CAPITULO DEZESSEIS

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—Lucas —


Romeu, amigão, que precisão de tempo, perfeita, huh? — Digo segurando o gato no colo enquanto subo as escadas de volta para o quarto. "Miau", — É... Sua dona me beijou. E eu não faço ideia do que isso significa. — Deixo um suspiro fundo escapar de meus lábios, e abro a porta do quarto. Cher estava sentada na cama com a cabeça apoiada na mão, e o cotovelo em seu joelho, e no momento em que eu abro a porta ela se levanta, vem até mim e eu entrego o gato a ela.

"Miau"

— Você está tentando me matar do coração, Romeu? — "Miau" — Nunca mais faça isso, ok? Nunca! — Acho bonitinho a maneira como ela trata o gato, mas ao mesmo tempo, preocupante. Não é normal. Ela solta ele no chão, que vai até sua vasilha de comida, come um pouco, bebe água e sobe no sofá. — Gatos. Eles dão zero importância, se você ficou preocupado ou não. O que eu vou fazer com você, Romeu? — O gato dá as costas a ela, e se deita. E ela revira os olhos. — Obrigada, por ter ido atrás dele, Lucas. Sério mesmo. Eu não sei o que eu faria se algo acontecesse com mais um gato meu. — Ela dá de ombros e senta na cama.

— Sempre que precisar. — Enfio as minhas mãos em meu bolso da calça jeans e dou de ombros. E suspiro fundo. — Você... — Dizemos juntos. — Você primeiro. — Dizemos de novo e ela sorri sem graça. E gesticula com a mão para que eu fale. — Sobre antes... — Ela prende a respiração. — Você me beijou, o que acontece agora? — Perdido me sentindo totalmente perdido em minhas emoções.

Quando ela me beijou, eu demorei 5 segundos para diferenciar, fantasia da realidade. E quando percebi que aquilo realmente estava acontecendo, as velhas e inquietantes borboletas voltaram a dançar em meu estômago, cada átomo do meu corpo sentia falta dela. Do seu cheiro, do seu toque, do seu gosto. Eu sentia falta dela, meu corpo, minha alma, meu coração, tudo em mim, sentia falta dela. E apesar só desejo de querer toma-la ali mesmo, meu subconsciente dizia que algo não estava certo, que ela não me beijava pelos motivos certos, e o medo começou a rondar minha mente, ele continua na verdade. Enquanto eu olhava nos olhos verdes, perdidos, da única mulher que eu amei em minha vida. Eles pareciam distantes, e havia tanta confusão neles. Era isso que eu não queria, a confusão, que ela me beijasse por não saber o que sentia, por querer apenas saciar uma sensação.

— Lucas... Me desculpa. — Ela começa. — Não sei o que deu em mim... — respira fundo, e passa as mãos no cabelo. — A gente pode esquecer que isso aconteceu? Eu não quero que as coisas fiquem estranhas por causa disso. Nós estamos trabalhando juntos... E... — Ela dá de ombros. — Eu não sei mais o que dizer, além de que sinto muito. — Ela não olha para mim.

Você sente muito?! — Tento controlar a irritação em minha voz. — Você me beija, sabendo que vamos passar 3 meses, praticamente morando juntos. E tem a cara de pau de me pedir para esquecer?! — Passo as mãos no cabelo, furioso. — Você está me zoando, né?!

O que você quer que eu diga?!?! — Ela altera sua voz.

— Qualquer coisa, menos que você sente muito. Foi um beijo, e significou algo!

— Não para mim. — Ela diz aquilo de maneira tão calma, como se não fosse nada. E eu sinto cada uma das borboletas que antes dançavam em meu estômago, morrerem todas de uma vez.

Balanço a cabeça algumas vezes. Umedeço meus lábios, passo a mão em minha boca e olho para ela uma última vez, antes de pegar minha jaqueta, e abrir a porta.

— Onde você vai?! — Ela pergunta.

— Sair. — Fecho a porta atrás de mim, e sumo escada abaixo.

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora