32 - Tá bom

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Joel Pimentel's Point Of View

Eu não diria que acordei com a luz que vinha da pequena fresta aberta da cortina, nem mesmo que meu celular poderia estar tocando ensurdecidamente na cabeceira ou até a possibilidade de eu ter acordado por conta própria. Eu diria que eu fora acordado pelo incomodo de não poder mudar a posição que eu dormia, já que meu tronco sustentava uma certa quantidade de peso, na qual eu preferia não atrapalhar o sono.

Meus olhos semiabertos baixaram do teto para o rosto sereno da californiana, que o momento, desfrutava do meu tronco como travesseiro, formando até mesmo um singelo bico em seus lábios, o que me fez sorrir imediatamente. Sua respiração tranquila atingia a minha pele, deixando o local aquecido, que por sinal era no meu peito e próximo do meu coração, que assim como o ar que saia de suas narinas, estava aquecido.

Essa era a melhor definição que eu encontrava para descrever o que sentia no momento; meu coração estava aquecido de amor, orgulho, paixão, admiração e todas as outras coisas boas que eu podia sentir por essa garota. Eu estava radiante, pronto para enfrentar o mundo lá fora, assim como uma borboleta que acabou de sair do casulo. Havia passado meses me preparando e amadurecendo dentro do meu próprio casulo até que chegasse o dia em que eu seria liberto a ser uma nova pessoa.

Soava tão clichê, mas eu sonhei muito com esse dia.

Sonhava com o dia em que eu poderia a chamar de minha, que eu poderia desfrutar de momentos incríveis ao seu lado, onde eu faria cada segundo valer a pena, onde eu faria tudo certo. E esse dia havia chegado. Eu havia conquistado a minha garota, após tantos anos me culpando pelo meu egoísmo.

Conhecer Sophia nunca se tornou tão valioso quanto nos últimos meses, era tão fácil lê-la para diagnosticar suas opiniões internas sobre mim, o que me dava a esperança de que um dia fossemos algo novamente.

Céus eu era um sortudo fodido por tê-la.

Nunca vou me esquecer que por um tempo eu acreditava que eu a havia perdido para o babaca do Petterson, eu me lembro de socar a parede tantas vezes que passei uma semana com a mão dolorida, tinha vontade de xingar tudo e a todos pela derrota, mas assim que encarei seus olhos opacos e perdidos na festa do Christopher, eu percebi o quão idiota era o mundo por ter a deixado ficar com ele. Eu nunca me senti tão feliz pelo término de alguém como aconteceu semanas atrás, e olha que eu já consolei minhas primas muitas vezes. Mas os fatos somente contribuíam para mim, já que os mais grandes obstáculos já haviam sido retirados do meu caminho, era só eu pular algumas pedras para finalmente chegar na vitória, que era hoje.

Por mais conturbada que nossa história até aqui foi, eu me sentia imensamente grato por todos os aprendizados que tive nesses anos longe de Sophia.

Os meus pensamentos sobre a nossa caminhada foram cortados com os resmungos da morena jogada em mim. Ela acorcadava se mexendo desconfortavelmente e eu poderia assumir que o motivo de seu despertar fora o mesmo que o meu. De repente, os olhos castanhos estavam me encarando ternamente.

Eu sorri me virando de lado, já que a mesma havia saído do meu tronco.

- Bom dia, dorminhoca. - meu comprimento é acompanhado do aumento do meu sorriso.

Ela sorri ainda sonolenta e de olhos fechados para mim.

- Bom dia. - ela responde enquanto bocejava o que me tira uma risada. - Que horas são? - ela emenda a sua fala.

Me viro para alcançar o celular, no qual indicava que não precisavamos tomar o café e sim almoçar.

- Quase uma da tarde. - respondo me virando para ela novamente e a encontro escondida entre os lençóis.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora