A pior parte de ser uma agente investigativa é investigar, mas, estranhamente, é uma das melhores partes também. Eu vejo isso como uma faca de dois gumes, pois pense bem... É bem estressante quando você se esforça muito e não consegue descobrir quase nada, mas quando você finalmente captura o sujeito, você começa a sentir uma sensação tão boa e satisfatória que te faz querer ainda mais daquilo. Por enquanto... Eu estou na pior fase.
-Aff.
Bufo enquanto enterro meu rosto entre meus braços cruzados sobre minha mesa, derrubando meu caderno de anotações vermelho no chão.
-Tudo bem, capitã?
Ergo a cabeça ao ver Eld olhando para mim com as sobrancelhas franzidas. Esta cena era meio comum quando recebíamos um caso difícil, mas, por algum motivo, ele sempre ficava meio preocupado com a minha situação, provavelmente é porquê ele é meu braço direito aqui.
-Claro que está.
-Quer dar uma pausa?
-Se eu quisesse, já teria feito isso.
Depois disso ele se calou. Meu esquadrão sabe muito bem que, quando estamos com um caso em aberto, eu não descanso até conseguir respostas concretas e que meu jeito de agir muda totalmente.
-Eld, me traga uma água de coco, por favor.
Pedi para ele a minha bebida favorita enquanto massageava as têmporas com as minhas mãos. Eu já estava procurando alguma pista já faz dois dias e não tive progresso nenhum. Curiosamente, mesmo sabendo os nomes de cada membro do trio, não há nenhuma informação individual sobre eles na internet, é como se os três estivessem usando alguma identidade falsa muito bem feita. Não é possível... Tem que ter alguma pista, TEM que ter...
Olho para a tela inicial de meu computador onde continha um papel de parede de um dos meus jogos favoritos: Deltarune. Os símbolos das asas ao lado de um círculo central com os três triângulos abaixo me fazem viajar na maionese, pensando em todo quanto é tipo de coisa, e apenas volto ao mundo real quando sinto o maravilhoso cheiro de água de coco.
-Aqui está.
Eld deixa o copo ao lado de meu computador e eu o agradeço. Me estico em minha cadeira e aprecio um gole do líquido antes de começar a pensar novamente. Não, ninguém é perfeito. Esses caras devem ter deixado algo para trás...
-Capitã?
Saio dos meus devaneios quando Gunther me chama.
-Sim?
-Encontramos uma chamada interessante em um dos celulares grampeados por nós a um tempo atrás.
Franzo as sobrancelhas e empurro minha cadeira até eles com os pés, já que a mesma tinha rodinhas. Paro em frente à mesa do rapaz e olho para seu notebook que tinha em sua tela a característica página de ligações grampeadas.
-O que é que tem?
-Esse celular é de um homem que foi condenado à 2 anos de prisão por tentativa de homicídio ao leste de Los Angeles, mas acabou sendo solto a três anos atrás por falta de provas. Seu nome é Benjamin Goodsell. Como você formou esta equipe a 2 anos, não ficou sabendo disso.
-É verdade... Você está aqui a uns meses a mais que eu.
-Sim, então pude acompanhar quando a polícia grampeou esse número sem que o sujeito saiba.
-Ótimo, e o que diz nesta ligação?
-Ao que parece, ele ligou para o Wings of Freedom uns dias atrás, então acabei descobrindo essa ligação enquanto verificava a pasta de números grampeados.
-Perfeito. Conseguiu localizar o lugar em que os dois estão?
-Benjamin estava em um beco em Chicago, mas, estranhamente, é impossível conseguir achar a localização exata do grupo.
Olhei para aquele mapa de rastreamento mostrando apenas um pontinho vermelho, cujo mesmo determinava o criminoso. Cerrei os dentes com essa evidência e estralei a língua.
-Esses malditos... Devem usar um celular descartável para a comunicação.
-Também pensei nesta possibilidade.
-Gunther, coloque a gravação para ouvirmos.
O áudio começou e a voz de Goodsell soou.
-Alô, é do grupo Wings of Freedom?
-Sim, com quem eu falo?
A voz da pessoa do outro lado estava modificada para não descobrirem de quem pertencia. Até que, para um assassino, essa pessoa era bem educada...
-Sou Benjamin Goodsell. Preciso que façam um trabalho para mim.
-Ótimo, e quem seria a vítima?
-Meu pai, Oslo Nunes.
-E o que te faz querer matar o próprio pai?
-Isso é uma coisa entre eu ele.
-Eu não posso executar um trabalho em que não sei nem ao menos o motivo do assassinato... É sem graça.
-Assassinos de uma figa... É apenas uma questão de vingança.
-Ah, aí sim... Te encontro onde?
-No lugar em que todos se encontram.
-Certo.
A ligação termina e o silêncio reina naquela sala. Fecho meus punhos com força e bato na mesa, exclamando um palavrão em alto e bom tom.
-COMO ASSIM O "LUGAR EM QUE TODOS SE ENCONTRAM"?
Fecho meus olhos e apoio minha cabeça em uma mão.
-Talvez seja um local de encontro secretos apenas para criminosos.
Oluo falou.
-Pode ser, mas isso não é uma pista muito favorável.
-Ou talvez seja, já que, dois dias depois dessa conversa, Oslo Nunes realmente foi encontrado morto em sua casa.
Petra comentou enquanto buscava algo em seu computador. Ela era a responsável pela ficha de morte das vítimas aqui.
-Todas as evidências indicam um caso de suicídio, já que o cara estava enforcado e sem quaisquer sinais de agressão física, igualmente sua casa que estava sem pistas de invasão. Que terrível... Se fomos enganados com isso, imaginem quantos assassinatos eles podem ter cometido bem debaixo de nossos narizes.
-Sim, e tem mais, não podemos simplesmente fingir que somos algum criminoso, já que esses caras são espertos e podem muito bem pesquisar na internet. Somos figuras conhecidas pelo Estados Unidos inteiro.
O comentário de Eld fez uma pequena luz brilhar em minha cabeça, me fazendo levantar de minha cadeira rapidamente.
-Capitã?
-Eld, você é um gênio.
-Ah... Oi?
-Você mesmo disse. Somos conhecidos no país inteiro, não é? Então é só pegarmos um criminoso e nos usar como isca.
-Espera... O que??
-Só aguarde. Irei conversar com Erwin sobre isso depois do almoço e então falaremos no assunto.
Olhei o horário em meu celular e percebi que já eram 12:30. Minha barriga já começou a dar indícios de fome.No refeitório...
-Comandante?
Chamei o loiro que estava sentado em uma mesa mais afastada do local com Hanji.
-LARINHAAA.
Ignorei a morena completamente.
-Lara? O que te trás aqui?
-Preciso conversar com você depois.
-Tem a ver com o caso?
-Totalmente.
-Ok. Não quer sentar-se com a gente para o almoço?
-EI, EU ESTOU AQUI!
A tenente continuava escandalosa.
-Ah, não, obrigada. Não quero segurar vela.
Sim... Os dois, surpreendentemente, estavam juntos a ameses.
-Você quem sabe.
-EI!
Decidi dar atenção à mulher ali presente.
-Oi, Hanji.
-Finalmente me deu atenção, em. E aí? Como vai a investigação?
-Vai bem, obrigada.
-Não quer se sentar MEEESMO com a gente?
Dou uma risada nasal e balanço a cabeça em negação.
-Agradeço novamente, mas eu passo por hoje. Tenho umas coisas a fazer.
-Aaah, que pena... Certo, então. Tchauzinho.
Me despeço deles e vou me sentar na parte mais afastada do refeitório, colocando meu fone de ouvido com uma boa música e abrindo no aplicativo SpiritPad.
1 nova notificação
Arqueio as sobrancelhas ao ler o aviso no design azul do aplicativo. Abro a central de notificações e vejo o que era.RivAc comentou em Capítulo 3 de Conquistas Virtuais: Ótimo capítulo, como sempre. Livros assim são difíceis de achar, então sempre aprecio os escritores que conseguem isso. Gostaria de conversar com você um dia, LightningDust.
Certo, agora eu estou surpresa. Tudo bem que ele me acompanhou desde que eu comecei, mas esse cara nunca fez nada parecido.
Dei um sorriso com isso e abri a opção de Chat Privado do aplicativo. Selecionei o destinatário e mandei a mensagem.L.D.= Oi.
Bloqueio a tela do aparelho e dou uma mordida com gosto em meu sanduíche de presunto. Minha comida favorita era sanduíche, hambúrguer, ou qualquer outro nome que queira dar. Quando vejo um em minha frente, devoro na hora.
Para minha surpresa -mais ainda-, a resposta dele veio rápido. Abri novamente o aplicativo e vou em seu chat.
RivAc= Olá, vejo que leu meu comentário.L.D.= Li sim, então pensei... Por quê não cumprir o desejo de um leitor que sempre me acompanhou? :P
RivAc= Agradeço a compaixão c:
L.D.= Então... O que queria falar comigo?
RivAc= Sei lá, apenas quis te conhecer, afinal, fui um de seus primeiros seguidores e nunca trocamos palavras sem ser por comentário.
L.D.= Realmente. Na verdade, é a primeira vez que uso esta função do aplicativo .-.
RivAc= Bom saber que fui o seu primeiro ;)
L.D.= Ha Ha, besta... -_-
RivAc= Disponha, haha. Droga... Tenho que ir agora :( conversaremos mais tarde, certo?
L.D.= Claro ^^ então até depois.RivAc= Até.
Sorrio de canto ao perceber que ele é um cara bacana, até.
Termino meu lanche e me concentro apenas em terminar o capítulo em que havia começado ontem à noite.
===
oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*
Qualquer erro, me avise, ok? ^^
VOCÊ ESTÁ LENDO
Assassino Perigoso
Fiksi Penggemar//+16 ~~~~ contém linguagem imprópria\\ A vida no FBI se resume, muitas vezes, em caçar assassinos e investigar assassinatos; e isso não mudou para Leonor, capitã de uma equipe especializada em capturar os piores dos psicopatas de Los Angeles e re...