Capítulo - Hormônios

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Estamos a exatamente três semanas em paz, Saulo nem parece aquele monstro que eu conheço, hoje é minha primeira consulta pré-Natal, decidimos fazer depois de três semanas por que provavelmente já dê pra ver o sexo do bebê, eu estou tão ansiosa, estou procurando uma roupa que caiba em mim, mais tá difícil encontrar, as minhas poucas roupas estão todas apertadas, eu normalmente fico sempre de camisola ou com alguma camisa de Saulo já que fica praticamente um vestido pra mim. Suspiro frustrada, e começo a chorar, droga de hormônios, li sobre isso em um dos livros que Caren trouxe pra mim,  quando a mulher engravida os hormônios ficam a mil, estou propícia a chorar até com um filme de comédia, no instante que estou numa imensa felicidade bete uma tristeza, é uma loucura. Desço as escadas chorando e vou me encontrar com Caren, talvez ela me ajude.

Caren- Milly o que aconteceu, está sentindo alguma coisa? (Ela me pergunta preocupada)

Emilly- Eu não tenho nenhuma roupa Car, as poucas que tenho não cabem mais em mim, como irei pra consulta hoje parecendo uma mendiga?(  Falo entre soluços, ela ri de mim. Não acredito que ela está rindo de mim.)

Caren- Ah Milly, é só isso, que susto que você me deu, Desamarra essa cara, não tenho culpa se você está fazendo tempestade em copo d'agua. (ele me repreende pois fechei a cara pra ela)

Emilly- Não é tempestade, como vou pra uma consulta se não tenho roupa? (ela revira os olhos)

Caren- Vem, vamos ver as opções, irei falar com o senhor Saulo sobre suas roupas depois. 

Ela me guia de volta ao meu quarto, remexe no guarda roupa e tira todas as roupas de lá fazendo a maior bagunça, olha uma e outra e constata o que eu havia falo, realmente não tenho nenhuma roupa que não mostre a barriga ou que feche e minha cintura, ela suspira derrotada, para por alguns instantes pensando em algo, e depois é como se estivesse acendido uma lâmpada em sua cabeça.

Caren- Já sei, espere aqui Milly, volto num instante, acho que já sei o que irá vestir. 

 ela sai feito um jato do quarto, só espero que ela não tire uma das cortinas da sala e enrole em mim dizendo que é um vestido. Alguns minutos depois ela retorna com um embrulho nas mãos e me entrega. Abro rapidamente rasgando todo o embrulho e se revela uma estampa muito linda nos tons de azul claro, médio e escuro, abro o tecido e um lindo vestido se forma estendido diante de mim.

Emilly- nossa é lindo. Será que vai servir?

Caren- Só irá saber se experimentar Milly, comprei ele à algum tempo quando achei que estava grávida, isso foi antes de eu fazer o exame e descobrir que não posso ter filhos. ( amo quando ela me chama de Milly.) 

Emilly- oh Car sinto muito. (ela logo muda sua feição, ela não gosta de pensar nisso apesar de já ter superado.) 

Entro no banheiro pra vestir o vestido e ver como fica, ele é longo e se ajusta perfeitamente ao meu corpo agora com a barriga mais aparente, fica lindo em mim, respiro aliviada, ao menos terei com o que ir, saio do banheiro e Caren me aguarda sentada na cama, ela fica contente quando vê que o vestido coube direitinho em mim, posso ver isso no brilho de seus olhos.

Caren- nossa Milly, ficou perfeito em você, está maravilhosa.

Emilly- obrigada Car, eu também amei. ( falo animada.) 

Termino de me arrumar, faltam 20 minutos pra minha consulta, Saulo disse que iria mais demorou de mais, peço pra Caren falar com o motorista, logo ela retorna dizendo que ele já está a minha espera, pego minha bolsa e saio, Saulo me deixa vir pro jardim sempre que eu quero, só não posso sair pelos portões, ele ameaçou dizendo que se eu tentasse fugir ele iria me encontrar e tiraria meu filho e o mataria em minha frente, pelas experiências que já tive com suas ameaças não o desobedeço e também se eu colaboro com ele sempre tenho minhas regalias, já aconteceram episódios dele se enfurecer por eu contraria-lo e ele me castiga de alguma forma, não quero mais isso, quero que minha gravidez seja saudável e pacifica. Olho pro jardim que já estou familiarizada entro no carro, o carro da partida e sai lentamente quando saímos pelo portão o carro para bruscamente. 

Emilly- droga, o que aconte... 

Saulo- O que pensa que está fazendo? ( Saulo abre a porta do carro e fala entredentes comigo.)

Emilly- Eu.. Eu estava indo pro consultório.

Saulo- EU FALEI PRA ME ESPERAR, O QUE CUSTA VOCÊ ME OBEDECER? ( Ele grita exasperado)

Emilly- Mas você demorou, já estava quase atrasada, não queria chegar lá tarde. 

Saulo- foda-se, eu pago por essa merda chego a hora que quiser. 

Emilly- Me desculpe eu só...

Saulo- Tá Tá, já entendi vamos logo, antes eu desista e te tranque dentro daquele quarto. ( Suas palavras são frias, me encolho no banco, ele entra  e senta ao meu lado, dá a ordem pra que o motorista siga. ele vai todo o caminho sem me dirigir a palavra, quando paramos em frente ao consultório, eu ia sair do carro quando ele me puxa pelo braço apertando.

Emilly- Ai Saulo você está me machucando.

Saulo- Aja naturalmente está me ouvindo.

Emilly- Não se preocupe. 

Puxo meu braço de seu aperto, e abro a porta do carro saindo, ele sai de seu lado e vamos juntos pra dentro do consultório, esperamos alguns minutos e como chegamos em cima da hora logo sou chamada.

TRAFICADA (LIVRO 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora