O restaurante ficava de frente para o mar, com grandes janelas de vidros e mesas brancas afastadas. O sol estava alto lá fora, e apesar de ser horário de almoço, poucas pessoas estavam ali.
Yenny Paulina estava sentada em uma mesa ao canto, do lado de uma janela aberta. Ela se levantou, vindo até nós, enquanto Christopher e eu desviávamos entre as mesas para irmos até ela.
— Mãe — disse Chris, sorrindo e a indo abraçar.
Eu nunca quis tanto ter uma câmera como agora.
— E você deve ser Blair. — Ela se virou para mim após soltar o filho.
Franzi a testa.
— Como a senhora sabe? — perguntou Chris, claramente confuso também.
— Você me falou dela.
— Falei?! — Ele olhou para ela, sem entender.
— Sim, duas noites atrás. Também me contou sobre o bebê.
Eu acho que vou desmaiar.
Respira Blair. Respira.
Como ela sabe? O almoço de hoje era justamente para contarmos a ela sobre isso. Chris insistiu para que eu viesse porque estava morrendo de medo. Como assim ele já tinha contado?
Virei o rosto, vendo Christopher pálido ao meu lado.
Respira Christopher. Respira.
— Acho melhor nos sentarmos — falei, passando a mão pelo braço dele.
Ele concordou, assim como sua mãe, e nós fomos para a mesa. Eu me sentei ao lado da parede, com Chris a minha esquerda e Yenny à sua frente.
— Quando eu te contei isso, mãe?
— Na quinta de noite. Você me ligou.
— Isso explica o celular jogado na banheira e o bilhete com a letra horrível escrito "não ligar para minha mãe". Obviamente porque eu já tinha ligado. — Ele respirou fundo, apertando minha mão embaixo da mesa. — Foi tão ruim assim? — Sua cara se transformou em uma careta de medo.
— Bem, você definitivamente estava ruim. — Chris soltou um gemido de dor quando a mãe disse isso. — A primeira ligação foi por chamada de vídeo. Você estava sentado ao lado de uma maquina de gelo no corredor do hotel.
— E como eu voltei para o quarto? Afinal, eu joguei o celular na banheira de lá.
— E dormiu dentro do box... — murmurei.
— É, isso também.
— Uma camareira te ajudou. Você ficou o tempo todo dizendo que precisava me contar algo importante, e vendo o seu estado, eu falei que seria melhor você me contar outro dia. Mas não adiantou de nada. Assim que você voltou para o quarto começou a falar da Blair.
— Ai não...
— Você falou dela por meia hora.
— E eu disse algo... Pessoal?!
— Você disse que o sexo era ótimo, mas que não comentaria mais que isso porque esse assunto não se deve ser discutido com parentes.
Eu acho que vou vomitar. Chris também não parecia diferente. Ele se encolhia tanto que mais um pouco iria sumir.
— Ai você dormiu. Mas vinte minutos depois me ligou de novo e disse: eu vou ser pai. Eu pensei que você tivesse ficado realmente louco, Christopher.
— Desculpe.
— Você até me mostrou dois exames de DNA. E um ultrassom. Eu não sabia que pessoas bêbadas conseguiam tirar fotos tão boas.
— Provavelmente só a câmera do celular que é boa — falei.
— Sem duvidas é a câmera boa — concordou Chris.
Nós dois olhamos para baixo, muito constrangidos. E agora? Nós tinha feito um esquema todo para aquele almoço.
— Então... — começou Chris. — Como se sente sabendo que vai ser avó?
— Um pouco assustada e surpresa, mas de fato muito feliz. — Chris levantou o rosto, olhando para a mãe. O observei. — E você, como se sente?
Ele respirou fundo, virando e me olhando. Sua mão subiu para minha nuca, seus dedos se embrenhando em meu cabelo enquanto ele o acariciava.
— Assustado, mas de fato muito feliz.
Não pude evitar sorrir, meu peito se enchendo de felicidade.
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Consequences
FanfictionChristopher e Blair não estavam prontos para um relacionamento quando entraram em um, e muito menos para o que veio junto a ele: uma gravidez. Com um filho vindo, as coisas entre os dois ficam sérias mais rápido que o desejado. Enquanto Blair preci...