Capítulo 6: "A noite em que te conheci foi o melhor erro da minha vida."

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— Christopher! — gritei assustada, soltando uma risada. — O que é isso?

— Uma surpresa — respondeu, esticando o vestido sobre a cama.

O olhei, ainda rindo e sem entender nada.

— Me encontre na sala em meia hora — falou e saiu do quarto.

Abri a boca, chocada, tentando parar de rir.

Meu Deus, o que?

Eram nove horas da noite, e depois de termos passado a tarde toda na praia, voltamos exaustos para casa e acabamos dormindo. Bom, eu achava que o Chris tinha dormido, sai do banho e vi o quarto todo arrumado, com a roupa de cama trocada e vermelha, além de pétalas de rosas  pelo chão. E um vestido também vermelho estava sobre a cama.

Se é que eu poderia chamar aquele pedaço de pano de vestido. Era minúsculo.

Ele estava tentando fazer eu me sentir mal?! Desde que minha barriga começou a marcar minhas roupas eu passei a usar coisas mais soltas. E estando de quatro meses, minha barriga já marcava. Anos de trabalho na academia não faziam diferença mais. E todas minhas roupas eram justas...

Soltei um suspiro e uma risada, me rendendo ao o que Chris estava fazendo. Seja lá o que for...

Coloquei o vestido, e franzi a testa para os saltos vermelhos no pé da cama. Ele realmente tinha pensado em tudo... Não passei maquiagem e deixei meu cabelo natural, solto com as pontas enroladas na altura da cintura.

Sai do quarto, sendo atingida por uma rajada de vendo frio. O ar condicionado estava ligado, e aparentemente no máximo.

— Christopher? — chamei, andando pelo corredor escuro que levava a sala. — Chris — falei, rindo, o vendo em pé no meio da sala, com rosas em todos os cantos.

— Elas são de mentira — contou, apontando para as flores — e biodegradáveis. De materiais ecológicos. Por que eu sei que você não gosta que matem flores.

Soltei uma risada, engasgada com um soluço de quase choro.

— É, eu não gosto que matem flores.

Ele estendeu a mão, me chamando. Atravessei a distância que nos separava, vendo que a mesa de centro de sala estava repleta de pratos tampados. Peguei em sua mão, ficando em sua frente. Por causa do salto, eu estava alguns centímetros mais alta que ele.

— Por isso o ar tá ligado — falei, apontando para a lareira acessa.

— Eu não ia perder a chance.

Soltei uma risada. É claro que ele não ia.

Segurando em minha mão, ele me ajudou a sentar.

— Posso saber o por que do vestido, já que estamos sozinhos? — perguntei, enquanto ele dava a volta na mesa baixa de vidro e se sentava em minha frente.

— Pra poder ter o prazer de tirar ele depois, é claro.

Abri, a boca chocada.

— A melhor coisa de você estar com uma roupa é eu poder tirar ela.

Balancei a cabeça, confirmando, segurando a risada. Encarei os pratos na mesa, e a garrafa preta, sem indicar o que tinha dentro.

— O que preparou?

— O jantar romântico perfeito, com sua comida preferida — respondeu, puxando as tampas de dois pratos.

Era pizza e batata frita.

Joguei a cabeça para trás, rindo. Tampei a boca.

— Sejamos realistas, se é um jantar é pra comer. Comer coisa gostosa. — Pegou a garrafa e encheu as taças com o que tinha dentro. — E suco de uva; porque apesar de eu saber que você ama vinho, não pode tomar. Então isso é o mais perto que você vai chegar de vinho.

Neguei com a cabeça, sorrindo e o encarando. Tinha como não amar aquele garoto?

— Vamos comer?!

— Vamos — respondi.

Como tudo que envolvia Christopher Velez, o jantar estava ótimo. Eu de fato amava pizza e batata frita. De sobremesa ele tinha trazido torta de maça da minha padaria preferida. Tinha pensado em tudo.

A sala estava linda, assim como o próprio Chris. Toda vez que eu olhava para ele me perdia em seu rosto, o encarado enquanto falava, prestando atenção em sua boca, seu maxilar, o cabelo liso caindo no canto dos olhos, a pele sem nenhuma mancha... Meu coração se apertava de amor a cada instante.

— Que foi? — perguntou, parando de falar. — Por que tá me olhando assim?

— Hm?! — Balancei a cabeça, voltando para a realidade. — Você é muito lindo, sabia? — Passei a mão por seu rosto, e ele virou a cabeça, a deitando na palma da minha mão. Segurando meu pulso, o virou e depositou um beijo onde meu sangue pulsava. Fechei os olhos, soltando um suspiro.

O silêncio reinou na sala, e eu sentia palavras não ditas pairando no ar.

— Chris — comecei, me lembrando da conversa que tivemos dias atrás. — Sabe que não precisa ter medo do que sente, não é? E nem correr disso.

— Eu sei — falou, abaixando os olhos e soltando minha mão. — Mas mesmo assim tenho medo.

— Medo do que?

Ele levantou o rosto e me olhou.

— Do amor não ser o suficiente.

— Christopher — falei, jogando minhas pernas ao seu redor e sentando em seu colo, fazendo o vestido subir por minhas coxas. — Vou falar de uma forma que você entenda, ok? Falar sua língua. — E de fato, já que passei a falar em espanhol. — Não questione nossa forma de amor, não faça isso com você. Porque eu te amo, Christopher. Mais do que eu achei que pudesse amar uma pessoa. Nosso amor é suficiente. E ele era antes mesmo da gente saber disso. Além do mais, acha que eu não poderia te amar carregando um filho seu? — Abaixei meu rosto, colando nossas testas. — A noite em que te conheci foi o melhor erro da minha vida. 

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