CAPITULO TRINTA E SEIS

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—Penélope —


Eram por volta das nove da noite quando as meninas insistiram para que fossemos lanchar no Rick's Burger, mesmo eu dizendo que Lucas viria me buscar e talvez não me encontrasse, mas a vontade de comer um hambúrguer com bastante cheddar e Bacon falou mais alto, e nós entramos todas em taxis separados. Hails e Mel foram em um com as crianças. Lana, Bob e Luna em outro, e eu fui sozinha em outro. Não curti muito. Mas foi o que deu. Lana disse ao motorista o endereço. E nós seguimos para lá. Eu não sei porque ou dá onde saiu isso, comecei a me sentir ansiosa, à medida que o táxi se movimentava pela rua.

Quando estávamos próximos ao Empire States, vi uma movimentação estranha, e os carros todos estavam parados, com policias de trânsito avisando sobre alguma coisa. Acho que estavam gravando algo no prédio. Há alguns anos atrás Eminem fez isso. E teve aquele grupo que hologramou catástrofes ao redor do mundo como forma de protesto. Foi algo forte e pesado. Eu vi pela TV, teve vídeos sobre as duas barragens de água que estouraram no Brasil, que deixou duas cidades cobertas por lama. Dois dos maiores crimes ambientais lá. Cheguei a ligar para Bruna na época. Ela estava desolada, um tio dela morava em Brumadinho, e não encontraram o corpo. Limpo uma lágrima do meu rosto. E respiro fundo. Hormônios de gravidez, eu os odeio.

— Moça? Eu só consigo ir até aqui. — O motorista me informa.

Eu saio do táxi, pago a corrida e o agradeço. Minhas amigas aparecem atrás de mim, e as luzes que iluminam o prédio chamam a minha atenção.

— Vamos até lá? — Lana diz pegando minha mão, me puxando.

— OK, mas se for mais vídeos de protesto sobre as atrocidades que acontecem pelo mundo, e eu inundar Manhattan com minhas lágrimas a culpa é sua. — Ela ri. E continuamos a andar.

Ouço alguém dizer — Ação! — Num megafone, e as luzes começam a subir e descer no prédio. E então um acorde de violão que eu conhecia muito bem, começa a ser tocado, eu olho para o topo do prédio e só vejo as luzes subir e descer pelo mastro e então uma imagem em vídeo cobre toda fachada do prédio, a música continua a tocar. Eu sabia, é waiting on the day, do John Mayer, o vídeo mostra cenas de uma garota andando de bicicleta com os cabelos ao vento, e por um momento fico tentando descobrir quem é até que ela se vira para trás e seu sorriso e olhar se iluminam, ao ver a pessoa que gravava aquela imagem... Espera aí... sou eu! O que está acontecendo aqui? Eu caminho para mais perto e continuo a fachada do prédio, outro vídeo meu tocando guitarra no nosso antigo apartamento... eu lembro desse dia, Lucas estava me ensinando o solo de Slow Dancing in a burning room, e quando eu consegui aprender ele pegou a câmera e gravou eu tocando, e eu nem percebi. Passa para outro vídeo, mas esse era de nós dois, no casamento de Melissa dançando música country e tentando falar e igual ao povo de Nashville. Lucas me abraçou e me levantou do chão, nós riamos feito crianças. Minhas lágrimas já cobriam meu rosto e eu não me importava. Outro vídeo aparece, e esse eu lembro, nós estávamos conversando, enquanto eu dirigia o Comet, isso foi no começo, nós nem ainda tínhamos nos beijado, eu estava brigando com ele para ele desligar a câmera, e fazia careta e mostrava o dedo para ele. E então a imagem somem, e aparece um letreiro, "Cherilyn Mendes, estou esperando por você no observatório. Lucas Evans."

Eu limpo meu rosto, olho para minhas amigas que choravam, atravesso a rua, e entro no prédio, indo direto para o elevador, clico no número do observatório. E a cada vez que o número ia mudando meu coração se acelerava ainda mais.

"Ei, linda. ", a voz de Lucas surge no alto falante do elevador. "Respira fundo. Está tudo bem. Eu te amo."

Respiro fundo. E quando a porta finalmente abre, estou mais nervosa do que estava antes.

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora