CAPITULO OITO

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—Lucas —


À sensação da mão dela na minha mão, mesmo que por poucos minutos, ainda é bastante vivida. Um dia depois de ter deixado a cobertura das Scott's, eu ainda consigo sentir, o perfume dela, ter o vislumbre de seu sorriso, o modo constante como ela mexia nos cabelos, como me ofereceu de seu donut, e nem percebeu o que estava fazendo, como prestava atenção em tudo o que eu falava sobre o filme.... Eu lembrava de tudo, com riqueza de detalhes. Mas algo na forma relutante de não me deixar ver a tatuagem de perto, me fez ficar preocupado. Eu notei também que ela usa um bracelete com várias pulseiras, e se eu bem me lembro, Cher odiava usar até relógio de pulso, porque coçava. Ela ta escondendo alguma tatuagem que eu não posso ver? Sei lá? Talvez tenha ficado horrorosa e ela não quer que ninguém veja?

Hoje temos uma reunião com todos os produtores e executivos para discutir sobre o roteiro. E eu estava numa luta entre ligar ou não para ela, e oferecer uma carona. Meu celular vibra em meu bolso, e para minha sorte o nome dela aparece no visor. Meu coração bate acelerado no peito, e eu tento acalmar minha respiração. Vamos, Lucas! Atende o telefone! É só uma ligação. Do amor da sua vida, nada demais!

Balanço a cabeça respiro mais uma vez e atendo.

— Ei. Precisa de alguma coisa?

— Desculpe te ligar, eu peguei seu número com Lana, tudo bem? — "Marilyn, não faz isso, com o Romeu! Não, você não pode joga-lo na piscina! Marilyn Jean Davis Mendes, coloca meu gato no chão, agora mesmo!"— Seguro o riso.

— Sem problemas. Você precisa de alguma coisa?

— Sim e não. Minha mãe teve que viajar às pressas com meu pai até Atlanta, e eu fiquei responsável por essa pestinha que é minha irmã...— "Marilyn, para de pular no sofá, sua tia Robin não gosta! Senta, agora!"— UGH! Que inferno! Me desculpe por isso. Mas enfim eu acho que não consigo ir à reunião, você pode passar aqui e pegar a atualização do roteiro?

— Vou fazer mais. Se arrume, eu vou buscar você.

— Mas, e a Marilyn?

— Traz ela. Ela vai se entreter com o set, e eu posso pedir Kelly para ficar com ela. Ou posso pedir Matt para trazer Stevie, o que você acha?

— Acho ótimo. Por favor! Eu fico te devendo uma.

— Ok. Se arrume, passo aí em 20 minutos. Bye. — Desligo a ligação, e abaixo a divisória — Swe, passe no próximo Starbucks, e depois naquela doceria, no final da 5th avenue. Teremos companhia no carro. Depois disso, vamos buscar minhas garotas no Manhattan Glam.

— É para já, Lucas.

— Obrigado, Swe.

Vinte minutos depois, estou em frente a cobertura das Scott's à espera das Mendes. Cher aparece com sua irmã no colo, que era a cópia dela. — Cheryl, era uma máquina de xerox, não possível. Que genética é essa! —, Cher estava com um macacão soltinho verde musgo e botas pretas, seu cabelo estava amarrado em um rabo de cavalo, e ela estava de óculos escuros. Marilyn estava com um vestindo branco e cabelos soltos e pela expressão, de Cherilyn, ela estava cansada, ela aponta para mim, e sua irmãzinha quando me vê estende os braços, — nós éramos próximos, muito, na verdade.

— Tio Lucas! — Pego ela no colo e ela me dar um beijo melado. — Você me trouxe bolo? — Faço que sim. — Você é o melhor!

— Ta dizendo isso só porque eu comprei bolo para você. Sua descarada! — Faço cosquinhas nela. — Entrego ela a Swe, quando vejo que ele terminou de instalar o bebe conforto no banco do carro, e peço para ele coloca-la lá. Entrego o café que havia comprado para Cher.

Sob o céu de Manhattan: Para sempre minha andorinha || LIVRO 3Onde histórias criam vida. Descubra agora