36 - Mochilão Castillo-Pimentel

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"A gente precisa conversar" - Joey

Fora com essa mensagem que eu me deparei assim que peguei meu celular pela manhã. Horas mais tarde da minha decisão de sair da agência ter sido divulgada.

Eu imaginei milhões de coisas. Nenhuma delas terminavam bem. Eu me estremecia inteira só de idealizar o que teria acontecido.

Com a adrenalina tomando conta de mim, eu abandonei Cecília fazendo o almoço e corri de volta para o meu apartamento, para encontrar um Joel praticamente dopado na cama. Ele dormia feito uma pedra, enrolado no edredom e tomando conta da cama inteira.

Quando o vi, fiquei irritada comigo mesma por perceber que talvez não tinha nada de tão grave acontecendo. E foi aí que eu percebi que ele havia mandado a mensagem na hora em que eu estava na reunião com Chad.

Enquanto Joel estava capotado na cama, eu só fui reparar em Zabdiel no sofá depois que tomei um banho e coloquei uma camiseta de Joel. Eu levei um susto, porque quando entrei, não havia percebido que ele estava ali.

Eu fiquei imaginando o que raios aqueles dois haviam feito na noite passada para estarem daquele jeito, mas foi eu entrar na cozinha, que eu reparei em um bilhete na geladeira e uma bagunça de copos, garrafas e caixas de pizza na pia.

O bilhete, no qual eu reconheci a caligrafia de Christopher dizia que ele, Erick e Richard foram para casa assim que eles acabaram dormindo e a cerveja tinha acabado.

Primeiramente, eu fiquei furiosa com a sujeira na minha cozinha, eles não tiveram coragem de jogar os guardanapos da mesa de jantar no lixo! E segundamente, me senti péssima por ficar preocupada por nada.

Como já era perto das duas, e eu não ia deixar esses dois dormindo o dia inteiro, agarrei uma panela e uma colher e feito louca, comecei a bater os dois objetos, causando um barulho extremamente irritante e alto. Obviamente, os dois acordaram.

Joel apareceu na sala esfregando os olhos e se esticando, enquanto Zabdiel pulava de susto do sofá.

— Bom dia. — eu resmungo, mal humorada. Agora tudo o que importava era a sujeita que eles haviam deixado.

Os dois se olharam cúmplices, antes de responderem o meu bom dia com um murmúrio.

Eu respirei fundo para não começar um escândalo.

— Posso por favor, saber que merda é essa? — eu apontava para a pia.

— Sosie...

— Joel Pimentel de León e Zabdiel de Jesús Colón, eu não quero saber de desculpa nenhuma, eu quero essa cozinha limpa em dez minutos! — gralho, ainda completamente irritada e quase fazendo o resto da banda aparecer aqui como uma invocação.

Os dois fazem uma careta.

— Eu disse que não era pra gente beber daquele negócio do Christopher. — Zab resmunga, mas não deixa de passar por mim para ir até a pia. — E papi, acho que a dona ali tá meia brava hein.

— Zabdiel! — Joel repreende, fuzilando o porto riquinho com o olhar.

— E não falem em espanhol como se eu não entendesse! — gralho mais uma vez, usando a língua nativa do loiro, que faz uma careta lembrando desse detalhe.

Olho para Joel.

— Ajuda ele e depois a gente vai conversar. — digo, enquanto cruzava os braços e aproveitava para sair da sala ignorando aquele olhar de cachorro abandonado do meu namorado.

Podia ter exagerado? Podia. Mas uma das coisas que eu exigi quando vim morar aqui, fora que tudo sempre estivesse limpo e organizado.

Eu odiava a preguiça de Joel com a organização e isso sempre me deixava irritada, lógico que ele ficava rindo de mim, o que piorava a situação.

Sólo YoOnde histórias criam vida. Descubra agora