Capítulo 22: "Acho que me apaixonei de novo."

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As altas janelas do quarto estavam expostas, graças as cortinas abertas. Conforme os minutos passavam e o sol nascia, raios de luz tomavam conta do cômodo. Miami acordava, mas o homem ao meu lado se recusava a fazer o mesmo.

Eu sabia aquele instante de paz iria acabar em breve, mas me permite aproveitar os minutos de silêncio. O vento era fraco no quarto, e o cabelo de Chris voava em seu rosto. Ele estava sereno, os olhos mexendo embaixo das pálpebras. O pequeno sorriso em seu rosto indicava que estava sonhando. Ele parecia tão jovem.

Desde o nascimento de Maxon, Chris pareceu ter envelhecido cinco anos. Não em aparência, mas em postura. O olhar e atitude de garoto deram lugar às responsabilidades de um homem. Mas ainda havia lampejos, em que ele saia andando de skate pela cidade, entre outras coisas, que mostravam que apesar de já ser pai, ele não tinha perdido o espirito de adolescente que sempre teve.

Tirei o lençol de cima de mim, me sentando na cama. O chão era frio aos meus pés, mas segui descalça até uma das portas do quarto, que dava ao quarto de Maxon.

Ele estava acordado, balançando as pernas e os braços, enquanto olhava o brinquedo pendurado em cima do berço.

— Você acordou e não chamou a mamãe? — falei, me abaixando sobre ele.

O sorriso que ele deu fez meu peito inflar de felicidade. Seus olhos azuis estavam arregalados, indicando que ele já estava acordado há um tempo. O peguei, suas mãos indo para meu cabelo e se segurando nele. Soltei uma risada. Ele tinha medo de cair, toda vez que ia para o colo de alguém.

Voltei para meu quarto, e na hora o despertador tocou. Fui até o celular, desligando o toque. Estava na hora de Chris acordar, mas eu nunca conseguia o despertar. A única coisa que fiz foi fechar as cortinas, fazendo o quarto cair em escuridão, e o deixei dormindo.

Fui para a sala, e como eu já tinha acordado de madrugada para dar mama ao Maxon, ele não estava com fome. Por isso, o coloquei no carrinho e liguei a TV, deixando em um vídeo de desenho, e fui para a cozinha preparar o café da manhã.

Christopher tinha contado para os fãs sobre Maxon quando ele completou três meses, por meio de uma foto no Instagram. Agora, um mês depois, a notícia ainda parecia chocante. Ele não escondia mais nosso relacionamento, e apesar de ter evitado mostrar Maxon nas redes sociais no inicio, agora estava exibindo ele pra quem pudesse.

Os vídeos que ele postava com o filho eram as coisas mais fofas do mundo, e eu ficava vendo e revendo igual uma boba.

Quando questionado em uma entrevista sobre o nome do Maxon, ele explicou de onde veio: do livro A Seleção. Era o livro meu que tinha ficado com ele na nossa primeira semana juntos. Por dias e noites nós ficávamos comentando sobre ele. Chris acabou lendo toda a trilogia. A ideia surgiu no dia do meu aniversário e do chá de revelação.

— Tá pronta? Para saber se vamos ter uma princesa ou um princeso — falou, me fazendo rir.

— To pronta.

Eu não sei se fosse mulher se nós chamaríamos de América, mas não era algo para nos preocuparmos. Era um princeso. Um príncipe. Assim como Maxon de A Seleção era um príncipe, e mais tarde um rei.

Chris também foi questionado sobre Maxon não ter o sobrenome Velez, mas era uma questão que não precisava ser explicada. Ele brincou dizendo que o próximo teria Velez. Eu quase enfartei com a brincadeira.

No final, Maxon ficou com todas as iniciais com M.

Maxon Muñoz Martin.

Se termos um filho juntos já não era loucura o bastante, termos feito uma tatuagem juntos sem duvidas foi. Em homenagem a Maxon, tatuamos uma coroa. A minha foi no pulso, e a do Chris no peito, perto do coração, embaixo do diamante. Ele também tatuou o nome completo do filho na parte de dentro do braço, um nome em baixo do outro.

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