Epílogo

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Quatro anos depois...

Entrei na sala de treino do Conselho e fechei as portas. Já estava escuro do lado de fora, então, todos já estavam dormindo naquele horário. Acendi todas as tochas que haviam na sala e, quando terminei, andei até o centro da sala e me sentei no chão de pernas cruzadas. Olhei para as tochas e fechei os olhos. Senti meu corpo esquentar e movi uma das mãos. Imaginei as chamas flutuando até mim e me concentrei nas formas que eu quisesse que elas tomassem. Não foi preciso muito tempo para eu ouvir os sibilares raivosos da cobra negra.

 – Sombra. – a repreendi e ela sibilou novamente. – Se comporte ou você sabe onde vou colocá-la. – ouvi outro sibilo e este me pareceu meio sarcástico. – Nada de piadinhas, Luz, o mesmo vale para você.

Abri os olhos e encontrei as duas cobras na minha frente. Me aproximei delas e vi que Luz abaixou seu rosto na altura do meu. Sorri e acariciei sua pele flamejante e ela sibilou gentilmente contra o meu ouvido. Olhei para Sombra e vi que ela estava de costas para nós. Suspirei e me aproximei dela. Desde que Mira se foi, a convivência entre as duas cobras e eu se tornou difícil. Por um lado, parte da confusão é por causa da Sombra, mas, por outro, ela não sabe o que é fazer parte de uma família.

 – Sombra, olhe para mim. – pedi gentilmente e ela virou a cabeça na minha direção. – Eu não sei o que você passou enquanto esteve com a Mira, mas comigo não será igual, eu prometo. – estendi a mão e Sombra se aproximou lentamente, até eu senti a sua pele flamejante contra a palma da minha mão. – Muito bem, Sombra. Acho que agora, podemos trabalhar todas juntas. – as duas sombras sibilaram e eu acabei rindo. – Vamos lá, pessoal. Precisamos praticar.

As duas cobras se olharam e se aproximaram. Luz entrelaçou seu corpo com o de Sombra e encostou suas cabeças. O fogo das cobras aumentou e, tanto o fogo negro quanto o branco, estavam se unindo. Um fogo enorme estava sendo criado e tomando a coloração roxa. Arregalei os olhos. Eu ainda me lembrava de quando Jungkook me contou sobre o fogo roxo. O fogo mais perigoso do mundo e que apenas os bruxos eram capazes de produzir e controlar.

O fogo das cobras se fundiram por completo e agora, ao invés de duas, era apenas uma única e enorme cobra de fogo roxo. Me aproximei lentamente e a cobra rastejou até mim. Ela me rodeou e algumas chamas se direcionaram até mim. Quando entraram em contato com a minha pele, a sensação foi maravilhosa. O fogo não me queimava, mas parecia me dar uma enorme energia. Senti meus pés deixarem o chão e, quando vi, eu estava cara a cara com a cobra. Olhei no fundo de seus olhos de fogo e vi uma serenidade enorme, maior ainda do que se podia ver na Luz.

A cobra me desceu até o chão novamente e seu tamanho diminuiu cada vez mais. Quando estava quase do tamanho de uma cobra normal, eu estendi meu braço na sua direção e ela escalou por ele e seu corpo se juntou ao meu, criando uma nova tatuagem. Seu espiral ficou roxo ficou marcado das costas da minha mão até o meu ombro. Sorri para a marca quando ela brilhou e acariciei o local.

 – Isso é surpreendente, __________. – ouvi a voz de Maik e ele apareceu do meu lado. – Nunca pensei que seria capaz de unir as cobras originais.

 – Maik, eu precisava mesmo falar com você. – falei e ele me encarou confuso. – Depois do que aconteceu com a Mira, parece que algumas peças não se encaixaram como deveriam.

 – Por exemplo?

 – Você sempre sabia das coisas que iriam ou estavam acontecendo. – cruzei os braços. – Já estive na sua casa várias vezes e nunca vi algo que pudesse mostrar para você sobre tudo ao nosso redor. Além do mais, parece que você e Mira se conheciam. Enquanto lutávamos, eu senti a sua presença no local, mas acabei não contando para ninguém.

Prision of Blood || Imagine JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora