Assassino Perigoso

17

Após sair de perto de Levi, entro em minha sala e encontro quase todos dos meus subordinados prontos para o treino. Deduzi que Oluo não estava ali pois tinha ido ao banheiro lavar a língua que tanto mordia.
-Estão prontos?
-Sim, capitã.
-Ótimo. Espero vocês no campo de treinamento daqui cinco minutos. Os três novatos treinarão junto com vocês.
Todos concordam e eu fecho a porta, andando novamente pelos corredores com uma toalha no pescoço. Vou rápido ao banheiro e saio para o campo aberto de treino. Esse campo tinha uma pista de corrida com vários obstáculos nela, além de ter um muro de escalada, barras para exercícios, um percurso completo no qual todos devemos passar, além dos equipamentos de peso usados para fortalecer os braços e pernas.
Quando paro para olhar tudo isso, me lembro da época em que eu era uma novata aqui. Tinha passado entre os cinco melhores e acabei ficando no esquadrão de Erwin, já que o mesmo era um capitão antes de se tornar comandante. Mike acabou se tornando um dos meus "guias" aqui dentro, e me lembro até quando o conheci. Foi engraçado, pois quando ele começou a me cheirar, eu assustei e dei um peteleco em seu nariz. Ele ficou tão bravo que me fez dar vinte e cinco voltas na academia inteira correndo por isso, já que ele já era um tenente na época. Ele não é de abusar do poder, mas quando você consegue o irritar, é melhor tomar cuidado.
Saio de meus devaneios quando ouço as vozes de minha equipe se aproximando. Olhei para trás e vi todos eles conversando alegremente entre si, até mesmo Levi, Farlan e Isabel estavam inclusos nessa. Sorrio ao perceber que os três estavam se dando bem com meu grupo, mas também fico preocupada com a possibilidade de perdê-los para a polícia militar.
Depois de um certo tempo, todos estão devidamente alongados e prontos para o treino. Levi não tirava seus olhos de mim e percebi a intensidade de seu olhar. Com certeza ele estava irritado com a minha saída repentina depois de tê-lo provocado-o levemente no bebedouro, mas apenas dei um rápido sorriso brincalhão para ele. Logo comecei a dar as ordens sobre o treino, cujo mesmo fez um progresso enorme acerca de resistência e trabalho em equipe.

  [...]

  Quando me dei conta, já eram seis da tarde. Depois de vários treinos e arquivamento de casos, resolvi treinar minhas próprias habilidades. Fui até a quadra e cronometrei o tempo que demorei para correr uma volta inteira na quadra. Toda a minha equipe estava na sala de trabalho depois de terem tomado um banho (como sempre os obrigo depois de um treino), então a quadra estava livre somente para mim.
  Quando terminei meu percurso, percebo que atrasei três segundos do meu tempo habitual. Normalmente corro isso aqui em trinta segundos, mas acabei demorando uns trinta e três. Parece pouca coisa, eu sei, mas um milissegundo faz muita diferença na hora de desviar de uma bala. Vai por mim, um segundo pode salvar uma vida.
  Comecei a treinar minha impulsão e mira na cesta de basquete que havia lá. Basquete era um de meus esportes preferidos, mas nunca tive a oportunidade de treinar pra valer já que sempre morei longe de quadras de esporte e tal. Porém eu sempre acertava a cesta depois de poucas tentativas. Eu chamo isso de dom natural, se não aceita, chame do que quiser.
  Na minha época de escola eu me destacava entre as melhores na educação física já que sempre fui muito ativa nos esportes. Isso me fez ser tachada de esquisita já que meu corpo demorou para se desenvolver por completo, então eu sempre ficava meio estranha em uma bermuda com uma blusa. Mas vai por mim, o tempo me deu uma transformação incrível, pena que um certo alguém não soube dar valor à isso enquanto pôde. E esse alguém hoje é comandante da polícia militar.
  Balanço minha cabeça para afastar meus pensamentos daquele babaca e tento me concentrar em outra coisa, mas isso se torna impossível quando o treino recente passa em minha mente. Todos estavam se esforçando para dar o melhor de si, mas como o sol não ajudava, dei a permissão para que se refrescassem da maneira que acharem melhor. Bom, Petra e Isabel jogaram água em seu corpo, mas os rapazes foram outra coisa. Eu já sabia que eles tiravam as camisas, já estava acostumada, mas não me dei conta de que ele também ficaria sem.
  Achei que era perseguição. Parecia que quanto mais eu queria tirá-lo da cabeça, mais ele me provocava. Então esse foi o dia em que precisei me concentrar ao triplo no que eu estava fazendo apenas para não cair nos encantos de Levi Ackerman. Não cairia tão facilmente, mas se ele realmente continuasse me provocando igual ele fez hoje no bebedouro, posso acabar cedendo. Ah, ele tem atitude, o que já é difícil de encontrar...
  Deixei esses pensamentos de lado quando a frustração de ter errado uma cesta me toma. É claro que eu não era perfeita, eu erro também. Acabei decidindo parar um pouco para descansar. Sentei-me no banco do canto da quadra e tomei um pouco de água de minha garrafa. Daqui a poucos minutos eu iria embora para casa e finalmente eu deitaria em minha cama com minha gata. Essa é a melhor sensação do mundo para mim.

  [...]

-Finalmente!
  Relaxo em minha cama e deixo o celular de lado. Até que enfim eu tinha terminado o décimo capítulo de meu livro Conquistas Virtuais. Olho no relógio digital em meu criado mudo: exatamente  duas e sete da manhã. Eu não iria conseguir dormir hoje por causa de minha animação sobre o capítulo, já que fico muito animada e pensando nas possíveis possibilidades de continuação para meu livro. Eu sempre fazia isso depois que atualizava um capítulo: deitava na cama, olhava para o teto e ficava imaginando coisas que eu poderia colocar em palavras. Normalmente isso rendia oitenta porcento do conteúdo, os outros vinte eu pegava como referência da minha vida.
  Tomo um gole de minha garrafinha de água que deixo do lado de minha cama e ajeito minha camisola que vai até a coxa. Odeio quando estou deitada e ela fica subindo.
  Já estava imaginando como que eu explicaria que a protagonista NÃO estava morta, somente sequestrada, quando meu celular ligou e mostrou uma notificação. O primeiro comentário era de meu seguidor mais fiel. Vocês já devem saber.

  Rivac = Ela não morreu queimada, tenho certeza.

  Sorrio ao ler o comentário e abro o WhatsApp, procurando o contato Rivaille. Penso de devo fazer o que estou pensando mas logo deixo as dúvidas de lado. Melhor fazer logo antes que perca a coragem.

  L = Olha, parece que o espertinho acertou.

  Demorou cerca de um minuto até ele me responder.

  R = Já tinha certeza disso... Você é muito previsível, sabia?

L = Eu? Prefiro me chamar mais "clichê" e o que faz acordado a essa hora, em?

R = Insônia ataca, as vezes... ah, e eu adoro clichês, sabia?

L = Pois saiba que minha vida é cheia de clichês.

R = Posso saber o motivo?

L = Digamos que uma pessoa muito clichê apareceu na minha vida clichê fazendo coisas clichês e agora eu não paro de pensar no que essa pessoa me falou. Clichê, não?

R = Quanto mais você fala, mais eu tenho vontade de descobrir mais sobre esses seus "clichês".

L = Flertando, por acaso, Rivaille?

R = Como descobriu?

L = Sou perita em desvendar clichês ;)

R = Sabe o que é mais clichê?

L = O que?

R = Seria clichê eu, na verdade, ser o seu vizinho que está prestes a ir até aí para te cobrar aquela visita noturna que ele ficou te devendo mais cedo?

  Franzo as sobrancelhas e arregalo os olhos ao ler a mensagem. Não seria possível esse cara ser o mesmo cara no qual eu pensei o dia inteiro hoje. Ou poderia?
  Sim, poderia. Sabe como? Pois cerca de dois minutos depois, a campainha tocou. Não que eu esteja nervosa pela "visita", mas estou chocada com o fato de que eu estive sendo acompanhada por um cara do crime no qual eu sempre quis capturar. Ainda estou digerindo essa situação já que eu não queria que minha mente paranoica fosse tomada novamente.
  Uns segundos depois, recebi mais uma mensagem.

  R = Fugindo de mim? É sério? Que clichê...

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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

(Spoiler de Insuportável hehehe)

NÃO REVISEI, SORRY