12 - Éramos melhores amigos

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Os nossos últimos dias na casa se passaram tão rápidos que somente nos deparamos que deveríamos partir quando chegou domingo. Enquanto Christopher ia para o Equador, Zabdiel para o Porto Rico e Richard e Erick para Miami, eu, Cecília e Joel enfrentamos uma viagem estranha dentro do meu carro a caminho de Hesperia.

De acordo com os meninos, eles tinham mais uma semana de descanso para que depois todos voltassem a Miami e continuassem com seus ensaios para a continuação da turnê e dias no estudio, preparando seus projetos.

Eu e Cecília iríamos para Miami daqui duas semanas, o que fez a brasileira voltar para o seu país natal logo após mais dois dias na minha casa. O que significava, que caso acontecesse algo entre mim e Joel, eu enfrentaria isso sozinha.

Nos dois dias que minha amiga ainda estava comigo, eu e o garoto não nos falamos e nem mesmo um dia após a ida da minha amiga. Não esperava que algo acontecesse. Eu sabia que o garoto me observava da sua janela de vez em quando, mas eu estava consideravelmente boa em ignorar seus olhares e a vontade imensa de me debruçar na janela e perguntar se ele não tinha mais coisas para fazer a não ser me admirar. Coisa que a sete anos atrás acontecia frequentemente.

Perto da sua semana em casa acabar, eu venci o meu orgulho e sai de casa. Evitei o fazer a semana inteira pois sabia que tinha a possibilidade de encontrar com um certo californiano no qual eu queria evitar. Na realidade, quem me fez sair de casa fora o meu irmão mais velho. O mesmo disse que como o seu último dia antes de voltar para o México, eu o devia uma tarde no campinho para que ele pudesse testar as minhas velhas habilidades com uma bola de futebol.

A verdade era que nossos pais sempre fizeram questão de nos tranformar em crianças esportivas e um tanto quanto competitivas. E como eu sempre fora uma "menina moleque" - como minha mãe sempre apelidou -, desde pequena eu preferia frenquentar aulas de futebol a aulas de dança. Então era possível dizer que eu e Federico até então tínhamos o mesmo talento para a vida de jogador. Eu somente perdi essa oportunidade pois havia ido para o México.

Eu ri horrores com meu irmão fazendo palhaçadas ou me derrubando na grama. O local onde estávamos era imenso. Mesmo com diversos jogos acontecendo ao mesmo tempo, dificilmente um jogo seria atrapalhado pelo outro, pois o tamanho do lugar impedia isso de acontecer.

Eu descobri que ainda tinha minhas habilidades, mas como meu próprio irmão disse, eu estava enferrujada. Ele me mostrou alguns truques que o mesmo havia aprendido recentemente e eu só sabia sentir orgulho em o ver mil vezes melhor desde que ele havia entrado para o time mexicano.

Fui surpreendida horas depois com a chegada de certos vizinhos, que fizeram meu coração palpitar mais forte do que já fazia enquanto eu corria atrás da bola.

Meu irmão se agita com a chegada do melhor amigo, e eu tento esconder o meu desconforto com a presença de Joel sorrindo quase que falsamente. Resultou que decidimos jogar uma partida.

Eu me sentia nervosa. Não sabia se aquilo era resultado de estar novamente junto do californiano, ou se definitivamente não estava preparada para jogar uma partida após tantos anos.

Os times foram divididos, para a minha felicidade fiquei junto com Fed e alguns primos de Joel, mas acabei ficando contra o mesmo.

Tudo corria bem, até eu tropeçar em uma pedra e conseguir torcer o pé, fazendo o aglomerado de meninos me cercar. Federico rapidamente me pegou no colo e me deixou sentada em um dos bancos de espera que havia no campo. Felizmente uma família que fazia um piquenique próximo de nós, haviam trazido alguns gelos em uma caixa térmica e com os cubos dentro da camiseta do meu irmão eu repousei o material que gelava aos poucos no local que doía.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora