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  O fim de semana passou voando. Sábado eu acordei somente para jantar e acordei uma hora da tarde no domingo. Provavelmente eu só acordei naquele horário por causa do maldito do meu irmão brincando com minha gata. Ele tinha feito um "percurso" para ela com almofadas do sofá e cadeiras da mesa. Claro que, quando vi aquilo, fiquei puta da vida e quase joguei aquela cadeira na cabeça dele, mas quando vi a felicidade que Gatola estava, decidi que daria mais uma chance a ele.
  Bom, nem preciso falar que depois daquele ocorrido eu voltei a dormir e só acordei hoje as cinco da manhã, não é? O Sol ainda nem nasceu e eu estou aqui completamente acordada. Como estou sem nada para fazer até dar sete horas, vou para meu computador escrever um pouco. Não tinha escrito nada nesse fim de semana e a minha sorte era que eu já deixei metade do capítulo pronto, então era só terminar. Não estava com muita inspiração, mas continuei porque vai que durante minha escrita aparece uma ideia maluca?
  Foi assim até seis da manhã. Me estiquei em minha cadeira enquanto aparecia a clássica mensagem "um novo capítulo foi publicado" no meu visor. Sempre ficava ansiosa para ver os comentários e ainda surtava porque tinha muita gente que lia mas não apertava no "curti". É sério, toda a vez que lerem um capítulo, aperta na estrelinha, isso ajuda MUITO a gente.
  Como meu irmão ainda não tinha acordado, pensei em uma ideia brilhante para tirá-lo da cama. Fui até a sala, peguei minha guitarra e conectei a caixa de som bem na porta de seu quarto, me certificando de que o som estava consideravelmente alto para acorda-lo num pulo. Vizinhos? Bom, eu tinha apenas quatro: os três aqui ao meu lado e uma velhinha surda na frente do meu apartamento, logo não tinha problemas eu fazer isso.
  Contei até três e, no último número, comecei a tocar o refrão de Welcome To The Jungle como se estivesse tocando num show com cinco mil pessoas me assistindo e uma equipe de televisão ao vivo me gravando para uma exibição internacional.
  Parei de tocar quando vi a porta do quarto ser aberta rapidamente, dando lugar a um homem totalmente descabelado, desesperado e que usava apenas uma bermuda do bob esponja. Eu lembro dessa bermuda, fui eu quem dei a ele no dia de seu aniversário do ano retrasado.
-O que aconteceu aqui?!
  Ele perguntou enquanto eu rolava no chão de tanto rir. Lágrimas chegavam a escorrer pelo meu rosto e tive que o esconder para que Richard não as visse.
-Ah, já sei. Leonor e suas gracinhas musicais.
  Minha imitação de foca morrendo (ou seja, minha risada) se foi e eu me levantei do chão com minha guitarra enquanto ria da cara dele.
-Deveria ter visto tua reação, bocó.
  Ele faz um barulho de descontentamento e eu dou um pouco mais de risada da situação.
-Porquê fez isso, velho? Eu tava tendo um sonho tão bom...
  Richard esfregava sua cara.
-Vamos! Está na hora de levantar e ir trabalhar. Preciso chegar mais cedo para te apresentar pro pessoal e, principalmente, pro Erwin.
-Tem certeza de que tenho que ir?
-Sim, seu bocó. Não está nos EUA pra tirar férias, certo? VAMOS, ANDA!
  Comecei a empurra-lo até o banheiro enquanto ouvia seus resmungos em reclamação. Quando o fechei no banheiro, ouvi um "vai se arrepender por ter me acordado assim" vindo dele, mas ignorei-o totalmente. Não se deve dar moral a pessoas assim, e é o que eu faço.
  Me troquei rapidamente e tomei um café da manhã bem tomado: suco de laranja com sucrilhos eram umas das minhas combinações de desjejum que sempre amei. Nunca tive comidas preferidas no café da manhã, mas apaixonei por uma comida brasileira chamada tapioca. Amava comer uma tapioca recheada de queijo derretido e brócolis, mas como é muito difícil de achar uma massa de tapioca que seja barata acabo ficando sem essa deliciosa receita.
  Aviso a Richard de que o estaria esperando no hall já que ele sempre demora para se arrumar. Quando saio de meu apartamento, encontro Isabel sendo arrastada por Farlan e Levi vinha logo atrás.
-Tá tudo bem?
Perguntei em relação à garota quase desfalecida no chão.
-Ela é assim mesmo. Demora muito pra acordar.
Farlan respondeu enquanto dava de ombros. A ruiva parecia lutar contra alguém dentro dela para se levantar do chão.
-E você ainda acordou ela da pior maneira possível com aquela guitarra, não é?
Levi falou em um tom irônico e eu revirei os olhos.
-Fui acordar meu irmão e acordei o trio magnífico ao mesmo tempo. Uhul, quatro coelhos numa cajadada só!
Fingi entusiasmo.
-O certo é "dois" coelhos, sabia?
O Ackerman levantou uma sobrancelha enquanto me "corrigia".
-Eu sei, idiota. Tsk, não preciso ficar me justificando. Ah, já que estão aqui, podem ir comigo no carro.
  Cruzo meus braços e encosto na parede para esperar Richard sair. Hoje eu iria fazer um último teste nos três para ter alguma vantagem no julgamento deles amanhã. Eu não poderia perdê-los para Nile e seu bando de militares que os deixarão em uma cadeia para sempre, definitivamente não.
  Depois de uns seis minutos, meu irmão aparece com um ar afobado. Ele odiava se atrasar para seus compromissos (provavelmente é coisa do Japão).
-Bom, vamos.
  Chamei os quatro e eles me acompanharam até o carro. Fiquei em silêncio o percurso inteiro e isso se dava ao fato de que estava com a cabeça completamente cheia com as coisas que viriam hoje e amanhã. Os três sentaram atrás e passaram o caminho todo conversando com o policial ao meu lado sobre coisas que não prestei atenção.
  Assim que chegamos na delegacia, mandei o trio ir me esperar em minha sala e puxei Richard num canto.
-Escuta, tenho uma coisa para te falar.
  Disse. Ele ajeitou sua manga e me olhou.
-Então fale.
-Tem uma coisa que você precisa saber sobre aqueles três.
  Respirei fundo antes de continuar.
-E o que seria?
-Eles eram um grupo de assassinos de aluguel famoso por aqui. Assim que peguei o caso deles, fui atrás e consegui os capturar.
  A cada palavra minha, a expressão dele ficava cada vez mais surpresa e meu coração acelerava cada vez mais por puro nervosismo.
-Meu principal objetivo era vê-los atrás das grades, mas o comandante, vulgo Erwin Smith, teve a ideia de transformá-los em um de nós. Eu fiquei puta? Fiquei, claro; mas quando os treinei eu percebi um grande potencial. Agora estamos lutando contra a polícia militar.
  Ele me interrompe colocando uma mão na frente e franzindo as sobrancelhas.
-Espera, "lutando" como?
-Eles querem colocá-los numa prisão perpétua e nós, da Exploração, queremos que os três virem investigadores profissionais como nós.
-E isso tem a chance de dar certo, Lara? Tem certeza disso?
  Respirei fundo e fechei os olhos. Sei que, no fundo, ele tinha razão. Não deveríamos confiar em três criminosos que apareceram assim, do nada. Mas eu não tive escolha, ou eu confiava, ou perderíamos três possíveis agentes.
-Eu não tinha essa certeza, mas vários acontecimentos me fizeram confiar naquele trio. Foram Farlan e Levi que me ajudaram no caso daqueles caras infectados. Acho que, se não fosse por eles, a situação teria sido pior.
  Olho com esperança e medo para o homem à minha frente que parecia pensar na decisão mais difícil que ele tomaria em sua vida. Em certa parte, realmente seria a decisão mais difícil da vida dele, mas em outra, seria uma coisa ótima que ele faria.
-Ok, eu aceito conviver com eles.
  Suspirei aliviada com suas palavras. A tensão de meus ombros se foi e eu pude respirar normalmente.
-Mas porquê me contou isso tão de repente?
  Travei.
-Ah... Eu tenho que fazer uns negócios e queria te pedir para treiná-los até umas quatro da tarde.
  Vi seus olhos se arregalarem subitamente.
-O que!? Mas porquê?
-O julgamento deles será amanhã e eu quero ter certeza de que eles serão fortes o suficiente para aguentar tudo o que virá caso eles fiquem com a gente.
  Richard se afasta levemente e aponta para mim com um certo espanto.
-Q-Quer dizer que vai lutar com eles!? Tipo... Lutar com TUDO o que você tem?
  Olhei para o canto.
-Bom... É.
-Lara, isso é totalmente IMPOSSÍVEL! Eles não vão sobreviver, mana.
  Reviro os olhos e cruzo os braços. Certo, falar isso é o correto se eu lutar seriamente.
-É claro que não vou lutar até o fim com eles, Rich. Vou determinar um tempo e eles terão que aguentar até lá. Se eles aguentarem, tenho certeza de que Zackly vai pensar muito bem ao nosso favor.
  Vejo seu pomo-de-adão descer e subir, indicando que ele engoliu em seco. Provavelmente é preocupação. Richard sabia da minha parte obscura e sabia o que ela poderia fazer, então eu só a "liberava" em momentos de pura necessidade. Eu também estava meio preocupada com eles afinal... Eles não iam lutar contra Lara Mello, eles iam lutar contra Leonor Yamamoto.

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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

Assassino PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora