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Hoje faz uma semana depois daquele ocorrido com os maníacos. Logo após sairmos da polícia militar, Hanji me ligou e disse que soube de tudo o que tinha acontecido. É claro que ela surtou quando contei os detalhes, afinal, ela ama coisas assim; coisas do tipo perigosas demais para querer saber.
Quando disse à ela pela ligação que tinha recolhido o sangue de um, a tenente já se desesperou e foi à minha casa com todo o seu material de pesquisa para querer descobrir mais sobre aquilo. Quase enxotei-a da minha casa pois queria um pouco de sossego naquele dia, mas quem disse que aquela maldita quatro-olhos me obedece? Quando pisquei os olhos já tinha um laboratório inteiro formado em cima de minha mesa de jantar, e Hanji teve sorte de desviar de minha faca que taquei inconscientemente na morena. Minha gata teve que sair da cadeira em que dormia tranquilamente e foi dormir em minha cama.
Dois dias depois, acabamos descobrindo pelo exame das hemácias um soro poderoso e perigoso no sangue daquele cara, um soro no qual batizamos de T845 e chamamos os que têm esse líquido em seu sangue de titãs. Espero que não tenha mais deles espalhado por aí, se não, o povo estaria em grande risco.
Tirando tudo isso que aconteceu esses dias, pode-se dizer que ontem foi o dia mais maluco desse ano para mim.

Flashback on (ontem, dia 15 de Março).

-Hanji.
Chamei-a depois de sair do banho. A morena ainda estava em minha casa trabalhando naquela maldita pesquisa enquanto comia aquela droga de danone com arroz.
-Oi, Larinha.
-Descobriu o antídoto?
Falei enquanto me sentava do lado dela.
-Hum... Infelizmente não. Parece que o cara que criou esse soro fez com que os vírus presentes dentro dele não morressem por nada.
Sua cara não estava muito boa. Estava com uma expressão triste e decepcionada; provavelmente consigo mesma.
-Mas tem alguma chance de descobrir?
-Não sei. Isso só o tempo dirá...
Magicamente, a expressão dela mudou totalmente. Foi tão rápido que até mesmo me questionei se ela tinha algum problema com múltiplas personalidades.
-... Mas e então, como vai seu livro?
Esqueci totalmente dos problemas ao meu redor e arregalei os olhos ao escutar isso.
-Q-Que livro??
Meu rosto já começou a queimar com a ideia de meu livro ser exposto para aqueles com que convivo. Eu escrevo em anônimo, não é possível que ela tenha me achado.
-O que você escreve no SpiritPad, ué.
-C-Como sabe?
A cientista soltou uma gargalhada escandalosa. Franzo minhas sobrancelhas ao vê-la rir tão abertamente por causa de uma coisa que eu fiz.
-COMO SABE?
-Ah, talvez eu possa ter pego seu celular enquanto estava no banho...
Ela continuou a rir depois que disse isso.
-Sua maldita...
-Calma, Larinha. Hahahahaha.
Ela coloca as mãos para cima em sinal de rendição, mas eu não me satisfaço com isso. Ergo minha mão com o punho fechado para soca-la, mas a campainha me impede quando estava quase acertando.
-Uh, fui salva pelo gongo. Hahahahhahahaha.
Bufei e olhei brava para ela.
-Não vai se safar dessa.
Apontei para a tenente que ainda dava risadinhas. Ao chegar à porta, reviro os olhos e tento colocar a minha raiva de lado para ser, ao menos, amigável com a pessoa do outro lado. Abro a porta e me espanto com quem estava lá.
-Levi??
-Pirralha?

Flashback off



E foi assim que descobri que Erwin fez a proeza de comprar um apartamento logo ao lado do meu para Levi, Farlan e Isabel. Ou meus novos vizinhos, como preferir. Quando soube que o responsável disso era o comandante, fiquei muito puta. Não que eu não os queira aqui, mas logo ao lado do meu apartamento? Ei, isso foi proposital.
Hoje cedo eu liguei para o loiro para falar calmamente sobre isso e conversamos civilizadamente. A realidade é que eu queria ligar ontem a tarde mesmo, mas esperei eu me acalmar para fazê-lo.

Flashback on (3 horas atrás)

-Alô?
-ERWIN, SEU FILHO DUMA PROSTITUTA!
Gritei logo após que ele atendeu.
-Vejo que já descobriu sobre seus novos vizinhos.
-Descobri? DESCOBRI? EU ESTAVA PRESTES A SOCAR A CARA DA TUA NAMORARA INFELIZ QUANDO UM SER CHAMADO LEVI APARECEU EM MINHA PORTA!
-Vocês são vizinhos agora. Melhor falar mais baixo. Aliás, você sabe que são quatro e meia da manhã?
Movida pela raiva, peguei meu abajur do criado-mudo e lancei-o na parede. Minha gata assustou por causa do barulho e saiu correndo.
-EU TÔ POUCO ME FUDENDO SE ELE VAI OUVIR OU NÃO E TÔ POUCO ME FUDENDO COM O HORÁRIO. EU SÓ QUERO SABER O MOTIVO DE VOCÊ TER TIDO ESSA IDEIA DE GIRICO!
-Foi para você poder tomar conta deles, ué. Se a gente ganhar o julgamento deles, eles precisarão de um lugar para morar, então já adiantei umas coisas. Ah, e eu coloquei eles aí pois quis aproveitar, já que tinha um apartamento logo ao lado do seu e agora pode cuidar deles.
Apertei a ponte de meu nariz e contei para não ir até a casa dele e acertar seus olhos azuis e torná-los roxos.
-Erwin, se você não fosse meu chefe também eu JURO que iria até a sua casa AGORA mesmo.
-Também te amo. Agora eu preciso ir, Lara. Boa sorte aí.
  Antes que pudesse retrucar alguma coisa, ele já havia desligado a ligação. Bufo e me jogo sobre a cama e dou um grito de raiva que provavelmente pôde ser escutado pelo meu andar inteiro.

  Flashback off

  Pois é. Neste exato momento eu estou chegando no trabalho com a maior cara de merda que eu tinha. Dei um bom dia seco para as pessoas na recepção e entrei em meu escritório sem nem mesmo me importar com todos ao meu redor.
-C-Capitã? O que houve?
  Eld, meu braço direito, logo se apressou em perguntar. Não era comum eu chegar no trabalho com essa cara.
-Coisa do Erwin.
  Ele se calou. Eld sabia que, se perguntasse sobre, eu poderia gritar com ele e sobraria para a equipe toda. Acredite, isso já aconteceu.
  Arrumo minha mesa e abro meu laptop para arquivar alguns casos e relatar ocorridos. Nada fora da normalidade, apenas o fato de que deveria treinar os três patetas novamente hoje. Ei, qual é... Eu os chamo do jeito que eu quiser.
  Quando termino de arquivar um cado chamado Chinelo de veludo rosa (não me pergunte o porquê do pessoal da ala oeste escolheu esse nome para um caso) percebo que há uma notificação de e-mail. Ele veio de Zackly e o assunto era "Julgamento". Eu já sabia muito bem do que se tratava. Leio todo o conteúdo e envio uma resposta ao juiz. Estava decidido a data do julgamento de Levi Ackerman, Isabel Magnólia e Farlan Church: 20 de Março.
  Anuncio isso para a minha equipe.
-D-Daqui a quatro dias? Não acha cedo demais, capitã?
  Petra questiona, exalando um pouco seu nervosismo.
-Tecnicamente não, Ral. Eles já ficaram um bom tempo aqui com a gente e está claro que a Polícia Militar não deixará isso se estender por muito tempo.
-Mas eles terão direito a advogados, não terão??
  Respiro fundo quando ouço a pergunta vinda de Gunther.
-Pessoal, eu sei que já se preocupam com os três e os tratam como um de nós, mas não temos certeza se conseguiremos trazê-los para cá.
-C-Capitã, mas a senhora irá tentar, não irá?
  Dou um leve sorriso com a pergunta de Petra. Não dá para dizer não a um grupo tão determinado assim.
-Claro que irei. Não se preocupem.
-Obrigada.
  Desviei minha atenção ao ouvir meu celular apitando. Era o alarme avisando que o treino do trio está próximo. Me despedi e saí para me aprontar às pressas. Não queria estar atrasada de jeito nenhum.

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oii, o que acharam do capítulo? Vote e comente, isso me motiva muito a continuar ;*

Ps: próximo cap tem coisinha interessante...

Assassino PerigosoOnde histórias criam vida. Descubra agora