Capítulo 16: "Casa comigo."

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Jane convidou Christopher e eu para entrarmos, e enquanto eu tirava o casaco ela parou, me olhando assustada.

— Você tá gravida?

Franzi a testa.

— Papai não te contou? — Ela negou com a cabeça. — Ah... Bem, é, to gravida.

Ela ficou olhando para minha barriga, assustada e impressionada. Provavelmente ainda não tinha se recuperado do choque de eu estar aqui, e descobrir que vai ser avó era demais para processar ao mesmo tempo.

— Achei que não pudesse engravidar... — falou baixo, se encolhendo.

— Eu também achei que não. — Olhei para o Chris. — Acho que alguém é bom de mira.

Ele ficou vermelho.

— Quanto tempo?

— Sete meses... — Me balancei sobre meu pé. O silêncio reinou na sala.

— Quer ver seu quarto? — perguntou, apontando para as escadas.

— Ainda tá lá? — Arregalei os olhos. Ela confirmou com a cabeça.

— Eu vou preparar alguma coisa na cozinha. — E saiu pelo corredor que levava para dentro.

Me virei para Chris.

— Quer conhecer meu quarto?

Ele fez uma cara maliciosa.

— Não vai nem pagar um jantar antes?

Ri da pergunta, pegando sua mão e subindo as escadas.

Meu quarto era o primeiro no corredor, com a porta roxa. A abri, entrando no cômodo. Acendi a luz, e fiquei surpresa ao ver que minhas coisas ainda realmente estavam lá. A cama de solteiro no meio do quarto, as janelas escondidas pelas cortinas brancas fechadas. A mesa de madeira clara em um canto, com os potes de canetas organizados por cores. A prateleira de livros, os quadros brancos com fotos da minha família e amigos.

Chris foi até uma prateleira e pegou uma caixa de vidro que eu tinha com uma coroa dentro. Deu uma risadinha, vindo até mim e colocando a coroa em mim.

— É uma rainha mesmo.

Fiz bico, sentindo minhas bochechas ficarem vermelhas. Ai como aquele garoto me deixava boba... Ele me deu um selinho.

Tirei a coroa, a deixando na cama e voltando a olhar o quarto.

— Uma Blair morena? — perguntou Chris, com um porta retrato em mãos. — Não creio. Será se estou sonhando?

— Engraçadinho.

— Somos dois loiros falsificados, sabe disso né? Nosso filho vai nascer oxigenado já.

Ri, pegando outra foto e mostrando para ele.

— Mas eu nasci loira. De olhinho azul. — Exibi a foto, e ele a pegou.

— Acha que ele vai nascer loiro ou moreno? — Se sentou na cama, olhando minha foto. Me sentei ao seu lado.

— Temos muitas possibilidades.

— A maioria do seu lado.

— É. — Balancei a cabeça. — Minha família é bem variada.

— Ele pode nascer ruivo, moreno, ou loiro. — Contou nos dedos, e eu confirmei. — Cabelo liso ou cacheado.

— Liso como o seu ou cacheado como o do meu pai. O meu é bem indefinido. — Passei os dedos pelo cabelo dele, meus dedos escorrendo entre os fios finos. Ele tinha o cabelo realmente bem liso.

— E pode ter os olhos azuis, castanhos, preto ou verde. — Me olhou assustado. — Nós temos quase todas as combinações possíveis. E agora?

Respirei fundo, passando a mão na barriga.

— Agora esperamos.

Inclinei o rosto, o virando para Chris e beijei seu maxilar. Ele olhou ao redor.

— Isso quer dizer que você perdoou sua mãe?

— Acho que sim... Nosso filho já vai sofrer tanto tendo famílias separadas, não quero que também sofra não tendo uma avó.

Chris arregalou os olhos.

— Ele tem família no Equador, Estados Unidos, Londres e Irlanda! — Me olhou assustado e animado. — Vamos na Irlanda conhecer seus parentes?

— É... — Soltei uma risada. — Podemos ir um dia. Toda minha família, dos dois lados, está lá. Você iria adorar minha avó, ela faz os melhores doces do mundo.

Ele suspirou, me olhando bobo.

— Casa comigo.

— Caso — respondi, rindo, segurando seu rosto e lhe dando um beijo.

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