CAPITULO VINTE E NOVE

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—Lucas —

"Lucas, desculpa não te acordar, mas eu realmente precisava ir. Olha, vou te deixar um proverbio chinês que vi algum lugar, ou num biscoito da sorte que comi na After Party ontem, não me recordo, enfim, aqui vai ele: 

'Não importa quantos passos você deu para trás, o importante é quantos passos agora você vai dar para frente.'

Pronto. Agora você decide o que fazer com essa informação. Te vejo em NY,

— Para sempre sua andorinha, CP. Mendes."


Perdi a conta de quantas vezes li o bilhete. Mas sei que a primeira vez que o li, vesti minhas roupas com um agilidade sub-humana, e liguei para produtora para preparar o jatinho o mais rápido possível, dessa maneira cheguei primeiro que Cherilyn, em NY. E liguei para todas as floriculturas possíveis. Queria saber qual delas tinha flor de cerejeira, e só uma tinha. Foi com ela que eu encomendei uma quantidade enorme de buquês de rosas com flores de cerejeiras, capas de encher a cobertura das Scott's. Alguns,  iria colocar no quarto dela, mas todo o resto, por todo o apartamento. Bob e Lana iriam me matar, mas eu precisava que Cher entendesse que eu sinto muito, muito mesmo por ter colocado minha mão nela. E que eu não tinha o direito de reagir como reagi, a raiva me cegou e eu não consegui segurar minhas emoções. Eu quero que ela saiba o quanto ela ainda significava para mim.

Quando entrei na cobertura quem me recebeu irada foi Luna, que veio para cima de mim com todos os paus e pedras nas mãos. Não á culpava. Depois da conversa que tivemos, nada mais foi o mesmo entre a gente...

"Você não pode aparecer 5 anos depois e fazer essas coisas com ela, Lucas! Você praticamente está obrigando ela a deixar você entrar de novo! Isso não é bom!", Luna diz.

"Eu errei quando a mandei embora, Luna. E a quero de volta. Eu amo ela. Eu ainda amo!"

"Você não vai saber lidar com a Cher de agora. Ela passou por muita coisa. Coisas que talvez você não tenha maturidade suficiente para aceitar."

"Do que você está falando?"

"Nada. Esquece o que eu falei.", ela estala.

"Você sabe de algo. O que ela está me escondendo? Luna, o que Cher está me escondendo?"

"Você vai saber quando ela te contar. E eu sei, apenas sei que você vai reagir da maneira oposta que ela espera. E se você a machuca-la de novo, eu juro por Deus, vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para que ela não volte para você!", ela me ameaça.

"Eu acho que essa conversa terminou."

"Eu acho que você está certo. Fora!", ela diz.



— O que você acha que está fazendo? — Luna pergunta nervosa.

— Pedindo desculpas. — Passo por ela, levando os entregadores ao quarto de Cher para que eles coloquem os buquês lá, e volto para sala observando os outros colocarem os outros na sala.

Porque estou fazendo isso? Porque quando ela tinha 22 anos, a fiz acreditar que não a amava, quando na verdade a amava mais do que consigo descrever em palavras, e usei toda a força que eu tinha para fingir que não. Ela não sabe disso, mas depois que ela me deixou naquele aeroporto, eu senti toda a minha força vital desaparecer, era como se um pedaço de mim tivesse sido arrancado. E de quem foi a culpa? Exatamente, unica e exclusivamente, minha! 

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora