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  Acordei com o meu despertador soando lá da sala. Era bem cedo, ao que parece, e tenho que ir trabalhar. No entanto, um braço forte me impede de levantar, o que me faz soltar uma pequena risada.

-Levi, tenho que ir desligar o despertador e me arrumar pro trabalho.

  O abraço fica mais apertado e o moreno afunda seu rosto no meu pescoço.

-Sério mesmo? A séculos eu não tenho uma boa noite de sono, não queria desperdiçar essa.

  Faço um pequeno carinho no braço dele.

-Infelizmente é sério.

  O abraço se afrouxa após um resmungo e eu me levanto da cama com um sorriso no rosto. Eu estava apenas com a minha calcinha pois não costumava dormir totalmente nua, diferente do homem ao meu lado, que não se importou em dormir sem nenhuma peça de roupa.

-Vai, levanta, temos que chegar bem cedo lá pra colocarmos as tornozeleiras eletrônicas em vocês.

  Bato de leve no abdômen dele, vendo-o colocar um de seus braços sobre a cara.

-Já vou, vai se arrumando aí.

  Dei de ombros e busquei minha gata para, logo em seguida, colocá-la em cima dele.

-Tá, ela faz companhia pra você.

  Soltei uma risadinha ai vê-lo acariciar a siamesa e segui em direção à sala para desligar o despertador e começar a fazer o café da manhã.

  Enquanto os ovos fritam, vou escovando meus dentes e penteando meus cabelos, depois volto para a cozinha e termino o desjejum -isso após colocar uma blusa folgada em mim-.

  Levi vem para a sala bocejando usando somente sua cueca, igual a ontem de manhã.

-Hoje tem o que pra comer?

  Ele pergunta, se sentando à mesa junto comigo.

-Suco de maçã com pão com ovo.

O vejo pegando o suco com o copo que eu havia deixado ali para ele.

-Dormiu bem hoje, pirralha?

Tomo um gole do suco.

-Maravilhosamente bem. E você, senhor Ackerman?

Olho para ele com uma sobrancelha levantada e um mínimo sorriso no rosto.

-Nem imagina o quanto.

Sorri para ele e terminei meu café, me levantando e tirando as migalhas que caíram em minha blusa. Fui para trás do moreno e comecei a mexer em seu cabelo, desemaranhando um nó ou outro que ali estava.

-Estou feliz que vai ficar conosco na delegacia.

-Estou é surpreso por ainda ter fé em mim depois de saber daquela missão que eu e os outros pegamos.

-Eu vejo que mudou de ideia.

-Lara, eu poderia ter matado a você e a Erwin.

Paro de mexer no cabelo dele e o abraço.

-Mas não matou. E outra, eu sei enxergar a sinceridade nos outros, fiz o FACS, um curso de detecção de microexpressões faciais e o estudo do comportamento humano. Não vejo nenhum sinal de comportamento duvidoso vindo de nenhum de vocês três.

  Levi vira um pouco seu rosto e consigo ver uma expressão de confusão em seu rosto, e dou uma risada disso. Baguncei um pouco o cabelo dele e avisei que iria me arrumar para podermos sair.

Assassino PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora