Não achamos necessário procurar pelos nossos amigos, decidimos que uma mensagem para Zabdiel seria suficiente. De certa forma, Joel parecia desesperado para sair do local, o que fazia com que nos esgueirássemos bruscamente entre o grande amontoado de pessoas da balada.
Eu tinha minhas dúvidas que sua pressa estava sendo causada pelo seu desconforto, pois ele mantinha sua feição impaciente, coisa que da minha parte era considerado engraçado, já que o meu desconforto não era tão visível quanto o seu.
Assim que finalmente conseguimos sair da balada, a noite fresca nos acolheu. Nos últimos dias, Miami se encontrava calorosa durante o dia e levemente gélida durante a noite, o que causava aquelas dúvidas constantes sobre o clima, principalmente para a escolha de roupas já que não tínhamos noção de como estaria a temperatura na determinada hora.
A brisa fresca não me incomodava, sinceramente, ajudava. Fazendo a minha temperatura corporal voltar ao normal.
Um manobrista aparece prontamente assim que nos aproximamos do estacionamento e a procura pelo carro de Joel faz com que ele me puxe para perto, circulando a minha cintura e apoiando seu queixo em minha cabeça.
Nossos corpos se envolvendo me aquecem, causando um conforto total com direito a lembranças gostosas de infância.
Eu gostava da forma em que Joel conseguia me fazer sentir. Era aquela coisa única, tipo um prato especial feito pela sua avó que era tão delicioso que mesmo se alguém tentasse fazer igual, não traria a mesma sensação de estar comendo um pedacinho do céu. Na minha opinião, a gente tinha um tamanho perfeito para abraços. Joel conseguia ser quase vinte centímetros mais alto que eu, me dando passe livre para ouvir as batidas do seu coração durante um abraço.
Como já evidenciei, as suas mãos - até as minhas últimas experiências com ele - se encaixava direitinho no meu corpo, como uma peça de quebra cabeça. Nossa intimidade e conhecimento um sobre o outro me fazia pensar que Joel sabia exatamente o que fazer e como agir diante de mim, trazendo uma onda de ansiedade para o meu corpo.
Assim que o carro para na nossa frente, nos agradecemos o senhor e o californiano lhe dá uma gorjeta, que o deixa completamente alegre.
Ao entrarmos no carro, o silêncio nos cobre como uma manta. Nós dois estávamos com diversas emoções correndo por nossos poros, o que transformava o ambiente com uma sensação de ansiedade, como se o tic tac de um relógio tomasse conta do local.
- Mandou a mensagem? - Joel pergunta, assim que paramos em um semáforo. Seu olhar se move para mim para visualizar minhas ações, que no caso foi tirar o celular da bolsa. Ele ri percebendo que eu havia me esquecido.
"Zab, eu e Joel fomos para o apartamento dele. Não faça nada que eu não faria. ;)"
As palavras foram gasolina para Joel soltar uma gargalhada, que é acompanhada de uma risada sem graça minha.
- "Não faça nada que eu não faria"? O que você quis dizer com isso? - o seu tom me zombava e se eu não o considerasse tanto, me deixaria chateada, mas Joel Pimentel era um tonto que amava me deixar brava.
- Ahn... - eu me encontro sem palavras e ele levanta suas sobrancelhas esperando minha resposta. - Sei lá, ele que interprete como desejar.
Mais uma vez ele ri.
E esse clima descontraído acompanha a nossa jornada até o apartamento de Joel. As músicas do rádio conseguiam envolver o momento da melhor forma possível, não tirando a tensão de momentos passados e nem mesmo nos deixando quietos e perdidos.
Aos poucos eu começava a perceber cada vez mais que todos esses meus anos de vida em que eu preferia não me envolver nos ritmos, foram uma total perda de tempo. Essa adrenalina e alegria vinda das músicas era algo tão único e significativo, que agora, dedicando minha atenção as letras cantadas, começava a me amaldiçoar por ter perdido tanto tempo.
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Sólo Yo
FanfictionSophia Castillo, uma jovem modelo apreciava a chuva. Ela se entretinha com o aroma aconchegante da grama molhada e a calmaria da garoa. Até o momento de chegar uma tempestade. Pois ela odiava tempestades, e uma tempestade se reflete em sua vida quan...