Capítulo 17: "Blair Zoella Martin Violet."

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Já faziam duas semanas que eu estava em Londres. CNCO tinha ido fazer shows pela Europa, mas eu continuei na cidade. Tinha muitas coisas para resolver com minha mãe ainda...

Passei dias montando o apartamento, para quando Chris e eu voltássemos ele já estivesse pronto. O plano era eu ficar mais três semanas aqui, que é quando os compromissos da banda acabariam, e voltaríamos juntos para os Estados Unidos. Eu estava fazendo acompanhamento médico para ver se teria algum problema em viajar de avião tão perto de completar nove meses, mas até agora estava tudo bem.

A previsão era que eu entraria no trabalho de parto no meio do oitavo mês, e não aguentaria até o nono. Eu ainda estava no meio do sétimo. Tínhamos algum tempo... Enquanto isso, nossa casa ficava pronta.

Lana era quem estava me ajudando a arrumar tudo, já que eu não estava lá. Não faltava muita coisa, todos os móveis já tinham sido comprados, o que faltava era colocar as nossas coisas no lugar. A prioridade era o quarto do bebê, que já estava pronto. Do resto, Lana e eu nos virávamos mesmo a distância.

Eu estava ficando na casa da minha mãe, no meu antigo quarto. Meu pai quase morreu de felicidade ao saber disso. Ele sempre quis que eu fizesse as pazes com ela. Estava sendo um bom tempo, na realidade. Ela me ensinava coisas como as antigas receitas de família, e dicas para quando o bebe nascesse.

— Vocês já tem um nome? — perguntou enquanto fazíamos cookies.

— Sim. — Sorri. — Nome e sobrenome. Não sabemos ainda se vai ter nome do meio... Não é um costume na América.

— Mas você é britânica. — Ela me olhou. — Tem nome do meio. Ele também pode ter.

— Zoella... Blair Zoella Martin Violet. Que nome... Do meu filho vai ser mais simples. — Dei uma risada. — Mas vou ver com o Chris.

— Ele vai voltar para cá, não vai?

— Aham, para fazer um show. É amanhã, na realidade.

— Você vai?

— Sim. — Mordi um pedaço da unha. — Ainda não decidi com que roupa vou.

— Você tá realmente escondendo a gravidez?

— Sim... Foi decisão do Chris. Ele queria que o momento fosse algo só nosso. E eu entendo.

— Bom, sobretudo é sempre uma boa opção de roupa. E aqui é Londres, o frio permite.

— É...


Chris chegou a cidade, e eu não tive tempo para ir vê-lo. Na realidade ele não teve tempo para me ver, mas mesmo assim eu fui para seu hotel. Tinham fãs na porta do prédio, e eu não tive escolha a não ser passar pela porta da frente, já que já estava lá.

Bom, agora sabem que eu não só estou em Londres, mas estou no mesmo hotel que Chris. Não só hotel, pensei, me jogando na cama dele.

Era muito desconfortável quando suas fãs descobriam as coisas e ficavam especulando sobre. Normalmente Lana era quem via o que falavam, e confesso que meu dedo coçou para ver agora, mas me controlei. Eu precisava me trocar para o show.

Eu tinha saído para comprar roupas novas, e foram elas que vesti. Uma meia calça grossa preta, um vestido cinza e um sobretudo preto, que cobria as botas que iam até o joelho. Minha barriga estava escondida, e a cor do sobretudo ajudava a não mostrar tanto o volume.

Deixei meus cabelos soltos, que agora estavam tão longos que já batia as pontas na bunda. Destaquei os olhos com a maquiagem, passando preto. Meus olhos nunca pareceram tão verdes.

Como Chris iria direto para o local do show, eu tive que ir sozinha. Até chamaria minha mãe, mas ela ficaria fora da cidade no final de semana por causa do trabalho.

Então era só eu essa noite pelas ruas de Londres.

Levei um chute na barriga quando pensei isso, mas tudo bem.

— Desculpa — falei, passando a mão na barriga. — Mamãe tá muito animada em ver o papai, esqueci que você tava aqui por um instante.

Soltei uma risada pensando que, por seu meu filho, ele provavelmente estaria revirando os olhos agora.

Dessa vez Chris não deixou com que eu ficasse na parte de baixo durante o show, e como não dava mais para pular uma grade, já fiquei direto onde ele pediu: na lateral do palco. Eu consegui o ver por poucos segundos, pouco antes do show começar quando ele veio correndo até mim me dar um selinho e se abaixou, beijando minha barriga.

— Tchau — falei rindo, acenando. — Tá feliz agora? — Passei a mão na barriga. — Seu pai veio te dar oi.

A resposta que ele deu pareceu mostrar que estava realmente com saudades do Chris. Chutou minha barriga sem dó alguma.

— Nossa, que menino bravo... — murmurei, enquanto o show começava.

Eles ainda estavam na terceira música, quando o bebê parou de chutar, e eu estranhei, já que ele ficava mais louco que os cinco meninos de CNCO juntos quando estavam em show. Ele adorava shows, ainda mais quando era o pai que estava no palco.

Foi pouco antes de Estoy Enamorado de Ti que eu comecei a sentir dor. Diferente das dores que eu tinha me acostumado, essa foi ainda pior, e em dois lugares diferentes. Uma pontada nas costas foi o que me fez apoiar na parede, mas foi a sensação de algo rasgando minha barriga por dentro que me tirou o ar. Fechei os olhos, sentindo o sangue já escorrendo por minhas pernas. Minha visão ficou turva, e a última coisa que eu ouvi antes de apagar foi Chris me chamando, e o barulho do microfone caindo no chão enquanto ele corria até mim. 

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