15 - Primeiras impressões

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Sophia Castillo's Point Of View

Brigar presencialmente com Pete era sempre a mesma coisa: algo acontecia, ele ficava bravo, íamos conversar, descutiamos por alguns longos minutos, talvez entrávamos em algum consenso e no fim, todo o rancor e estresse passado, era descontado em uma cama.

Era um ciclo. Que já acontecia por dois anos. E eu não aguentava mais. Não aguentava, porque a rotina cansa. E principalmente os motivos idiotas nos quais Pete iniciava uma discussão.

Dessa vez não foi diferente, na noite anterior, passamos quarenta minutos na sacada, argumentando coisas estúpidas um para o outro até ele finalmente entender que Joel era um simples amigo de Chris que me fazia companhia e não o meu "amante", como ele disse. E mesmo resolucionando o problema, Pete invocou com a presença de Joel até o final da noite.

Não que eu e o californiano tivemos mais algum tipo de conversa, mas somente o fato do seu jeito observador irritou o meu namorado. Eu somente praguejava mentalmente, ainda mais quando Joel piscava de propósito ou o sorria irônico enquanto Pete me beijava. E acima de tudo, eu sabia que o nova iorquino queria marcar território.

Quando acordei, estava sozinha em meu quarto, e comprovei que Pete havia saído quando vi a mensagem no meu celular dizendo que ele foi em seu apartamento e que durante a tarde me buscaria para fazer um passeio.

Felizmente, não estava sozinha no apartamento e assim que desci as escadas, pude ver Cecília perambulando pela cozinha com temperos nas mãos.

- Bom dia. - eu cumprimento me sentando em uma das banquetas da ilha.

A brasileira me olha.

- Boa tarde já, meu anjo. - ela corrige e eu reviro os olhos pelo seu jeito irônico. Realmente, era uma da tarde.

- Você me entendeu. - ela dá de ombros brincalhona. - Que horas você chegou em casa?

- Às dez - responde. - da manhã. - ela adiciona.

Eu assinto.

- Consegue se lembrar dos acontecimentos passados? - pergunto ao me levantar e ir em direção a geladeira.

Ela sorri maliciosa.

- Alegremente sim. Não vejo a hora de Zabdiel me fazer lembrar dos acontecimentos novamente.

Eu faço uma careta.

- Ew, me poupe dos detalhes. - eu pego uma garrafa de água e me encosto no metal frio da geladeira.

Ela ri.

- Mas como se você não tivesse feito o mesmo, huh?

Eu sinto minhas bochechas queimarem e assim desvio o olhar.

- Agora a bonita se faz de desentendida, né? - ela zomba, e eu reviro os olhos ouvindo ela rir.

- Cuida aí desse seu arroz que você ganha mais, Cecília. - eu aponto para a panela e ela vai apressada até o local por perceber que estava prestes a queimar.

Eu gargalho pela seu jeito atrapalhado e com isso ela se alivia em ver que a comida não havia pegado fogo.

Ficamos juntas o tempo todo. Fazia um bom tempo em que não aproveitavamos a companhia uma da outra, mas na parte da tarde, Pete veio de fato me buscar para que fôssemos nesse tal passeio que ele inventou.

O clima estava normal, o silêncio tomava conta do carro enquanto eu sentia meus cabelos voarem por conta da janela aberta e Pete murmurava uma música que tocava na rádio. Não tínhamos o que conversar, por isso minha atenção foi cem por cento transmitidas para a paisagem pouco conhecida por mim de Miami. Essa cidade era incrível.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora