhã e de tarde fico trancada dentro de casa chorando.  As meninas vem cá quase todo dia me animar, ou algo do tipo mas dessa vez ta sendo pior de superar, as dores do corpo ja passou mas a do coração ainda não.

John me chamou p ir pra casa dele já que hoje ele tava de folga, nem queria ir n mas acabei cedendo por muita insistência

(...)

John: eae Ceci - me abraçou

Maria Cecília: fala comigo John John - entrei dentro do casão

John: qual foi que vc ta abatida desse jeito - me entregou um copo de suco de abacaxi, meu preferido, sem lero.

Maria Cecília: que nada, so cansaço mesmo - mentir, claro. Preferir não contar nem p ele e nem p Enzo do ocorrido, não queria preocupa-los