CAPITULO VINTE E CINCO

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—Lucas —

— Uma semana antes, em Vancouver...(Quando Cher contou o aconteceu com ela 5 anos atrás)

Me sinto doente!

Tive que vomitar em algum lugar enquanto caminhava na chuva, antes de pegar um táxi que me encontrou na beira da estrada. Não há dúvidas que Cherilyn havia o chamado para mim. Entrei no taxi, peguei meu celular no bolso do moletom e liguei para Swe dizendo que precisaria dele no instante que chegasse no centro de Vancouver.
Eu não consiguia pensar direito. Minha respiração está irregular. Minhas mãos estão tremendo. A única forma de fazer a raiva passar é fodendo alguma loira aleatória ou socar um saco de areia. Eu não conseguiria fazer nada disso com essa chuva. Preciso beber, mais que isso, preciso do meu melhor amigo. Desço do táxi no lugar que havia dito a Swe por mensagem, pago a corrida, e entro no carro. Ele dirige até o hotel onde Matt estava ficando, onde subo até o quarto dele, que me recebe com uma cara preocupada. No momento em que ele abre a porta, eu não consigo dizer nada, apenas avanço até ele e o abraço. E choro, igual uma criança, sem me importar em estar sendo fraco. Matt aperta o abraço em torno de mim e me deixa chorar o quanto necessário.

— Oh, mano... — Ele segura meus ombros. — Quer conversar? — Ele fecha a porta com o pé e volta a me olhar. — Hails me contou o que aconteceu. Sinto muito, Lucas. De verdade.

— Eu não acredito que ela fez isso, Matt. Tudo em mim dói! Ela quase se matou por minha causa. Eu não consigo viver com isso! Eu não consigo! — Desabo de joelhos no chão. Meu corpo está exausto, e eu só consigo chorar, e só chorar.

Matt se ajoelhou em minha frente me abraça e beija minha cabeça.

— Lucas, você é meu irmão, sabe disso, não sabe? — Confirmo com a cabeça. — Então me escute. — Ele segura meu rosto com as mãos. — Eu sei que você está com raiva, e se sentindo culpado. Mas olha só, ela passou por tudo aquilo sozinha. Ela não teve ninguém. Eu sei que agora você não quer ouvir isso, e nem vai fazer sentindo para você por que você está machucado, mas, uma hora você vai precisar se colocar no lugar dela.

— Eu não consigo, Matt. Não consigo. — Soluço entre as lágrimas.

— Não agora. Se dê um tempo, sinta o que tiver que sentir, você tem todo direito. — Ele beija a minha testa e se levanta. — Agora vem, vamos fumar beck, para você dormir tranquilo.


Dois meses depois, Nova York...

Estava dirigindo o Mustang, após algum tempo sendo levado de um para o outro por Swe, hoje resolvi dar uma volta pela cidade para espairecer as ideias. Eu dirigi por algumas ruas, até me ver entrar em East Harlem. Morei por 2 anos e meio aqui, após o termino, até decidir que era hora de deixar esse lugar e suas memorias para trás, porque tinha medo do que sua ausência pudesse fazer a mim novamente. Sai do carro, e entrei no estacionamento do prédio, observando as vagas dos carros até encontrar as nossas antigas vagas, — minha e de Cher —, respirar agora parecia tão difícil, após tudo que aconteceu.

— Oi? Posso ajudá-lo? — Uma linda garota de pele chocolate me aborda.

— Oi. Não. Eu só estava passando, costumava morar aqui nesse prédio com minha namorada. — Dou de ombros.

— Lucas? — Me viro e o reconheço o rosto do zelador do prédio, Elijah.

— Ei sr. Elijah! — O abraço. — Bom ver você.

— Espera. Lucas... de Cherilyn & Lucas? — Estreito meus olhos para ela. — Esses nomes estão gravados na porta do meu guarda-roupas.

— Ah, Adria mora com a namorada no seu antigo apartamento. A gente iria trocar a porta do guarda-roupas, mas ela não deixou. — Sorri divertido.

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora