Assassino Perigoso

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  Continuando com o POV do Levi...

  Eu não conseguia esconder meu espanto ao ler aquela carta, era como se meu corpo não correspondesse mais aos meus comandos e só quisesse sair correndo daqui. Quem era Leonor? Não quero acreditar que seja a Lara, porém não há nenhuma outra interpretação aqui, além dessa.

  Quer dizer que esse tempo todo, Lara é filha do maior criminoso que eu já vi? É filha do cara que comandava toda a área da favela onde eu morava? Esse cara ao menos pôde ser capaz de se reproduzir?? De repente, memórias vieram à minha cabeça: o dia do teste final que Lara fizera comigo, Farlan e Isabel. Eu sabia que já tinha visto aqueles movimentos antes... E está perceptível o porquê ela não quis falar sobre o assunto.

  Além de tudo isso, aquela criatura ainda quer a mim e aos meus companheiros. A última vez que vi Cão, ele estava com um capuz que cobria metade do rosto e havia me dado a missão de roubar um banco pelas regiões. Porque ele me quer?? Não faz o mínimo sentido...

  Antes que eu pudesse ser dominado pela fúria, a porta do apartamento é aberta e Richard aparece por ela.

-Opa... Foi mal... Não interrompo nada, correto?

  Ele adentrou, não deixando sequer uma janela de respostas para mim. Eu respiro fundo, e solto um suspiro longo. Lara estava dormindo, e provavelmente estava muito afetada com esta carta, melhor eu deixa-lá dormir e tirar satisfação com esse cara aqui.

  Sem mais delongas, vou rapidamente até ele e o agarro pelo colarinho, olhando profundamente em seus olhos.

-Ei, cara, o que é isso? Dá pra me explicar?

-Comece você se explicando primeiro, seu canalha. Por que voltou para os USA?

  Minha voz soava fria e firme, e era capaz de colocar medo em qualquer um que a ouvisse. Bom, quase qualquer um. Richard parecia inalterável diante dela.

-Do que é que você ta falando, irmão? Ta maluco?

  Ele agarrou minhas mãos em uma tentativa de fuga, porém o largo com brutalidade e coloco as cartas sobre a mesa com a mesma força, fazendo um barulho alto.

-Com certeza eu não estou maluco. Agora, se explique.

  Mostrei a carta para ele, então pegou a mesma e começou a ler. Segundos depois, seus olhos estavam arregalados e Richard parecia no mesmo estado no qual eu estava minutos atrás.

  O moreno, então, suspira derrotado e solta a carta em cima da mesa, passando a mão por seu rosto.

-É mentira.

  Arqueio uma sobrancelha e cruzo meus braços.

-Como assim, pirralho?

-Ei, não me chame de pirralho.

  Ele alertou. Estava pouco me lixando para o que ele quer ou deixa de querer. Fiz um sinal para que o mesmo prossiga.

-Hm. É mentira, eu digo, em partes. Nosso pai não injetou nada em mim, o experimento dele que apenas teve um pequeno erro.

Nosso pai... Então é verdade. Sinto um arrepio descer pela espinha quando penso isso.

-Estou ouvindo.

Puxei uma cadeira para me sentar, e a gata de Lara veio logo subir em meu colo. Richard fez o mesmo que eu, então cruzou as pernas e começou a falar.

-Os titãs foram experimento dele, porém, ao fazer os testes no Japão, ele não esperava que eu aparecesse no local e sobrevivesse a um ataque. Por coincidência, um dos titãs havia resíduos do soro T845 em sua boca, então acabei sendo infectado. Meu pai pode ser um canalha, porém não é um monstro. Ele preza pela saúde de seus filhos, por algum motivo, então tentou arranjar um jeito de me curar quando ficou sabendo da minha infecção. Ao descobrir a cura, houve um ataque de titãs aqui, então decidimos que eu voltaria para cá para conseguir ajudar Leonor, e ele mandaria o antídoto para nós. Entretanto, por algum motivo, ele quer alguma coisa com você, por isso mandou a cura naquela maleta lacrada.