CAPITULO SEIS

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—Penélope —

Eu fiquei pregada na cadeira, sem conseguir dizer nada. Ele fechou a porta atrás de si, e sentou na cadeira a minha frente. E não disse uma palavra se quer, apenas ficou ali, me observando em silêncio, com suas pernas tremendo, enquanto ele mordia seu dedo mindinho. Enquanto eu nervosamente começo a roer minhas unhas.

— Você deveria parar de roer suas unhas. Faz mal. — Ele me diz.

"Dizer a uma pessoa do nada, que você não a ama mais, também faz, seu imundo!"

— Como você tem passado? — Ele me pergunta.

Ele realmente não estava me perguntando isso. Isso pode ser piada! Meu sexto sentido me alertou a manhã toda sobre isso, no fundo eu sabia que algo estava errado.... Uma produtora de sucesso, não querer nem ver meus portfólios e trabalhos, e já marcar uma reunião, para daqui a dois dias? E quando eu pedi para Serena remarcar, não haver nenhuma objeção? Porra, Penélope! Como você não viu isso?! Como você não pesquisou a produtora? Como você não pegou o trocadilho com Current Mood, antigo programa que o John Mayer fazia no IG anos atrás! Você é burra por acaso? Me dá um tempo, Penélope!

— Você não vai responder minha pergunta, vai? — Ele pergunta de novo. — Eu acompanhei sua série, é realmente muito boa. Eu adorei como vocês finalizaram. — Eu olho para ele e dou um sorriso sem mostrar os dentes.

— Obrigada. — Aceno com a cabeça.

— Você não quer conversar?

— Sobre o filme? Claro. — Eu estalo e me ajeito na cadeira.

— Eu estava falando sobre outra coisa. — Ele diz.

— Não. Apenas trabalho.

— Olha só, — Lucas se ajeita na cadeira e apoia o cotovelo na perna cruzada e a cabeça em sua mão. —  acho que o clima está muito carregado, que tal deixar chover?

— Lucas, e eu lá tenho cara de nuvem? — Ele balança a cabeça e ri.

— Seu péssimo humor não mudou com anos...

— Meu péssimo humor? Você fazia piada de tiozão, e eu que tenho péssimo, humor?

— Eii!! Eu fiz você rir muitas vezes com elas, ok? — Ele aponta o dedo para mim e ri. — Então, como você tem passado?

— Bem. Então, onde vão ser as locações do filme? — Eu pergunto.

— Você não vai responder nenhuma pergunta minha, vai? — Ele respira fundo, e muda de posição na cadeira. — Cherilyn, eu quero saber como você está, qual é! Como você tem passado?

— Não. — Eu digo. — Você não tem que aparecer cinco anos depois, e me colocar numa posição que eu não posso desistir, e tentar ser meu amigo! Você não tem que fazer isso!

— Eu só estava tentando manter uma conversa amigável.

— Nós não somos amigos! — Eu corto ele. — Está bem? Eu não quero ser sua amiga. Eu não quero ser nada além da pessoa que vai roteirizar seu filme e no final dos 3 meses de gravação, vai te enviar um e-mail dizendo: "obrigada, te vejo no Oscar, se nós formos indicados", e nunca mais ter que falar com você!

Lucas se levanta indo até a janela ficando de costas para mim. E eu fico ali sem saber o que fazer ou como agir. Ele não podia ter feito isso. Esse idiota acha que tem qualquer direito sobre mim? De me perguntar como eu tenho passado? Me dê paciência, senão eu atiro nele, Hecate! Ele não tem direito algum sobre isso!

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora