2012
- Sophia, você pegou tudo? - meu pai pergunta da cozinha, enquanto eu colocava a minha mochila nos ombros.
- Sim pai. - o respondo com a voz elevada para que ele pudesse ouvir.
Ele aparece no meu campo de visão carregando sua maleta e minha mãe vem atrás.
- Vá chamar Joel, então. - ele pede, e sem querer o contrariar lanço um olhar para a mão mecânica em cima da mesa de centro. Meu pai entende o recado. - Eu levo no carro, vá antes que você chegue atrasada.
Eu assinto, e saio de casa atravessando a rua com pressa e entrando na casa do meu melhor amigo sem me importar se eu poderia ou não. Era costume eu chegar aqui a procura do garoto nesse horário.
Tia Patricia estava na cozinha junto de Gabriel e Israel, os três não se surpreendem com a minha chegada e eu vou até a mais velha.
- Bom dia, Sophie. Está nervosa? - ela me abraça e eu sorrio apreciando o carinho.
- Bom dia, tia. Um pouquinho só, na verdade estou com medo de não funcionar o mecanismo. - sou sincera, lembrando que ontem em um dos meus testes da prótese que eu havia criado para o projeto final da bolsa de estudos.
Ela sorri.
- Vai dar tudo certo, fica tranquila.
Solto um suspiro pesado.
- Espero. - um sorriso fechado acompanha a frase e ela faz um carinho na minha bochecha. - Vou chamar Joey. - lembro do meu verdadeiro motivo de vir aqui e com isso a mais velha assente e eu aproveito para deixar um beijo na testa dos dois garotos que eram praticamente meus irmãos mais novos.
Eu subo até o segundo andar a procura do meu melhor amigo que ainda estava em seu quarto. Hoje meu pai somente levaria eu e ele na escola, já que Federico e Emanuel foram dormir na casa de um colega.
- Bom dia. - eu abro a porta do seu quarto o encontrando agachado enquanto amarrava o tênis. Ele toma um susto, me tirando uma gargalhada. - Assustou é?
Ele revira os olhos se levantando.
- Engraçadinha. Bom dia. - nós fazemos o nosso toque que se consistia em um bater na mão do outro, seguido de um soquinho e um abraço.
Era meio sem graça, mas era quase como uma marca registrada nossa.
- Vamos? Eu preciso chegar mais cedo. - eu digo, na intenção de o apressar e ele assente.
- Nem sei o porquê de tudo isso, você nem quer essa bolsa mesmo. - ele diz com indiferença, mas eu sabia que seu tom mostrava a verdade, ele era o único no qual eu tive coragem de contar que somente estava lutando duro para conseguir a bolsa para fazer meus pais felizes.
Não seguro uma careta, enquanto me dirigia para fora do quarto, ele me segue após colocar a mochila nos ombros. Eu continuava sentindo o peso dos livros nas minhas costas e estava prestes a botar a culpa no garoto.
- Joel, eu já te disse...
Ele me corta, antes mesmo que eu pudesse continuar.
- Sophia, a alegria dos seus pais nem sempre é a sua. Não adianta você fazer tudo para agradar a eles. - sua voz é dura, mas me mostra a realidade.
Eu bufo, guardando xingamentos para mim, e ele ri orgulhoso porque havia tocado na minha ferida.
- Não vamos entrar nesse assunto novamente. - quase gralho, desferindo um tapa no seu ombro e ele revira os olhos.
- Tudo bem, Sophia. - ele grunhi e eu sorrio, sabendo que havia atingido o meu objetivo.
- Eu também te amo. Tchau tia! - eu aceno para a mais velha e meu melhor amigo faz o mesmo e assim nós seguimos para a minha casa no qual meu pai já estava esperando no carro. Joel cumprimenta minha mãe que estava encostada na porta de entrada e logo nós entramos no carro, comigo anunciando que iria na frente e não me preocupando que o meu trabalho estava no banco de trás. Joel era um bom observador.
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Sólo Yo
FanfictionSophia Castillo, uma jovem modelo apreciava a chuva. Ela se entretinha com o aroma aconchegante da grama molhada e a calmaria da garoa. Até o momento de chegar uma tempestade. Pois ela odiava tempestades, e uma tempestade se reflete em sua vida quan...