20 - Aniversário dela

1.3K 103 30
                                    

Joel Pimentel's Point Of View

Eu não aguentava mais ver o vídeo em que eu beijava Emilia passando pelo meu feed de notificações. Em TODAS as redes sociais.

Clara, nossa belíssima empresária, ficou levemente enraivecida de ver que justo eu - o integrante "inocente" do CNCO -, havia permitido que um vídeo desses fosse postado por livre arbítrio na internet. Bendito seja Johann Vera bebado numa noite de segunda.

Sei que fiz errado em não ter me preocupado com a minha imagem na hora, porém o álcool consumido a fim de esquecer uma californiana falou mais alto que a minha preocupação em sempre ser o santo da banda.

Minha mãe, que está a quatro mil e quatrocentos quilômetros de mim veio me repreender por ter permitido a postagem do vídeo. Ela nunca reclama do fato de eu ficar com meninas, mas eu acredito que dessa vez, ela tenha ficado brava com o fato de eu estar bêbado.

Eu nunca imaginei que uma semana de folga de volta a Miami me traria tanto trabalho.

O que importava - ou talvez não - era que eu havia me divertido após um bom tempo. Em pelo menos uma noite, eu agi como um adolescente normal de vinte anos. Daqueles que não liga para as consequências do dia seguinte e fica com garotas sem nenhum compromisso. Acima de tudo eu me diverti e de fato, não me lembrei de nada que envolvia a minha vida profissional, resultando na minha merda.

Agora, eu estava jogado em minha cama, morrendo de dor de cabeça, completamente arrependido da noite anterior enquanto sentia os olhos amarelos penetrando a minha alma. Mesmo tendo acordado a uma hora atrás, eu já: ouvi os sermões de Clara, ouvi minha mãe furiosa, li mensagens dos meninos me zoando e tive a coragem de visitar o Twitter desistindo imediatamente a ver que a cada três postagens, quatro era sobre eu e Emilia.

— Eu me recuso a te deixar morto aqui. — meus ouvidos tremem ao ouvir a voz abafada da garota. Resmungo pelo resultado da sua voz em minha cabeça.

Aperto os olhos, tirando o braço da têmpora e esgueirando o olhar pelo olho esquerdo minimamente aberto. Emilia estava de braços cruzados ao meu lado. É inevitável analisar seu corpo. A minha camisa de botões e sua calcinha eram as únicas peças que cobriam sua silhueta. Grunho, tentando me manter focado em outra coisa.

— Eu não estou morto. — balbucio, quase como uma criança mimada que recusava o pedido de seus pais de deixar alguma comida de volta na prateleira de um mercado.

A risada debochada ecoa pelo meu quarto, zunindo em minha cabeça.

— Conta outra, Joel.

Grunho mais uma vez, dessa vez me remexendo na cama tentando me confortar ao me deitar de bruços.

— Eu estou bem, Mili. — tento usar o apelido, na intenção dela ao menos acreditar na minha mentira e me deixar sozinho.

— Joel, você bebeu igual a um condenado ontem. — a risadinha acompanha sua frase.

— Ugh, minha cabeça está explodindo. — mudo o assunto.

Eu volto a tentar olha-la. Ela continuava do mesmo jeito.

— Você precisa de um banho. Está fedendo a sexo. — ela franze o nariz.

Solto uma risada, mas no segundo seguinte me arrependo pelo ato que zuni em meu cérebro.

— Você também deve estar. — retruco.

Ela cerra seus olhos para mim.

— Você foi o único da minha noite, senhor Pimentel. Ao contrário de você. — ela desfere as palavras com ironia na minha cara.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora