Depois que o expediente acabou, vou correndo me encontrar com Erwin e tirar à limpo aquela história que Hanji contou. Procuro pelo loiro em todo o canto e não o acho, foi como se ele tivesse sumido ou coisa do tipo. Nada nos corredores, nada em seu escritório, o guarda que fica na recepção constatou que ele ainda não fora embora... Só restava um lugar.
Caminhei até a ala dos banheiros masculinos (cujos corredores estavam vazios, ainda bem) e encostei meu ouvido na parede, conseguindo ouvir uma voz bem conhecida. Bingo.
-Então, Levi, está cogitando a ideia de entrar aqui?
Ao que parece, o outro não respondeu. Ouvi o loiro suspirar do outro lado.
-Tudo bem, mas quero que saiba que a Polícia Militar está disputando contra nós, então caso não quiserem ficar na Exploração, tenham em mente que o único lugar que irão será a cadeia. A escolha é de vocês. Poderão emprestar a sua força para a humanidade e, em troca, não irão presos.
Dito isto, ouvi passos para fora, então para ver se esse diálogo teria continuação, me escondi agachada atrás de um grande vaso de plantas que havia ali. De repente consigo ouvir a voz de Ackerman.
-Ei!
O comandante se vira.
-Eu entro para a tropa.
Um sorriso cresceu em meus lábios quando ouvi isso vindo dele.
-Agradeço a escolha, Levi. Ah, Hanji está combinando de irmos sair hoje à noite, gostaria que fossem também.
-A tenente comentou algo do tipo mais cedo. Nós não deveríamos ficar em nossos dormitórios?
-As leis permitem um "prisioneiro" desse tipo sair, mas somente se estiver acompanhado de um responsável da polícia. Só vai ter a polícia lá, então não tem problema.
-Certo. Então nos vemos mais tarde.
Ouço os passos do comandante ficarem mais distantes até ouvir o som da porta principal se fechando, indicando a saída do mesmo. Levi ficou apenas parado no mesmo lugar como uma estátua. Eu iria esperá-lo sair e...
-Pode sair daí de trás da planta, capitã.
Arregalei levemente os olhos com a fala repentina dele e me levanto rapidamente.
-Quando...?
-Percebi sua presença logo quando saí do banheiro. Não é muito legal ficar espionando a conversa dos outros.
Quando o vi, ele já tinha passado por mim e seguia rumo aos dormitórios. Corri até o moreno e fiquei lado a lado com ele.
-Como é que você me viu lá?
-Eu não sou cego. Tinha outros lugares melhores pra se esconder, mas vaso de planta?
-Foi a única coisa que pensei na pressa. Ah, mudando de assunto, fico feliz que decidiu entrar. Tenho certeza que Zackly entenderá nosso ponto de vista.
-Hum.
Um silêncio desconfortável ficou entre nós durante o caminho até seu dormitório. Quando Levi chega à porta do mesmo, interrompo-o.
-Ei, vocês vão ir com quem, afinal?
-Existe umas coisas chamadas pés. Estávamos usando eles para vir até aqui.
Reviro os olhos.
-Eu venho buscar vocês, então.
Ele olhou para mim estranhando minha decisão.
-Por que razão?
-Existem várias, mas eu quero, principalmente, tirar esse clima estranho que ficou entre todos vocês para comigo, então eu quero ter uma chance de conhecer melhor meus futuros colegas de equipe.
-Seus futuros subordinados, você quis dizer.
Aperto a ponte do nariz.
-Olha, eu posso até ser capitã, mas não abuso do meu posto para receber tratamento especial ou para rebaixar outros soldados. Estou aqui apenas como líder da minha equipe, eu os conheço bem e os ajudo quando precisam.
-Não foi o que eu percebi durante o treino.
-Levi, vocês precisam de disciplina, a começar. Preciso dar isso a vocês de uma maneira saudável. Infelizmente, eu não posso fazer à "moda antiga", que era simplesmente espancar os outros que resolvia a situação.
-E porquê não faz? Na minha opinião, a melhor forma de disciplinar é pela dor.
-Eu também achava, mas Erwin me ensinou o contrário. Além de tudo, existe uma lei contra a violência, então ter policiais infringindo a lei é meio contraditório, não?
Ri do meu comentário.
-É... É um bom raciocínio.
Um silêncio constrangedor se instala no local. Eu apenas desviava meu olhar para os quadros e salas que tinham por aqui; evitava contato visual. Isso durou um tempo até eu decidir falar algo.
-Então...... Te vejo depois. Fale para seus amigos que passarei aqui daqui duas horas.
-Certo.
Ele diz enquanto entra em seu dormitório sem ao menos falar um "tchau", batendo a porta na minha cara. Dou de ombros e me viro para sair da agência.
Chego ao estacionamento e entro no meu carro. Quando dou partida no mesmo, meu celular vibra, dizendo que tenho uma nova mensagem.

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Assassino Perigoso
Fiksi Penggemar//+16 ~~~~ contém linguagem imprópria\\ A vida no FBI se resume, muitas vezes, em caçar assassinos e investigar assassinatos; e isso não mudou para Leonor, capitã de uma equipe especializada em capturar os piores dos psicopatas de Los Angeles e re...