Joel Pimentel's Point Of View
- Finalmente hein. - Johann abre a porta de seu apartamento e imediatamente avisto uma cerveja em sua mão. Certo, ele estava mais alegre do que já é. - Achei que a princesa já tinha ido para a Europa e esqueceu dos amigos.
Eu reviro meus olhos com a sua implicância. Foi somente meia hora de atraso, não uma, como já pôde acontecer.
- Posso entrar ou eu vou ficar de castigo aqui fora? - também implico e o equatoriano bufa ainda na brincadeira.
- Ninguém gosta da sua presença, mas entra. - ele resmunga e assim eu o dou um soco, no qual ele ri dolorosamente. - Ouch!
Eu rio passando por ele e o abraçando de lado. Acima de toda a zoação, eu e Johann tínhamos uma amizade incrível.
A sala do seu apartamento estava consideravelmente cheia. Emilia e Christian ocupavam todo o sofá e uma parte do tapete, enquanto Samantha e possivelmente Johann preparavam alguma coisa na cozinha. Como já era de se esperar, eles reclamam da minha demora mas logo todos nós já estamos conversando sobre assuntos aleatórios.
Eu precisava esfriar a cabeça. Passei o dia inteiro vegetando enquanto pensava em Sophia e o que era provável de que ela e o idiota do namorado dela podiam estar fazendo. Meus pensamentos sempre acabavam me condenando e por isso novamente eu me forçava a lembrar de momentos em que passamos juntos.
Até ontem, minha confiança estava a mil, tinha a certeza de que com Sophia longe do namorado, eu conseguiria manter o meu plano de provocações em pé. Eu tinha a consciência de que o plano era ridículo. Mas eu sabia melhor ainda que essa era a melhor forma de chegar até ela. Sophia sempre foi tão competitiva quanto a mim, e se isso era um jogo, ela faria de tudo para que ela pudesse ganhar. Igual a mim, enquanto ela tentaria se livrar dos seus sentimentos por mim, eu não ia deixar com que ela chegasse na linha de chegada antes de mim. Deveríamos chegar juntos.
Eu temia que os anos fizessem nossos sentimentos se dissiparem. Temia acordar um dia e ver que Sophia não significava o mesmo que antes, ou que eu não era mais nada para a mesma. No dia do show quando vi a cabeça baixa com os cabelos tampando os traços faciais, sabia com toda a certeza que era ela. Eu nem sei como, eu só tive a certeza. Naquele nanosegundo, eu temi. Senti medo de ter perdido a garota dos meus sonhos. A garota que eu escondia do mundo a existência. Mas então seus olhos se encontraram com os meus, e tudo voltou. Exatamente como eu soube que a garota na plateia era Sophia, eu soube que seus sentimentos eram os mesmos.
Me recordo perfeitamente que enquanto cresciamos, nossas mães constantemente reclamavam por eu e Sophia termos desenvolvido uma forma de conversação através dos nossos olhares. Era louco, eu podia estar numa ponta da sala de aula e Sophia na outra, quando nossos olhares se encontravam, sempre conseguíamos distinguir o que o outro sentia. E sempre acabavamos comentando sobre isso horas depois. Com o passar do tempo, nossas troca de olhares eram tão comuns quanto falas.
Era estranho afirmar com todas as letras os nossos sentimentos, mas quando brigamos, cada um tinha a prova de que o que falávamos era real.
No dia da briga, eu havia escrito uma carta para a garota. A pulguinha que me dizia estar fazendo a coisa errada sempre me acompanhava desde o dia em que eu disse a Ashley que aceitava fazer Sophia perder a bolsa. A carta ficou escondida na mochila da minha ex melhor amiga e eu sabia que ela havia lido. Já da minha parte, enquanto eu mexia em presentes dados por ela, igualmente encontrei uma carta debaixo da caixinha de uma pulseira dada por ela no meu aniversário de treze anos. Eu fui burro o suficiente de encontrar a folha dez meses depois.
Não conseguia acreditar que Sophia realmente havia entratado em um relacionamento, e que somente o mantinha por... nem um motivo óbvio ela tinha para ter o relacionamento! Era completamente inacreditável esse fato para mim, e por isso a única coisa na qual pudesse fazer era continuar com o meu plano idiota. Eu esperava com todas as minhas forças que pudesse dar certo.
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Sólo Yo
FanficSophia Castillo, uma jovem modelo apreciava a chuva. Ela se entretinha com o aroma aconchegante da grama molhada e a calmaria da garoa. Até o momento de chegar uma tempestade. Pois ela odiava tempestades, e uma tempestade se reflete em sua vida quan...