28 - Christopher, solucionador de problemas

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Um mês depois

- Ugh, eu não aguento mais ficar em casa. - grunho enquanto jogava o meu corpo no estofado do sofá.

Ouço o riso de Cecília vindo da cozinha e logo sua voz elevada preenche o ambiente.

- Quem é você e o que fez com a Sophia?

Eu reviro os olhos pela sua piadinha, e evitando a futura conversa realizada num tom elevado, levanto do sofá da onde eu acabara de me aconchegar e encontro a loira lavando a louça na cozinha.

- Essa aqui é a versão da Sophia que está escondida já faz dois anos. - eu sento em uma das banquetas da ilha.

- E graças ao bom Deus ela está sendo libertada. - ela se vira para me olhar rapidamente. - Mas e aí, o que você quer fazer hoje?

Eu apoio o queixo nas mãos frustada, já que eu não sabia bem a resposta da pergunta feita. A brasileira imita o som de um grilo ao ver o meu silêncio. Bufo ao mesmo tempo que ela ri.

- Credo Sophia, você está tão chata ultimamente. - vejo ela balançar a cabeça para os lados. - Esses dias você quase criou a terceira guerra mundial porque comi a sua salada, depois enquanto estavamos assistindo aquela palestra ambiental na agência você chorou por conta do desmatamento, e agora você está reclamando de tudo! Tá na TPM é?

Eu reviro os olhos pelos seus argumentos.

Bom, isso infelizmente era verdade. Eu tinha certeza que por conta da troca do anticoncepcional meus humores estavam uma loucura, quase como uma montanha russa. E eu já não aguentava mais isso. Minha mãe me aconselhou ir na ginecologista mas minha agenda está tão corrida que eu mal consigo meio tempos para ter um momento para mim.

- Sei lá viu. - largo minhas mãos em cima da mesa, mostrando a minha exaustão em relação a esse assunto. - Só sei que eu preciso de algo diferente para esta noite.

De novo vejo seus cabelos balançaram em uma negação, eu sabia que ela estava rindo do meu mal humor.

- Repito, e o que você quer fazer madame?

Arfo estressada e antes mesmo que pudesse controlar minha língua, rosno:

- Eu quero beber.

Cecília não se controla e me olha assustada e acaba soltando uma risada nervosa enquanto a água da torneira corria e suas mãos estavam ensaboadas.

- Quem é você e o que fez com a Sophia? - ela repete o uso das suas palavras anteriores, dando ênfase na sua surpresa com pausas maiores do que necessárias para sonificar a sentença.

Lhe faço uma careta entediada. Ela se vira de volta para pia, enxágua um último prato e fica de frente para mim novamente, secando suas mãos em um guardanapo.

- Tudo bem, vamos aproveitar essa Sophia. O que um término com um babaca não faz, huh? - ela se senta na banqueta ao meu lado, o que faz eu mudar minha posição.

Ela acaba rindo da minha feição emburrada, coisa que eu não acho nenhuma graça e reviro os olhos por isso.

- Tudo bem, você não está para brincadeiras. - ela suspira, apoiando os braços nas coxas. Quando vê que eu não a digo nada, ela continua. - Você sabe que só temos uma salvação para esse seu problema, não é?

Acabo me interessando no assunto, deixando uma porcentagem da minha chatisse de lado e focando melhor na loira.

- Qual? - pergunto, me ajeitando na banqueta desconfortável.

- Qual não, So. Quem. - ela corrige e segundos depois, se completa. - Christopher.

Meu rosto se ascende com a lembrança do meu amigo. Como eu pude me esquecer do famoso mais festeiro que eu conheço?

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora