Me escorrei no carro de Jungkook e fiquei esperando por ele ali. Tentei ligar pra minha mãe, mas ela não atendeu. Queria avisar que ia demorar para chegar em casa. Suspirei e quando olhei para frente, Jungkook já estava parado na minha frente. Se não fosse pelo carro, eu teria caído no chão surpresa.
– Te assustei? – ele sorriu malandro.
– Como fez isso? – olhei ao redor. – Você tem sorte de ter pouca gente aqui.
– Não se preocupe. – Jungkook pegou minha mochila e a colocou no porta malas do Porsche. – Eu não sou tão irresponsável assim.
Acabei rindo e entramos no carro. Jungkook ligou o carro e saímos do estacionamento da escola. Ouvimos o ronco de uma moto e na mesma hora, Amanda nos ultrapassou com a sua moto e acenou para nós. Acenei de volta e olhei para Jungkook. Ele estava sério, mais do que o normal e isso me preocupou. Eu não sabia o que poderia esperar que ele fosse me contar. Em partes aquilo me assustava, mas também me deixava muito curiosa.
Ficamos em silêncio o trajeto inteiro. Quando notei, estávamos em um bairro cheio de prédios enormes e luxuosos. Jungkook parou o carro em frente a um portão de metal preto com detalhes dourados e em menos de trinta segundos, o portão foi aberto. Jungkook dirigiu pelo pátio belo e parou na frente da enorme porta dupla de vidro. Saímos do carro e um jovem rapaz veio rapidamente até nós. Jungkook lhe entregou a chave e o mesmo entrou no carro e saiu com ele.
Jungkook segurou minha mão e entrelaçou nossos dedos. A porta de vidro se abriu assim que nos aproximamos. As pessoas que trabalhavam ali, nos olharam e abaixaram a cabeça para Jungkook. Fomos em direção ao elevador e Jungkook apertou o último botão, o da cobertura. Arregalei os olhos e pude ouvir a risada de Jungkook. Senti sua boca roçar minha orelha e aquilo me arrepiou.
– Pronta para descobrir meus segredos? – sua voz era rouca.
– Sim. – suspirei e ele riu.
– Sei que não está. Posso sentir o cheiro da sua insegurança.
– Meu cheiro? – o encarei. – Do que está falando, Jungkook?
O elevador parou e as postas se abriram. Jungkook colocou sua mão em minhas costas e me guiou até a porta que estava na nossa frente. Ele segurou a maçaneta e a girou. Quando entramos, me deparei com um espaço gigante. Tinha janelas de vidro enormes e que proporcionavam uma vista maravilhosa para a cidade. Andei lentamente pelo lugar, observando todos os milhares de móveis e as diferentes colorações.
– Vocês demoraram. – Amanda desceu as escadas que levavam para o segundo andar. – Eu queria estar junto para contar tudo, mas eu preciso me exercitar. Vou dar uma passada na academia, divirtam-se.
– Diga um oi ao Jonny por mim. – Jungkook falou e Amanda lhe mostrou o dedo antes de sair.
– Jonny? – perguntei.
– O filho do dono da academia, eles estão dormindo juntos. – Jungkook falou normalmente e meu queixo caiu. – Vou subir para tomar banho, não vou demorar. Sinta-se em casa enquanto isso.
Ele me deu um selinho e subiu as escadas rapidamente. Olhei ao redor e andei por todo o apartamento. Era enorme e cada espaço tinha sua característica própria. Ouvi a campainha soar e como Jungkook ainda não tinha voltado, eu era a única que podia atender. Abri a porta e o rapaz que tinha levado o carro de Jungkook estava segurando nossas mochilas nas mãos. Peguei-as e sorri, agradecendo. Coloquei minha mochila em uma poltrona e levei a de Jungkook para cima.
Vi que uma porta estava entreaberta e pensei que aquele provavelmente seria o quarto de Jungkook. Abri a porta lentamente e vi que o quarto estava vazio. A porta que provavelmente levava para o banheiro estava fechada, então ele ainda não tinha terminado. Me aproximei da cama de casal e coloquei sua mochila ali em cima. Assim que me virei para sair, ouvi a porta ser aberta.
Me virei rapidamente e dei de cara com Jungkook. Ele estava com uma toalha ao redor da cintura e outra pendurada em seu pescoço. Seus cabelos estavam molhado e algumas gotas pingavam em seu peito. Sua barriga definida também estava um pouco molhada. Engoli em seco.
Caia toalha, seja uma boa menina e caia.
– Quer que eu tire a minha toalha? – ele perguntou sorrindo.
– H-heim?!
– Você não para de olhar a única peça que me cobre. – suas mãos alcançaram a toalha. – Quer que eu a tire?
Cruzei os braços.
– Você não faria isso. – sorri.
– Quer apostar? – sua sobrancelha levantou e ele desmanchou o nó. – Está confiante?
Engoli em seco, mas não me mexi. O sorriso de Jungkook aumentou e a toalha deslizou de uma só vez até atingir o chão. Cobri a boca com as mãos e minhas pernas bambearam. Meu coração estava a mil por hora.
– Que susto, seu desgraçado! – gritei e ele começou a rir. – Pensei que você estava nu de verdade!
– Era o que você queria? – ele andou até o guarda-roupa e retirou uma calça moletom de lá.
– Por que está me fazendo essas perguntas? – me sentei na cama sem desviar o olhar das suas costas musculosas enquanto ele colocava a calça.
– Porque talvez... – foi só eu piscar que Jungkook estava sobre mim na cama. – Elas sejam perguntas que você queira ouvir. Sabe, __________. Eu consigo ouvir o que os outros não ouvem, posso sentir o cheiro que os outros não sentem, posso ver o que os outros não vêem e posso fazer o que fazer o que os outros não fazem. Alguns me chamam de demônio, outros de assassino ou aberração. Eu sou um monstro, __________. Você deveria manter distância de mim e eu de você.
– Você me quer longe? – ele suspirou e se levantou.
– Era o que eu deveria querer. – ele andou até as portas de vidro da sacada. – Mas não quero você longe de mim, principalmente agora que o Conselho sabe sobre você.
– Conselho? – me sentei na cama.
– Isso é uma história para outra hora. – ele apoiou o braço no vidro, encarando a cidade.
– Jungkook. – chamei e ele se virou. – Pode me mostrar outra vez?
– Tem certeza?
Assenti. Suspirando, ele fechou os olhos. Quando ele os abriu, estavam vermelhos brilhantes. Jungkook olhou para as próprias mãos e pude ver suas unhas crescerem mais do que o normal. Sua boca se abriu e suas presas também estavam mais grandes. Quando ele me olhou, por trás daqueles olhos vermelhos, eu podia ver que ele estava triste.
Me levantei e andei em sua direção. Jungkook abaixou a cabeça, não queria me olhar. Toquei seu rosto levemente e fiz com que ele me olhasse.
– Você disse que te chamavam de demônio, aberração e monstro. – falei. – Mas eu não vejo isso em você.
– É porque você não viu as atrocidades que eu já fiz na minha vida. – ele não tinha orgulho nas próprias palavras. – A sociedade hoje em dia nos denominam como vampiros.
– Quantos anos você tem?
– Eu nasci no século XI. – arregalei os olhos. – Então estou na casa dos 900.
– Estou namorando um ancestral?! – Jungkook sorriu pela primeira vez desde que começou a falar sobre isso. – Não creio...
– Assim você me machuca sabia? – ele ficou sério novamente. – Você não tem medo de mim agora?
– Tive medo aquele dia porque não sabia o que estava acontecendo. Você queria me proteger e eu te mandei embora...
– Eu não a culpo por isso. Me sentiria mal se tivesse me pedido pra ficar.
– Por que?
– Você sabe do que nos alimentamos, não é? – quando assenti, ele sorriu. – Eu poderia ter te devorado em todos os sentidos naquele momento.
– T-todos?
– Exatamente. Estou com vontade de fazer isso agora, por sinal.
– Você vai? – Jungkook inverteu nossos lugares e me prendeu contra a parede.
– Você quer? – seu hálito quente atingiu a pele sensível do meu pescoço. Meu corpo se arrepiou e ele riu. – Acho que não preciso perguntar.
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Prision of Blood || Imagine Jungkook
FanfictionFicamos em silêncio por um tempo. - Você não me disse seu nome. - olhei para frente e só então percebi o que disse. - Não pensei que estivesse interessada em saber disso. - ele falou indiferente e finalmente olhou para frente. - Tem razão. - enca...