Capítulo - Conhecendo Meu Filho

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- Emilly? está me ouvindo ? ( uma voz estranha chama minha atenção) 

olho em volta, ainda atordoada pelo que está acontecendo, mais o que está acontecendo? pergunto a mim mesmo, estou num quarto.... num quarto de hospital, a pessoa torna chamar minha atenção...

Emilly- O que aconteceu? ( pergunto analisando o local, meus olhos encontram os olhos de Saulo atentos, um arrepio percorre minha espinha, flashs do que aconteceu pairam em minha cabeça...) -MEU FILHO!? 

Medico- Calma, ele está bem, está no berçário, é um menino forte e saudável, e você também é muito forte por assim dizer. 

Emilly- Mais o que aconteceu? como vim parar aqui? ( indago enquanto ele testa meus reflexos.) 

Médico- Enquanto, estávamos lhe ajudando a ter seu bebê, você desmaiou assim que utilizou suas ultimas forças pra trazê-lo ao mundo, mais houve complicação já que você estava exausta e perdendo sangue ao mesmo tempo então você entrou em choque, e acabou ficando em coma. O tempo também não ajudou e a demora dificultou um pouco as coisas.

Emilly- c-coma?  ( gaguejo) Quanto tempo eu fiquei em coma? 

Medico- sim, você ficou 5 dias em coma, não entendemos o por que você não acordava, já que seus sinais estavam normais no início do segundo dia, parece que algo a impedia de acordar.

Logo me lembro do meu "sonho" com meu outro filho, nossa mais pareceram apenas algumas horas.. 

Medico- Você está sentindo alguma coisa? dor de cabeça enjoo ou alguma outra dor? ( ele me tira de meus pensamentos.) 

Emilly- Não estou sentindo dor nenhuma, mais estou com uma sede terrível, seria capaz de beber litros de água de uma só vez. ( ele ri, como se eu estivesse contando uma piada, reviro os olhos pra sua atitude. meus olhos mais uma vez vão pra Saulo, ainda parado no mesmo lugar, observando tudo, isso me incomoda.)

Medico- Vamos com calma, você terá que beber água aos pouco, seu corpo pode reagir mal a tanto líquido ingerido oralmente devido ao tempo que você ficou sem o fazer. ( apenas confirmo com a cabeça.) -Bom agora se me der licença, acho melhor você descansar um pouco.

O médico sai da sala e as enfermeiras que o aguardava o segue me deixando apenas com Saulo, o que será que está passando em sua cabeça? 

Emilly- Você já viu meu filho? ( quebro o silêncio)

Saulo- eu fui a primeira pessoa a vê-lo, fui eu que tirei ele quando você apagou. ( ele fala calmamente... o que, como assim ele tirou meu filho, fico inquieta.)

Emilly- E-eu não me lembro muito bem do que aconteceu, ele estava bem? 

Saulo- estava sim, a Caren cortou o cordão dele e eu fui cuidar dele, enquanto ela tentava te reanimar. ( suas palavras saíram frias, na ultima parte.) 

Emilly- Entendi, como ele tem se alimentado nesse tempo que eu estive em coma?

Saulo- as enfermeiras dão leite materno a ele com uma seringa, elas me ensinaram e eu dou algumas vezes. ( ele sorri, sua voz está suave nenhum pouco parecida com sua ultima resposta, acho isso estranho. quando ele percebe que eu o estou observando volta a sua postura durona e indiferente, resolvo não perguntar mais nada, só quero ver meu filho amamenta-lo e beber água, fico quieta esperando a água chegar. ) 

Estou parada em frente ao vidro que separa meu filho e eu, uma enfermeira o pega no colo, ele está atento a tudo o que acontece, é um bebê muito esperto, meus olhos enchem de lágrimas ao vê-lo pela primeira vez, ele é branquinho com os cabelos escuros, igual ao de Breno.

Saulo- Você deve entrar pra amamenta-lo ( Saulo me assusta, olho pra ele que está com os olhos grudados no meu filho, isso me incomoda.) 

Entro na  sala dos bebês e a enfermeira me entrega meu filho, meu peito infla com a emoção de segura-lo pela primeira vez, ele me olha atento, seus olhos são escuros como os meus, sua boca, nariz, suas orelhinhas, tudo perfeito e em seu devido lugar, acaricio, seus cabelinhos escuros lisos, choro mais uma vez, aproveitando aquele momento só nosso, meu e do meu pontinho. Tento amamenta-lo mais ele não consegue sugar em meu peito, isso me parte o coração, uma enfermeira percebe o meu desespero e vem me ajudar.

Enfermeira- O que aconteceu senhora? ( ela pergunta com a voz suave.)

Emilly- E-ele não quer mamar em meu seio... por que? meu leite é ruim? ( ela sorri carinhosa.) 

Enfermeira- Fica calma, se você ficar nervosa seu leite pode secar, ele não pega no peito por que já se acostumou a tomar leite só com a seringa, mais não se preocupe vou te ajudar.  

Ela pede licença e segura meu peito próximo a boca do meu filho, e empurra meu braço que o sustenta levemente para que eu o aproxime e assim ele agarra de uma forma que me assusta, ela acaba rindo da minha reação, ele suga com força meu peito, no começo foi um pouco estranho fez cócegas, mais aos poucos estou acostumando com minha nova rotina, isso me enche de felicidade. Meu outro filho vem em minha mente, e ao invez de ficar triste por ele não estar aqui também, estou feliz, por ele está bem,por ele não ter que passar pelas dificuldades que passarei, mais estou ainda mais feliz em saber que ele estará sempre comigo. 

Emilly- Meu pequeno Vitor Gabriel. ( sussurro alisando seu cabelo.) 

Saulo- O nome dele não é esse. ( Saulo mais uma vez me assusta.) 

Emilly- Do que você está falando? esse foi o nome que eu escolhi para ele. 

Saulo- O nome dele é Luka. ( ele declara.) 

Emilly-  Do que está falando? Que direito você tem de escolher o nome do meu filho? ( pergunto indignada, quem ele pensa que é.) 

Saulo- Desde que Eu o registrei com esse nome! ( meu coração para) 


TRAFICADA (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora