TRAFICADA (LIVRO 1)

Capítulo - Surpresa

 Não dormi quase nada pensando nos sonhos malucos que estou tendo, o que será que significam? Depois do ultimo que tive, um sentimento de esperança me invadiu, por mais difícil que seja eu quero lutar por minha vida, a esperança de conseguir sair desse lugar, de me livrar de Saulo, as mortes de Breno, dona Anna e seu marido não serão em vão, apesar de eu sentir muito culpada pelo que aconteceu, mas terei que superar e suportar tudo o que vier pela frente.  Olho a hora, são 6:30 da manhã, me levanto vou tomar banho, não há muito sangue, minha menstruação tá tão fraca, deve ser por que não tenho muito sangue já que não me alimento e nem me hidrato muito bem, deve estar bem fraco, não dou muita importância, termino meu banho, arrumo a cama, não tenho nada pra fazer aqui dentro, resolvo ajeitar as minhas poucas peças de roupas na pequena cômoda e assim faço, dobro tudo e arrumo cada uma em seu devido lugar. Resolvo também lavar o banheiro, preciso reagir ao que está acontecendo, não posso me dar por vencida, tenho que ter fé Deus não vai me abandonar. 

Assim que termino tudo estou limpa e o quarto também tudo limpo e organizado, me sinto leve, em paz comigo mesma, deito pois começo sentir uma dor na barriga novamente, droga isso não vai passar mais não? A porta se abre... estou de costas e não me viro pra ver o que Saulo quer... 

Alguém- Ei menina? (uma voz feminina me chama, me viro rapidamente, e me arrependo logo em seguida pois sinto a dor me consumir novamente, gemo em protesto e a mulher vem para perto.) 

Emilly- Q...Quem é... você? (falo com a voz fraca.)

Mulher- Calma, o que esta acontecendo? Me chamo Caren, sou uma das empregadas...

Emilly- Estou sentindo uma dor terrível no pé da barriga. Onde está Saulo? Ele te mandou aqui?  ( corto-a) 

Caren- respira, ele não está, viajou hoje cedo, ele nem sonha que estou aqui, e nem pode se não ele me mata. 

Emilly- é perigoso, ele é louco. Aiii. 

Caren- Não se meche, vou chamar meu irmão aqui, ele é medico, vai falar o que você tem. 

illy- não é perigoso... Se ele descobrir ele mata você e ele, e depois vai me bater mais e me culpar por ter matado vocês. 

Caren- Fica calma, ninguém vai saber, só tem eu e  meu marido aqui, ele não vai falar. Vou trazer algo pra você comer e beber também. 

Ela não espera eu responder e sai trancando a porta novamente, fico ali deitada processando o que acabou de acontecer, meu Deus por favor que ele não descubra que eles estão me ajudando por favor. 40 minutos depois ela voltou com um homem ao lado que deduzo ser o médico e uma bandeja com bastante comida suco e água, minha boca se encheu de saliva só de ver aquela comida toda. O homem veio para meu lado.

Médico- Oi boa tarde, me chamo Miguel, sou médico, então me diz o que está sentindo. ( ele fala num tom acolhedor) 

Emilly- eu estava fazendo vômito, desmaiando aí ontem eu senti uma dor terrível na barriga que me fez desmaiar, e assim que acordei fui tomar banho e minha menstruação desceu, agora estou sentindo fortes dores no pé da barriga, deve ser cólicas. ( ele me escuta com atenção, anotando algumas coisas num bloco que ele tem nas mãos.)

Miguel- você tem menstruado regularmente todo mês?

Emilly- Não, tem dois meses que não desce. Mais acho que é norma, já que eu.... estava doente. ( Não falo o que passo aqui, já é arriscado de mais eles estarem aqui me ajudando não posso por eles em mais perigo.) 

Miguel- Hum, entendo. Pode me indicar onde dói? ( ele fala aproximando a mão de minha barriga) 

Emilly-  nesta região. ( aponto o local onde a dor está presente, felizmente não tão forte.) 

Miguel- vou pressionar levemente, me fale se doer. ( ele aperta levemente, movendo a mão de forma circular.) 

Emilly- aaaiiii, pare por favor ta doendo muito... 

Miguel- Calma, me desculpe, quando sua menstruação desceu como foi o aspecto? e como ela está agora? ( ele volta a anotar em seu bloco e me olha fixamente.) 

Emilly- Saiu um grande coágulo de sangue na hora, e agora está com um fluxo muito pouco. ( ele anota tudo.)

Caren- Então Miguel, sabe o que ela tem? (ela que até então observava tudo e não dizia uma palavra, se pronuncia.) 

Emilly- E aí doutor? 

Miguel- Emilly, quanto tempo tem sua ultima relação sexual? 

Emilly- Tem dois meses e 3 dias, por que? ( graças a Deus Saulo não me estuprou mais, apenas me espanca e me deixa passar fome, minha ultima relação foi com Breno.) 

Miguel- Quero ter certeza de minha suspeita...

Emilly/Caren- Que suspeita? ( falamos juntas) 

Miguel- Você estava grávida e teve um aborto espontâneo, infelizmente....